Meio ambiente tem pior orçamento em dez anos

Mais Lidos

  • “A destruição das florestas não se deve apenas ao que comemos, mas também ao que vestimos”. Entrevista com Rubens Carvalho

    LER MAIS
  • Povos Indígenas em debate no IHU. Do extermínio à resistência!

    LER MAIS
  • “Quanto sangue palestino deve fluir para lavar a sua culpa pelo Holocausto?”, questiona Varoufakis

    LER MAIS

Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

08 Setembro 2022

 

Segundo a análise do Instituto de Estudos Socioambientais (Inesc), a lei orçamentária expressa a absoluta falta de prioridade dada à política ambiental

 

A reportagem é de Adriana e Giovanna, publicada por Pauta Social e reproduzida por EcoDebate, 06-09-2022.

 

O Brasil comemorou nesta segunda-feira (5) o Dia da Amazônia, data instituída por lei em 2007 para celebrar a maior floresta tropical do mundo. A efeméride ocorre dias após o governo anunciar uma redução de recursos para o Meio Ambiente em 2023, no PLOA 2023 – Projeto de Lei Orçamentária Anual.

 

Segundo a análise do Instituto de Estudos Socioambientais (Inesc), o documento expressa a absoluta falta de prioridade dada a essa política. Se comparado ao PLOA 2022, o meio ambiente perde R$ 164 milhões no PLOA 2023.

 

No total estão previstos R$ 2,96 bilhões para todas as Unidades Orçamentárias que compõem a pasta Meio Ambiente (MMA/Administração Direta, Ibama, ICMBio, Instituto Jardim Botânico, Fundo Nacional de Meio Ambiente e Fundo Clima). É o pior orçamento em dez anos.

 

Comparados os PLOAs 2022 e 2023, o prejuízo é muito maior:

 

  • no Ibama foram retirados R$ 12 milhões da ação de “Prevenção e Controle de Incêndios Florestais nas Áreas Federais Prioritárias”;
  • o ICMbio perde R$ 27 milhões, dos quais R$ 10 milhões foram retirados da ação de “Fiscalização Ambiental e Prevenção e Combate a Incêndios Florestais”.

 

O quadro é ainda mais grave quando se olha o “sacrifício fiscal” atribuído ao meio ambiente. A reserva de contingência prevista é de R$ 366 milhões, distribuídos entre Ibama, Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA) e Administração direta.

 

O termo “Reserva de Contingência” se refere à parcela do orçamento em cada órgão que não pode ser gasta e que se destina ao cumprimento do Teto dos Gastos. Essa Reserva tem consumido silenciosamente o orçamento para o meio ambiente e para todas as despesas discricionárias em todos os órgãos.

 

O mecanismo que passa muitas vezes despercebido no debate público é responsável, por exemplo, pela morte do Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA), que tem, hoje, quase todo recurso destinado ao sacrifício fiscal, ao passo em que os problemas associados à destruição ambiental só crescem no Brasil. O FNMA tem previsto no PLOA 2023 apenas R$ 36 milhões dos quais R$ 33 milhões, ou seja, 90% estão aprisionados na Reserva de Contingência.

 

Vale lembrar que esse Fundo foi criado em 1989 com a missão de contribuir com o financiamento da implementação da Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA (Lei Nº 6.938/81). O FNMA é destinado para todos os biomas brasileiros e para o fortalecimento da política ambiental de estados e municípios. A escala nacional e a plasticidade para apoiar diferentes agendas tornam o fundo potencialmente relevante como instrumento de financiamento da Política Nacional de Meio Ambiente.

 

Fundo Amazônia

 

No ano da criação do Dia da Amazônia, também foi criado – em meio a 13ª Conferência das Partes da Convenção da ONU para o Clima (COP13) – um fundo específico para a maior floresta do mundo. Contudo, do total de recursos recebidos no período – R$ 4,8 bilhões, considerando os rendimentos gerados -, apenas R$ 1,43 bilhão foi desembolsado até hoje.

 

Com 102 projetos aprovados, 27 projetos concluídos, existe um caixa acumulado de R$ 3,3 bilhões. Mesmo com uma carteira de 42 projetos em consulta e 14 projetos em análise, nada mais foi alocado em novos projetos, em função da sua paralisação desde 2019.

 

Há que se reconhecer que são montantes relevantes para a agenda socioambiental, dado o triste cenário de restrição de recursos públicos.

 

Leia mais

 

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Meio ambiente tem pior orçamento em dez anos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU