11 Janeiro 2023
- O cardeal australiano foi condenado e posteriormente absolvido por abuso sexual.
- Pell, que atuou como secretário de Economia do Vaticano de 2014 a 2019, morreu em Roma na noite passada de complicações cardíacas após uma cirurgia no quadril.
- Em 2018, um tribunal australiano condenou Pell a seis anos de prisão por cinco crimes de abuso sexual, embora no seu último recurso, em abril de 2020 e depois de o padre passar treze meses na prisão, a sentença tenha sido revertida.
A reportagem é publicada por Religión Digital, 11-01-2023.
O cardeal australiano George Pell, que foi condenado em 2018 e posteriormente absolvido de abusar sexualmente de dois menores na década de 1990, morreu aos 81 anos, informaram representantes da Igreja na Austrália na quarta-feira.
Pell, que atuou como secretário de Economia do Vaticano de 2014 a 2019, morreu em Roma na noite passada de complicações cardíacas após uma cirurgia no quadril, disse o arcebispo de Melbourne, Peter Comensoli, em um comunicado.
“O cardeal Pell foi um líder da Igreja muito importante e influente, tanto na Austrália quanto internacionalmente, profundamente comprometido com o discipulado cristão”, comentou Comensoli.
Em 2018, um tribunal australiano condenou Pell a seis anos de prisão por cinco crimes de abuso sexual, embora no seu último recurso, em abril de 2020 e depois de o padre ter passado treze meses na prisão, a sentença tenha sido revertida pelo mais alto tribunal australiano.
O religioso australiano, nascido na cidade de Ballarat, estado de Victoria, em 8 de junho de 1941, dedicou quase toda a sua vida à Igreja Católica.
Nas décadas de 1970 e 1980, ele serviu como padre e educador em várias paróquias e centros católicos australianos, inclusive em sua terra natal, Ballarat.
O australiano foi nomeado bispo auxiliar de Melbourne em 1987, arcebispo da mesma cidade em 1996 e arcebispo de Sydney em 2001.
Dois anos depois, foi feito cardeal pelo Papa João Paulo II, o que lhe permitiu votar em conclaves para eleger ao Sumo Pontífice e, portanto, foi um dos papáveis na votação em que foi proclamado o atual Papa Francisco em 2013.
Pell foi eleito no ano seguinte prefeito da Secretaria de Economia da Santa Sé, um novo cargo criado pelo pontífice para enfrentar os escândalos envolvendo as finanças do Vaticano.
No entanto, quem era considerado o "número 3" da cúria romana, depois do papa e do secretário de Estado, era perseguido por suspeitas sobre casos de pedofilia dentro da Igreja Católica na Austrália, vários deles cometidos em Ballarat.
A Polícia australiana apresentou em 29 de junho de 2017 uma acusação de pedofilia no tribunal contra o cardeal, que nesse mesmo dia pediu licença ao Vaticano para provar sua "inocência".
Pell foi condenado em dezembro de 2018 a seis anos de prisão por cinco crimes de abuso sexual, um deles por penetração oral, decisão que foi ratificada em agosto de 2019, embora a condenação tenha sido posteriormente revertida em abril de 2020 pelo mais alto tribunal da Austrália com base no "benefício da dúvida razoável".
Depois de saber de sua culpa, o Vaticano anunciou que Pell deixaria de ocupar o cargo de Prefeito de Economia.
O ex-número 3 do Vaticano, que passou treze meses na prisão antes de ser libertado, havia sido acusado de abusar sexualmente de dois menores, que nunca foram identificados, do Coro de São Patrício enquanto servia como arcebispo de Melbourne.
Depois de ser absolvido, Pell voltou a Roma, onde morreu na quarta-feira.
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Cardeal George Pell morre após ser submetido a uma complicada operação no quadril - Instituto Humanitas Unisinos - IHU