A missão de Francisco no Egito para dar um novo impulso ao diálogo com o Islã

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29 Abril 2017

Uma visita blindada, embora Francisco não use veículos blindados, para dizer “não” ao terrorismo fundamentalista que abusa do nome de Deus justificando o ódio e a violência. Uma missão de dois dias no Cairo, três semanas após os últimos atentados que ensanguentaram o Domingo de Ramos dos fiéis coptas. O Papa de Roma voa, desta vez ainda pela Alitalia, para o Egito. Uma viagem que nunca foi posta em discussão, nem pelas bombas nem pela situação, como afirmou na quinta-feira o secretário de Estado, Pietro Parolin: “Muitos pensaram, depois dos sangrentos e brutais atentados que sacudiram o Egito, que o Papa talvez fosse repensar sua a viagem. Pelo contrário, nunca pensou em fazê-lo, precisamente porque quer fazer-se presente onde há situações de violência, de conflito. E quer ser mensageiro da paz onde há necessidade de paz”.

A reportagem é de Andrea Tornielli e publicada por Vatican Insider, 28-04-2017. A tradução é de André Langer.

O terrorismo, o diálogo com o Islã, o abraço ecumênico com os cristãos da Igreja copta são os temas de uma viagem que nesta sexta-feira terá seu ponto mais alto, quando Francisco irá participar da Conferência de Paz convocada por Ahmed Tayyeb, Grão-Imã da al Azhar, a prestigiosa universidade sunita. Imediatamente depois está programado o encontro com as autoridades políticas da sociedade civil egípcia. O presidente e os protagonistas destes primeiros momentos serão o imã e o presidente Abdel Fattah al Sisi, comprometido em frear a ameaça jihadista, motivo pelo qual pediu maior clareza e determinação aos teólogos muçulmanos da al Azhar na hora de condenar o terrorismo.

O Papa sabe muito bem quem são os seus dois interlocutores e não ignora a necessidade de um maior compromisso comum para condenar aqueles que matam em nome de Deus. Como sempre fez até agora, ao mesmo tempo, Francisco se concentrará não apenas na exigência de deter o fundamentalismo terrorista e de garantir a segurança dos cidadãos egípcios, mas também falará sobre as causas mais profundas do mal-estar, como a pobreza, a falta de educação, o tráfico de armas e a importância de construir uma sociedade mais justa, que respeite os direitos de todos e que garanta a liberdade religiosa. Também é possível que, justamente a partir da particularidade do Egito e de sua história, o Papa (reconhecendo os esforços de al Sisi) peça às autoridades egípcias para que se comprometam com a paz na região.

O terceiro encontro é o abraço com Tawadros II, o Papa da Igreja copta-ortodoxa, que nos últimos anos pagou um elevado preço em vítimas, fiéis assassinados enquanto se encontravam na igreja participando da liturgia. Francisco cunhou a expressão “ecumenismo de sangue” para recordar o martírio que une os cristãos de diferentes confissões. Os coptas são uma Igreja antiga, bem representada em nível social e institucional no país, composta por cerca de 10 milhões de fiéis, que nunca se sentiram uma minoria perseguida nem muito menos um posto de vanguarda ocidental: copta significa egípcio, e os cristãos desta antiga comunidade reivindicam com orgulho suas antigas raízes nesta terra. Sofreram ataques e atentados e agora apoiam o esforço do presidente al Sisi.

Para concluir, amanhã [29 de abril] o Papa Francisco termina a viagem com dois encontros com a comunidade copta-católica, que inclui uma missa em um estádio super-blindado, onde se prevê a presença de 25 mil pessoas.

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