Cardeal Burke rompe com a “escola de gladiadores” de extrema direita promovida por Steve Bannon

Steve Bannon e o cardeal Raymond Burke (Fonte: Religión Digital)

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27 Junho 2019

Primeiro foi o cardeal Renato Martino que se cansou do populismo ultradireitista de Steve Bannon. Agora é a vez do cardeal Raymond Burke, “líder da oposição” ultraconservadora ao Papa Francisco, que em um duríssimo comunicado se distanciou do ex-estrategista de Donald Trump e autoproclamado líder dos populistas europeus, arremetendo tanto contra sua “escola de gladiadores” da ultradireita, como contra suas ideias sobre a doutrina católica.

A reportagem é de Cameron Doody, publicada por Religión Digital, 26-06-2019. A tradução é do Cepat.

Em uma mensagem publicada em sua conta no Twitter, Burke arremete contra Bannon por conta de algumas declarações deste ao portal ultraconservador LifeSiteNews, que informa que o político busca realizar um filme baseado em “Sodoma”, o livro do autor francês Frédéric Martel que dissemina a suposta homossexualidade hipócrita de alguns altos cargos no Vaticano.

“De modo algum”, afirma Burke, está de acordo com a avaliação positiva que Bannon fez do livro, acrescentando que “de maneira alguma” acredita que o livro deva se tornar um filme.

E mais, o cardeal afirma estar “em total desacordo” com as declarações de Bannon sobre a doutrina e disciplina da Igreja, qualificando até como “censurável” que o político coloque em questão o celibato clerical, que é “exemplo e desejo de Cristo, Cabeça e Pastor da Igreja”.

O Instituto de Bannon abandonou a promoção do bem comum

Em seu comunicado, Burke também se distancia da atividade política de Bannon, que, por meio de seu Instituto Dignatis Humanae, vem tentando estabelecer uma “escola de gladiadores” no mosteiro italiano de Trisulti para formar futuros líderes populistas europeus.

Embora Burke esclareça que, “durante alguns anos”, esteve envolvido com o Instituto Dignitatis Humanae, “em razão de seu trabalho de apoio aos cristãos na vida pública que atuam respeitando a lei moral e, portanto, promovem o bem comum”, deixa claro que, por suas discordâncias com Bannon, agora abandona o cargo de Presidente Honorário e encerra “qualquer relação” com o organismo. A razão?

Que Bannon e os outros responsáveis do Instituto ignoraram as solicitações de Burke para que regressassem “a seu propósito original”, e que o Instituto “tenha se identificado cada vez mais com o programa político” de Bannon, e não com o humanismo cristão.

Críticas ao portal ultraconservador LifeSiteNews

Em seu comunicado, Burke não critica somente Bannon. Também ataca o portal ultraconservador que publicou as últimas declarações do político, o LifeSiteNews, acusando-lhes de nada menos do que propagar notícias falsas ao lhe vincular aos projetos de Bannon.

“O LifeSiteNews não fez nenhum contato comigo para verificar minha possível participação” no filme baseado em “Sodoma”, queixa-se o cardeal, deixando mais uma vez em evidência que este portal de notícias é uma das páginas web que mais dano provoca não só à Igreja, como também ao serviço da verdade na atualidade eclesial.

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