O Papa aprova o milagre que permitirá a canonização do cardeal Newman

John Henry Newman (Fonte: Wikimedia Commons)

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14 Fevereiro 2019

O cardeal Newman poderá ser canonizado ao longo deste ano, depois que o Papa Francisco aprovou um segundo milagre atribuído à intercessão deste intelectual britânico, convertido do anglicanismo, que para muitos se tornou um futuro Doutor da Igreja.

A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 13-02-2019. A tradução é do Cepat.

Em uma reunião com o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Angelo Becciu, Bergoglio aprovou uma série de canonizações, beatificações ou decretos heroicos de virtude. A principal delas é a que se refere a John Henry Newman.

Aparentemente, seria a cura de uma mulher cuja vida foi seriamente ameaçada por sua gravidez. Um milagre que o bispo de Porstmouth, Philip Egan, antecipou em novembro. O milagre foi proposto depois que os médicos que trataram a mulher disseram que não conseguiam encontrar uma explicação para sua recuperação repentina.

John Henry Newman foi um dos mais renomados teólogos anglicanos de sua época. Com tendências progressistas em sua juventude, ele abordou os ensinamentos da Igreja dos primeiros séculos através dos Padres da Igreja.

Em meados do século XIX, ele foi o principal protagonista do Movimento Oxford, que defendia a vigência e a recuperação, por parte da Igreja da Inglaterra, da tradição teológica e litúrgica da Igreja Católica. No início, eles argumentaram que o anglicanismo era um dos três ramos - junto com o catolicismo romano e a ortodoxia - da Igreja una, santa, católica e apostólica.

No entanto, ao aproximar-se da tradição dos primeiros séculos e receber críticas crescentes do anglicanismo, Newman logo percebeu que sua situação era cada vez mais insustentável.

Em 1842, ele renunciou ao cargo de vigário da Igreja Anglicana de Santa Maria Virgem de Oxford, onde ganhou grande prestígio como orador e se retirou para Littlemore, na periferia da cidade. Em 1845, ele solicitou admissão à Igreja Católica. Naquele mesmo ano ele foi ordenado sacerdote.

Ele entrou para os Oratorianos de São Felipe Neri, que fundou uma comunidade em Birgmingham em 1849. Leão XIII o ordenou cardeal em 1879, onze anos antes de sua morte em 1890.

O Papa Bento XVI o beatificou durante sua visita ao Reino Unido, em 2010. Um ano antes, ele havia permitido o estabelecimento de ordinariatos para que os convertidos do anglicanismo pudessem manter sua tradição litúrgica. O primeiro ordinariato a ser criado, o inglês de Nossa Senhora de Walshingham, o elegeu como patrono, em 2011.

Curiosamente, a Igreja Anglicana também o venera como um santo, com a sua festa no dia 11 de agosto. Na Igreja Católica, ele é celebrado no dia 9 de outubro, a data de sua admissão no catolicismo.

Com Newman, o Papa também aprovou as virtudes heroicas do cardeal Húngaro Mindszenty, uma figura fundamental nos anos de Cortina de Ferro, e do jesuíta espanhol Manuel Garcia Nieto (mais conhecido como padre Nieto), falecido em 1974, e que durante anos foi padre espiritual de Comillas.

Segundo conta Josemari Amelibia Lorenzo, Manuel García Nieto nasceu em Macotera (Salamanca), em 1894. Aos 14 anos, entrou no Seminário de Salamanca. Presidiu missa aos 20 anos. Serviu também como coadjutor e pároco por seis anos. Ele se destacou, desde o início, por um amor à Eucaristia sem limites, unido a isso, o imenso zelo pela salvação das almas, e amor total aos pobres.

Para melhor se entregar a Deus, tornou-se jesuíta. E logo após o noviciado foi destinado como um pai espiritual ao seminário - Universidade Pontifícia de Comillas, em Cantábria. Ele imbuiu nos estudantes um grande amor à oração, à Eucaristia, aos pobres. "Por nada do mundo eu trocaria meia hora de Sacrário", dizia.

Foi muito duro e penitente consigo e acolhedor com os demais. Tinha um imenso amor por Jesus crucificado. Era chamado pai dos pobres. Em vida, já era considerado santo. Morreu em 1974. Foi enterrado em Salamanca, na Paróquia São José dos jesuítas.

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