Os lefebvrianos acusam o Papa de executar “uma extinção programada” da missa tradicional

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20 Julho 2021

 

“Enquanto dezenas de padres, muitas vezes apoiados por seus bispos, burlaram a Congregação para a Doutrina da Fé ao ‘abençoar’ os casais homossexuais sem nenhuma reação romana exceto uma aprovação velada de Francisco por meio de sua mensagem ao padre jesuíta James Martin, os futuros padres serão estreitamente vigiados se consideram a possibilidade de celebrar segundo a Missa de São Pio V”. A Fraternidade de São Pio X, o último grupo cismático da Igreja Católica, acusou o Papa Francisco de “uma extinção programada” da missa tradicional com sua decisão de suprimir, salvo contadas exceções, as missas em latim e de costas ao povo, segundo o rito anterior ao Concílio Vaticano II.

A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 20-07-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

“Evidentemente, é mais fácil ocultar sua falta de autoridade aterrorizando os fiéis que não resistirão, que controlar o cisma alemão. Como se não houvesse nada mais urgente que golpear a esta parte do rebanho...”, destaca a FSSPX em um duríssimo comunicado, no que defende que “o Papa praticamente diz que a missa antiga é um vírus perigoso do qual é necessário se proteger”. Uma norma que, em sua opinião, torna-se “inválida” e não deve ser obedecida.

Na opinião dos rigoristas, “novo motu proprio executa uma eliminação. Ilustra a precariedade do magistério atual e indica a data de caducidade de Summorum pontificum, de Bento XVI, que nem sequer poderá celebrar seu décimo quinto aniversário. Tudo, ou quase tudo, em Summorum pontificum, foi dispersado, abandonado ou destruído”.

 

“A missa deve desaparecer”

Em um estranho paralelismo sobre espécies em extinção e zoológicos, que recorre todo o artigo, os lefebvrianos lamentam que “enquanto Francisco se torna o defensor das espécies animais ou vegetais em perigo de extinção, decide e promulga a extinção daqueles que estão apegados ao rito imemorial da Santa Missa. Esta espécie já não tem direito à vida: deve desaparecer. E utilizarão de todos os meios para conseguir este resultado”.

Ainda, chamam os bispos que executarem o motu proprio de “carcereiros”, e defende que a missa tradicionalista tornou-se em “uma prisão”. “Enquanto o Papa não deixa de se ocupar de todo tipo de migrantes, nas prisões que instala fica estritamente proibida qualquer tipo de intrusão”, acrescenta o texto, que chega a comparar a proibição do rito pré-conciliar com a esterilização forçada ou, inclusive, a eutanásia.

 

“Não é uma lei da Igreja”

“A impressão geral que surge destes documentos – motu proprio e carta adjunta do Papa – dá a impressão de um sectarismo acompanhado de um abuso de poder manifesto”, argumentam os cismáticos, que acrescentam que a “Missa Tradicional pertence à parte mais íntima do bem comum na Igreja, portanto, restringi-la, jogá-la aos guetos e, em última instância, planejar sua desaparição, não pode ter nenhuma legitimidade”.

“Esta lei não é uma lei da Igreja, porque, como diz São Tomás, uma lei não pode ser válida se atenta contra o bem comum”, constata o escrito, que insiste em que os católicos “não possam aceitá-la”. “Este motu proprio, que tarde ou cedo terminará no esquecimento da história da Igreja, não é uma boa notícia em si mesmo: marca um freio, por parte da Igreja, na reapropriação de sua Tradição, e atrasará o fim da crise que durou mais de sessenta anos”, concluem.

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