“Se os bispos pedissem padres casados, o Papa aceitaria”, afirma cardeal Kasper

Mais Lidos

  • “O sínodo é como uma atualização do Vaticano II para o terceiro milênio”. Entrevista com Massimo Faggioli

    LER MAIS
  • Vattimo, Cristianismo, a verdade. Artigo de Flavio Lazzarin

    LER MAIS
  • Os de cima vêm com tudo. Artigo de Raúl Zibechi

    LER MAIS

Newsletter IHU

Fique atualizado das Notícias do Dia, inscreva-se na newsletter do IHU


Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

06 Junho 2019

O cardeal Walter Kasper dá uma no cravo e outra na ferradura. O presidente emérito do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos descartou por completo a ordenação de mulheres, já que ao adotá-la a Igreja se situaria fora de uma tradição milenar que reserva o sacerdócio apenas para os homens, ao mesmo tempo que abriu a porta para a ordenação de homens casados.

A reportagem é publicada por Religión Digital, 04-06-2019. A tradução é de André Langer.

“Com base no Novo Testamento, há uma tradição ininterrupta não só na Igreja Católica, mas em todas as Igrejas do primeiro milênio, segundo a qual a ordenação e a consagração são reservadas apenas aos homens”, disse Kasper ao jornal Frankfurter Rundschau, de acordo com o sítio da internet dos bispos alemães, katholisch.de.

Mas, embora haja “pouco movimento atualmente” em relação inclusive ao diaconato feminino – depois que o Papa Francisco colocara um freio na ideia no voo de volta de sua recente viagem à Bulgária e à Macedônia –, ainda há coisas que a Igreja pode fazer e deve fazer para reconhecer a contribuição das mulheres, sem a qual qualquer diocese ou paróquia “entraria em colapso amanhã”, destacou Kasper.

“Parece-me mais importante que hoje – agentes de pastoral e ministras, assistentes da comunhão e professoras, na Caritas e na catequese, na teologia e na administração – façam dez vezes mais do que faziam as diaconisas”, observou o cardeal alemão, que considerou “importante” que se torne este serviço mais visível e que seja reconhecido publicamente.

A Igreja deve responder às legítimas demandas das mulheres por mais protagonismo e “dar os passos possíveis o mais rápido possível” às suas demandas, defendeu, enfatizando, por outro lado, que a solução não passa por greves eucarísticas como a da Campanha “Maria 2.0”, as organizadoras que o cardeal criticou por “instrumentalizar a Santíssima Virgem Maria”.

“O celibato não é um dogma”

Embora Kasper, desse modo, tenha jogado água fria sobre a possibilidade de a Igreja ordenar mulheres, não fez o mesmo com relação à ordenação de homens casados. Precisamente porque o celibato obrigatório, ao contrário do sacerdócio masculino, é uma mera disciplina que a Igreja adotou, razão pela qual pode ser alterada pelo Papa, e isso talvez já no próximo Sínodo para a Amazônia, em outubro deste ano.

“Se os bispos concordassem por consentimento mútuo ordenar homens casados – os chamados viri probati –, na minha opinião, o Papa aceitaria”, explicou Kasper, já que “o celibato... não é um dogma, não é uma prática inalterável”. “Sou, pessoalmente, muito favorável a manter o celibato como modo de vida obrigatório com um compromisso indiviso à causa de Jesus Cristo, mas isso não exclui que um homem casado possa realizar um serviço sacerdotal em situações especiais”, concluiu o cardeal.

Leia mais

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

“Se os bispos pedissem padres casados, o Papa aceitaria”, afirma cardeal Kasper - Instituto Humanitas Unisinos - IHU