Reunião dos bispos em fevereiro: Cupich e Scicluna entre os organizadores

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26 Novembro 2018

Dois cardeais, um arcebispo e o padre jesuíta especialista em proteção de menores. O Papa Francisco indicou os nomes dos membros do comitê de organização do encontro “A proteção dos menores na Igreja”, convocado para o Vaticano entre 21-24 de fevereiro de 2019.

A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada por Vatican Insider, 23-11-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.

Fazem parte o cardeal Blase J. Cupich, arcebispo de Chicago (EUA), que nas semanas anteriores vai sediar em sua diocese um encontro de oração com os exercícios espirituais para o qual estão convidados todos os bispos norte-americanos; o cardeal Oswald Gracias, arcebispo de Bombaim (Índia) e presidente da Conferência Episcopal da Índia; monsenhor Charles Scicluna, arcebispo de Malta e secretário adjunto da Congregação para a Doutrina da Fé. Junto com eles também trabalhará o jesuíta Hans Zollner, presidente do Centro para a Tutela dos menores na Pontifícia Universidade Gregoriana e membro da Pontifícia Comissão para a Tutela dos menores. Zollner foi nomeado pelo papa para ser o referencial do comitê.

Na cúpula de fevereiro convocada para fazer frente ao escândalo dos abusos contra menores e discutir as diretrizes comuns para os bispos, estará presente o Papa Francisco e contará com a participação dos líderes das Igrejas Católicas Orientais, os superiores da Secretaria de Estado, os prefeitos das Congregações para a Doutrina da fé, para as Igrejas Orientais, para os Bispos, para a Evangelização dos povos, para o Clero, para os Institutos de vida consagrada e as sociedades de Vida Apostólica e do Dicastério para os laicos, a família e a vida, os presidentes das Conferências Episcopais e os representantes da União dos Superiores Gerais e da União Internacional das Superioras Gerais.

Nos trabalhos preparatórios do encontro, informa a Sala de Imprensa da Santa Sé, estarão envolvidos também Gabriella Gambino, subsecretária para Seção vida, e Linda Ghisoni, subsecretária para a Secção fiéis leigos, do Dicastério para os leigos, a família e a vida, a Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores e algumas vítimas de abusos cometidos pelo clero.

As vítimas serão, portanto, também representadas durante os trabalhos. "O encontro de fevereiro é inédito - comentou Greg Burke, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé - e demonstra que o papa Francisco fez da proteção dos menores uma prioridade fundamental para a Igreja".

"Trata-se de manter as crianças a salvo de violências em todo o mundo. O papa Francisco quer que os responsáveis da Igreja estejam plenamente conscientes do impacto devastador que o abuso por parte do clero tem sobre as vítimas".

"O encontro é principalmente destinado aos bispos, que têm uma grande responsabilidade por esse grave problema. Mas os homens e mulheres laicos especialistas na área de abusos - explicou o porta-voz do Vaticano - darão a sua contribuição e poderão ajudar a enfrentar principalmente o que precisa ser feito para garantir transparência e responsabilidade"

Burke forneceu alguns dados: "Prevemos cerca de 180 participantes: cerca de 113 Conferências episcopais de todo o mundo, o resto (cerca de setenta) entre especialistas, chefes de Dicastério, religiosos, prefeitos, etc. O número de vítimas ainda deve ser visto, haverá outro comunicado em dezembro”.

Ao mesmo tempo em que a notícia estava sendo publicada, o Vatican News colocou online uma entrevista com o padre Zollner, a pessoa de referência do comitê. "Tudo deve ser preparado. E para preparar bem as coisas, é preciso de alguém que carregue essa tarefa em seus ombros. A encontro de fevereiro é um evento importante, muito importante para a Igreja. É necessário prepará-lo bem, envolvendo desde agora todas as Conferências Episcopais. Precisamos compartilhar imediatamente as informações, as reflexões, o espírito de oração e penitência e as propostas de novas ações concretas”.

"Uma boa organização do encontro - acrescentou - vai ajudar a manter, juntos, a análise, a consciência, a vergonha, o arrependimento, a oração e o discernimento sobre as ações a serem tomadas e as decisões a serem assumidas, na justiça e na verdade. Também por essa razão são importantes as consultas que teremos com as vítimas, com grupos de especialistas, com laicos, com homens e mulheres de cultura".

"De forma concreta o Comitê - disse Zollner - assegurará a preparação do encontro para o próximo mês de fevereiro, tanto em termos de logística como de conteúdo, de acordo com as instruções dadas pelo Santo Padre. Também por esse motivo, enviaremos um questionário para aqueles que serão convidados a participar. É importante compartilhar as experiências, as dificuldades e as possíveis soluções para enfrentar esse terrível escândalo. Parece-nos que, inclusive esse modo de agir, exprima a dimensão sinodal tantas vezes recordado pelo Papa Francisco".

"Nós reconhecemos que as expectativas são elevadas e é compreensível que seja assim, dada a gravidade de um escândalo que chocou e feriu muitas pessoas, cristãos ou não, em tantos Países ... A Santa Sé afirmou claramente: "Tanto os abusos como seu acobertamento não podem mais ser tolerados e um tratamento diferente por parte dos bispos que os tenham cometido ou os tenham acobertado representa, justamente, uma forma de clericalismo nunca mais aceitável".

Zollner lembrou que a tutela de menores "é uma prioridade fundamental para a Igreja, para sua própria missão e não apenas para sua credibilidade. Para isso, quer que o confronto entre os presidentes dos episcopados e os demais participantes do encontro seja livre, não condicionado, animado pela oração e pelo espírito de parrésia que ele particularmente aprecia".

A pessoa de referência do Comitê concluiu: "Se o Papa convocou os presidentes das Conferências Episcopais é justamente para reiterar o quanto acredita no valor da comunhão apostólica entre o bispo de Roma e seus coirmãos no episcopado. O Santo Padre está convencido de que a praga, o "sacrilégio", como ele repetiu muitas vezes, dos abusos seja um problema que não afeta um único País e, certamente, não apenas os Países ocidentais. Que afeta todos os Países. Que não diz respeito apenas à Igreja, mas às mais diversas realidades: escola, esporte, família. Que requer uma resposta firme e universal, nas especificidades dos contextos e das culturas. Que nos coloca como cristãos diante do mistério do mal e da necessidade de combatê-lo até o fim, sem hesitação".

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