No vazio da Praça São Pedro, a plenitude da Igreja e do mundo

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01 Abril 2020

"Toda a Igreja, portanto, esteve presente "in mysterio" no gesto de seu pastor supremo, no ato de invocar misericórdia e salvação espiritual e corporal, segundo uma tradição ininterrupta da qual são testemunhas as liturgias do oriente e do ocidente. Portanto, não um cheio que se torna vazio, como no conhecido filme; mas um vazio que expressa, embora aparentemente ocultando-a, a integral plenitude do Corpo Místico", escreve Francesco Arzillo, magistrado de Roma, autor de ensaios sobre filosofia e teologia, refletindo sobre a impactante cena do papa Francisco rezando na praça vazia e escura na última sexta-feira, dia 27-03-2020, na carta enviada para o blog Settimo Cielo, 31-03-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

O autor da carta, , é um magistrado de Roma que também é um apreciado autor de ensaios sobre filosofia e teologia.
No filme de Nanni Moretti "Habemus papam", vimos abrir-se uma espécie de vazio no lugar da presença petrina por excelência, diante de uma praça São Pedro lotada.

Uma ficção cinematográfica cheia de pressentimentos e implicações, sem dúvida; e, como tal, abundantemente estudada e analisada. No entanto, nunca poderíamos imaginar uma espécie de realização inédita e surpreendente ao contrário, que representa uma sua clara subversão: o papa que reza na mesma praça vazia e escura, como um autêntico "pontífex" que constrói uma ponte entre a terra angustiada e uma céu aparentemente silencioso, mas também presente, na realidade, sob o véu misterioso da presença eucarística.

Uma liturgia sóbria e comovente de intercessão, adoração e bênção, que certamente não transmitiu um sentimento de angústia, mas sim um sentimento vivo de compunção e esperança participado universalmente (e provavelmente muito além da fronteira da Igreja visível).

Sobre a universalidade, é necessário insistir, apesar de uma visão pseudo-apocalíptica dos eventos contemporâneos: a aventura humana foi global desde suas origens, no bem, mas também no mal (incluindo doenças); e não menos global, por expresso mandato do Salvador, é a história - ainda não concluída - da expansão do anúncio do Evangelho a todos as pessoas.

Toda a Igreja, portanto, esteve presente "in mysterio" no gesto de seu pastor supremo, no ato de invocar misericórdia e salvação espiritual e corporal, segundo uma tradição ininterrupta da qual são testemunhas as liturgias do oriente e do ocidente.

Portanto, não um cheio que se torna vazio, como no conhecido filme; mas um vazio que expressa, embora aparentemente ocultando-a, a integral plenitude do Corpo Místico.

Muito poderia ser dito sobre o resto, também com relação às polêmicas sobre a necessidade de uma pregação que leve em consideração todos os aspectos do mistério, incluindo o tema do castigo divino, a ser entendido com seriedade, mas sem angústia: na verdade, não pregamos um Deus bom porque impotente diante do mal, mas o Senhor do mundo e da história, que por esse motivo pode realmente salvar e redimir aqueles que se dirigem a ele, abandonando o caminho da morte (que é o caminho do pecado em todas as formas) pelo caminho da vida.

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