11 Novembro 2025
Na próxima sexta-feira, um protesto contra a crise climática ocorrerá durante a COP30 no Brasil. Estudantes: "Uma catástrofe que devemos enfrentar." Seu lema: "Outro mundo é possível."
A informação é publicada por La Repubblica, 10-11-2025
O direito à educação e o direito a um futuro: na próxima sexta-feira, estudantes e jovens de toda a Itália faltarão às aulas em protesto contra a greve convocada pelas duas organizações. O dia 14 de novembro foi escolhido pelo Fridays for Future e pela União Estudantil para a greve nacional que visa abordar tanto a educação quanto as mudanças climáticas. As duas organizações se uniram para convergir em um único dia, reunindo as necessidades e os temores, mas, sobretudo, as esperanças das gerações mais jovens.
Essas esperanças, segundo Marzio Chirico, do Fridays for Future, foram frustradas nos últimos anos: "A política não está falando sobre a crise climática; precisamos trazer a urgência do problema de volta ao centro do debate público. O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, nos disse claramente: governos de todo o mundo, especialmente os ocidentais, devem enfrentar a catástrofe iminente ou se afastar. Parem de financiar empresas de combustíveis fósseis e seus projetos insensatos. Precisamos enviar um aviso de despejo para aqueles que nos governam, um aviso cada vez mais alto e difícil de ignorar."
“Outra escola, outro mundo é possível” é o lema escolhido pela UdS para esta greve estudantil, porque para o coordenador nacional da organização, Tommaso Martelli, “é cada vez mais importante, especialmente considerando as reformas em curso e cada vez mais repressivas propostas por este governo, nunca deixar de lembrar que um modelo escolar alternativo ao atual, e um sistema diferente daquele com o qual convivemos diariamente, são possíveis. No dia 14, na praça – explica ele – lembraremos a presidente Meloni, a ministra Valditara e todas as instituições do nosso país disso.”
"Hoje começa a COP30 no Brasil, enquanto daqui a sete dias será o Dia do Estudante: separar as praças e suas respectivas lutas não faria sentido. Sextas-feiras e UdS uniram forças: manifestações em todas as principais cidades italianas. Não apenas nesta sexta-feira, mas pelo tempo que for necessário: o convite, claro, é para se juntarem a nós", conclui o comunicado.
O Orgulho Climático também está de volta.
De Roma a Belém, o clamor pelo planeta se intensifica. No dia 15 de novembro, em Roma, às 14h, na Piazzale Aldo Moro, terá início a segunda edição da Parada do Orgulho Climático. Esta manifestação nacional levará às ruas "a reivindicação por justiça climática e social, mas também por escolhas políticas corajosas". O evento integra o calendário de mobilizações internacionais relacionadas à COP30 e visa relançar o debate sobre clima, biodiversidade e uma transição ecológica justa.
Mais de 70 associações, movimentos e coletivos participarão do colorido desfile de rua, "repleto de performances artísticas, máscaras e música, que percorrerá as ruas da capital. Seu objetivo é conscientizar o público e os formuladores de políticas públicas sobre a urgência de abandonar um modelo de desenvolvimento baseado em combustíveis fósseis e na extração de recursos naturais, responsável por crises climáticas, guerras e desigualdades." A manifestação pretende ser "uma celebração da resiliência da natureza e das comunidades que lutam por um futuro sustentável, por meio de símbolos e representações da vida multiespécie, energia renovável e a possibilidade de um estilo de vida compatível com o planeta".
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