06 Abril 2020
"Seria uma espécie de golpe branco das forças armadas, retirando poder de fato a Bolsonaro. Um indício foi quando este pediu ao ministro da saúde que pedisse demissão e este respondeu que se quisesse ele presidente o demitisse, coisa que este não o fez, ou melhor, não pode fazê-lo", escreve Luiz Alberto Gomez de Souza, sociólogo.
Eis o artigo.
Corre uma informação que temos de tomar com cuidado, sem ignorá-la totalmente. O jornalista argentino Verbinsky, disse ter ouvido de uma alta patente militar em seu governo, que as forças armadas brasileiras, devido à incompetência e falta de rumo de Bolsonaro, teriam decidido intervir e dar um poder de "presidente operacional" ao general Walter Souza Braga Netto, atualmente ministro-chefe da casa civil. Seria uma espécie de golpe branco das forças armadas, retirando poder de fato a Bolsonaro. Um indício foi quando este pediu ao ministro da saúde que pedisse demissão e este respondeu que se quisesse ele presidente o demitisse, coisa que este não o fez, ou melhor, não pode fazê-lo.
Luis Nassif vai na mesma direção.Esse golpe teria apoio da frente empresarial, como em 1964, quando esta ficou do lado das forças armadas diante de um risco que para elas representava o governo Jango.
Como reagirão o "gabinete do ódio" e o núcleo duro bolsonarista? No passado Olavo de Carvalho insultou as forças armadas. Agora está silencioso ou pelo menos o silenciaram.

Bolsonaro em coletiva à imprensa sobre o novo coronavírus (Foto: Fotos Públicas/Carolina Antunes)
Sai reforçado o ministro da saúde, com um plano mais racional do combate ao novo vírus. Moro, oportunista, está calado. Guedes mostra sua falta de uma visão abrangente da situação econômica. Os presidentes da câmara e do senado pisam em ovos.
Em 64 Castello Branco assumiu, segundo ele, interinamente e passaria logo o governo aos civis. Costa e Silva, linha dura, se opôs e tivemos mais de vinte anos de governo da caserna.
Braga Netto, de ser verdadeira a informação, governaria na sombra, sem desgaste. O terrível é que o próprio Bolsonaro ficaria poupado diante da opinião pública.
E os setores progressistas? Pareceriam incapazes de tomar posição diante dessa situação complexa. Ou ficam em análises de conjuntura abstratas, escorregando para lugares comuns vazios.
Judiciário, Legislativo? Governadores? OAB, ABI?
Fora da realidade? Inconscientes? Amedrontados?
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Temos talvez um “presidente operacional”? - Instituto Humanitas Unisinos - IHU