Imprensa dos EUA sobre o Papa: “O novo pontífice não é amigo do presidente Trump”

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09 Mai 2025

Da mídia conservadora à liberal nos Estados Unidos, todos estão enfatizando a continuidade com as batalhas do Papa Francisco

A reportagem é de Massimo Basile, publicada por La Repubblica, 09-05-2025.

Surpresa, curiosidade e um sentimento claro: o novo Papa não é amigo do presidente Donald Trump. Nos Estados Unidos, jornais e TV concordam sobre o peso da nomeação do primeiro papa americano da história. Robert Francis Prevost vem de Chicago, ele falará a mesma língua da Casa Branca, mas apenas no nível semântico. O conteúdo será diferente, tudo. O conservador New York Post destacou a velocidade da eleição, que ocorreu em apenas quatro votações, mas também enfatizou o fato de que “este papa americano leva adiante a visão progressista do Papa Francisco e ajuda as gerações mais jovens a abraçar novamente a fé católica”.

A mídia conservadora

O Daily Beast analisou as críticas de comentaristas de extrema direita e destacou como o discurso inaugural de Prevost criticou as políticas anti-imigração de Donald Trump. Em um editorial, a rede Fox News de Trump analisou a eleição, expressando fortes dúvidas: "E se o Papa estivesse convencido de que a Igreja não deveria mais se opor ao modernismo, mas aceitá-lo e até mesmo se tornar parte dele, para parecer relevante e atual?" Poucas horas após a eleição de Leão XIV, comentaristas da Fox expressaram preocupação de que o Vaticano pudesse se afastar ainda mais das doutrinas tradicionais da Igreja depois de Francisco. A CBS, por outro lado, mostrou a reação entusiasmada dos católicos americanos.

O legado de Francisco

“O novo Papa pode ter algo do velho Papa”, é a manchete do artigo de opinião de David Gibson no New York Times. Gibson é diretor do Centro de Religião e Cultura da Universidade Fordham. Com esta eleição, escreve ele, o Colégio dos Cardeais “enviou uma mensagem clara de continuidade com a agenda reformista do seu antecessor, o Papa Francisco”. “Mas”, acrescentou, “apesar da reputação de Leão como uma personalidade mais disciplinada, a raiva conservadora que abalou o catolicismo durante o pontificado anterior deverá continuar com este primeiro papa americano”.

O nó migrante

A abertura aos imigrantes é considerada o ponto crucial das futuras relações entre a Casa Branca e a Basílica de São Pedro. Segundo o Washington Post, que publicou um editorial sobre o assunto, Leão "está entrando em uma das plataformas mais poderosas do mundo. E parece disposto a usá-la, como Francisco fez, mesmo que isso signifique criticar seu país natal". Sua publicação mais recente nas redes sociais, lembrou o jornal, foi um retuíte de abril de alguém condenando a "deportação ilegal" de Kilmar Abrego García para El Salvador por Trump.

O Wall Street Journal relembrou a passagem de seu discurso inaugural em que Leão “pediu por uma Igreja que busca estar próxima, acima de tudo, daqueles que sofrem”. “Mas seria útil”, acrescentou, “se não fosse hostil aos mercados livres, que são a melhor maneira de aliviar a pobreza e grande parte do sofrimento”.

Francisco acreditava que a corrupção vista na Argentina era chamada de capitalismo. O diário financeiro de Nova York se pergunta se seu sucessor não pensa da mesma maneira.

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