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11 Junho 2018

“Lula, com seu prestígio crescente, sem dúvida a maior liderança no país, poderia ter um sinal de grandeza, não insistir como candidato inviável e isolado e ser o grande eleitor de uma candidatura plural, progressista, nacional e popular. É hora de amplas alianças”, escreve Luiz Alberto Gomez de Souza, sociólogo.

Eis o artigo.

“Para se chegar à fonte é preciso nadar contra a corrente”.
Stanislaw Jerzy Lec (1).

“Só uma coisa morta segue a correnteza. Tem de estar vivo para contrariá-la" (2).
G. K. Chesterton

Tenho me unido aos que denunciam a criminosa campanha contra Lula. Mas talvez, neste grave momento, seja hora de fazer algumas reflexões na contracorrente petista. O PT insiste na candidatura Lula, que será declarada inviável às vésperas da eleição, caindo na ficha limpa. Fica isolado, olhando para seu umbigo e não para um momento delicado da situação nacional. Como se o Brasil apenas dependesse da candidatura de Lula. Os setores dominantes farão tudo para bloqueá-la, com firulas jurídicas. Ela é insuportável para os grandes setores do capital. Visto isso, Lula e o PT têm de olhar antes de tudo para o país, num momento delicado de transição.

Há uma inversão de prioridades. Para o PT o centro é Lula e sua candidatura. Nas redes sociais há uma acumulação de textos, declarações, palavras de ordem, centradas em Lula e não no Brasil. Quando o fundamental é preparar um governo que tenha força para sair deste neoliberalismo suicida. O importante é o país, num momento difícil, não uma candidatura particular.

Lembremos o que aconteceu depois da caída de Collor. Veio um governo de transição, que foi importante para o processo. Qual foi a atitude do PT? Oposição míope e expulsou Luiza Erundina que aceitara participar de um ministério de união nacional.

Um partido que nasceu das bases da sociedade foi capturado por um aparelhismo para o qual o importante não era o país, mas manter-se no poder a qualquer custo. Ainda é tempo de sair de seu caramujo e pôr-se à frente de uma frente ampla, nacional popular e democrática. Será pedir muito, ou veremos o PT fechado sobre si mesmo, à margem da história? Esperança ingênua?

Lula, com seu prestígio crescente, sem dúvida a maior liderança no país, poderia ter um sinal de grandeza, não insistir como candidato inviável e isolado e ser o grande eleitor de uma candidatura plural, progressista, nacional e popular. É hora de amplas alianças. Poderíamos, na contracorrente, esperar gestos que liberem?

Notas:

1.- Stanislaw Jerzy Lec, poeta polonês

2.- Gilbert K.Chesterton, pensador inglês, meu mestre desde a juventude.

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