Fontes ucranianas: “Este é o comandante responsável pelo massacre de Bucha”

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08 Abril 2022

 

De acordo com voluntários que informam sobre a guerra, trata-se do tenente-coronel Omurbekov Asanbekovich da 64ª Brigada de Artilharia Motorizada da unidade militar 51460. Divulgados fotos, número de telefone e e-mail.

 

A reportagem é publicada por RaiNews, 06-04-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

Omurbekov Asanbekovich é o nome do comandante das tropas russas consideradas responsáveis pelo massacre de Bucha.

Em 31 de março, soldados liderados pelo tenente-coronel Omurbekov Azatbek desmobilizaram a cidade, deixando para trás o horror de cadáveres de civis pelas ruas, jogados em valas comuns e executados com um tiro na nuca e com as mãos amarradas.

Os ativistas do InformNapalm, a iniciativa de voluntariado que informa os cidadãos ucranianos e o público estrangeiro sobre a guerra, revelaram a identidade do comandante no Telegram. Os voluntários também publicaram o endereço de e-mail e o número de telefone de Asanbekovich, que obviamente, a partir desta manhã, parece estar desligado.

 

 

O InformNapalm reúne um coletivo de voluntários internacionais que investigam usando principalmente fontes abertas. "Descobrimos que, segundo informações preliminares, foi ele quem cometeu os crimes de guerra" é a declaração dos voluntários.

Do tenente-coronel de 41 anos, responsável por mais de 400 mortes, o InformNapalm também postou a foto e o endereço de casa, uma casa no distrito oriental russo de Khabarovsk. "Estamos particularmente gratos à nossa fonte na Geórgia, Irakli Komaxidze, que está fazendo um trabalho excepcional na Osint (inteligência de código aberto, ndr)", especificam os voluntários.

O comandante da unidade militar 51460, 64ª brigada de fuzileiros motorizados, tem os olhos alongados dos buriates: a maior minoria étnica de origem mongol da Sibéria, a área de onde a unidade militar partiu para fazer guerra à Ucrânia, exatamente de Knyaze-Volkonskoye, no extremo leste da Rússia.

Voluntários do InformNapalm, citados pela UNIAN, agência de notícias ucraniana, anunciam a publicação de dados, arquivos e explicações sobre como encontrar o comandante russo.

 

 

"Todos os criminosos de guerra serão processados e levados à justiça pelos crimes cometidos contra civis ucranianos", diz o comunicado da Direção principal da Inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia, publicado em seu site. E, abaixo, a lista detalhada de 87 páginas com os nomes, sobrenomes, patente militar, data de nascimento e detalhes do passaporte dos mais de 1.600 soldados russos considerados envolvidos no massacre de Bucha. Tropas que, em parte, respondem ao tenente-coronel Asanbekovich. "Açougueiros", como o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky os definiu hoje.

Entre os sobrenomes dos soldados identificados, muitos pertencem à Chechênia.

Impressionante ver as fotos de alguns militares: jovens sorridentes com olhos amendoados que poderiam fazer pensar em "A banalidade do mal: Eichmann em Jerusalém", o ensaio de Hannah Arendt onde a autora desenvolve a ideia de que o mal perpetrado pelos responsáveis pelo Holocausto não nascia de uma índole maligna, mas de uma completa inconsciência das próprias ações.

Segundo os ativistas, com base nas informações recebidas, foram os militares da unidade 51460 que cometeram “crimes de guerra chocantes”. Enquanto o governo ucraniano - que considera a morte de Bucha um crime de guerra a ser levado ao Tribunal Penal Internacional de Haia - acusa a Rússia de genocídio, pela boca do prefeito de Kiev, Vitaly Klitschko, mas não confirma as informações relativas ao comandante Asanbekovich.

Os moradores de Bucha disseram ao site Obozrevatel: "Os soldados russos simplesmente foram de pátio em pátio atirando em todos. Entre eles reconhecemos buriates com os olhos estreitos e longados".

Alguns analistas sugerem que as brutalidades de Bucha sejam compatíveis com a forma de intervenção dos batalhões chechenos pró-Rússia, mas que é difícil pensar que Asanbekovich tenha operado em total autonomia, sem responder aos seus superiores.

Para Moscou, ao contrário, aqueles cadáveres são propaganda: uma encenação do Ocidente e da Ucrânia.

 

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