"Francisco, o Papa das periferias". Um especial da televisão italiana

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18 Agosto 2017

"O estilo que adotou é o da inclusão, em relação a todas as categorias humanas, abraça as preocupações reais das pessoas e isso acaba se deparando também com muitas dificuldades, porque nem todo mundo vê o papel da Igreja dessa forma". Essas são as palavras de monsenhor Silvano Tomasi, do Dicastério de Serviços para o Desenvolvimento Humanos Integral, ex-Núncio Apostólico e Observador permanente da Santa Sé na ONU, sobre o especial "Francisco, o Papa das periferias" para a Rai Vaticano, produzido por Massimo Milone, que será transmitido pela Rai Uno, sexta-feira 25 de agosto às 24h (reprise na Rai Storia, domingo, 27 de agosto às 12h e, no exterior, nos canais da RAI Itália), assinado por Filippo Di Giacomo. Conhecedor experiente da pastoral dos migrantes, tanto os EUA como na Santa Sé, Monsenhor Tomasi enfatiza o caráter inovador do Magistério do Papa Francisco, mas que se conserva na esteira de uma tradição sempre viva da Doutrina Social da Igreja

A informação é publicada por  Il Mattino, 10-08-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.

"O Papa Francisco segue na esteira da Doutrina Social da Igreja - afirma Mons. Tomasi, que recentemente publicou pela Cambridge University Press, uma coletânea de seus discursos nas Nações Unidas "The Vatican in the family of Nations"- que parte de Leão XIII e chega aos dias de hoje. Ele vê o desenvolvimento exatamente como definido por Paulo VI, há 50 anos na grande encíclica Populorum Progressio, ou seja, que o desenvolvimento de cada pessoa é de toda a pessoa. Um desenvolvimento que abraça e não exclui os pobres e os menos pobres: não é uma abordagem de classe, mas uma abordagem de família, onde pais, filhos, tios e avós são todos parte de uma mesma comunidade, de um mesmo amor". Mas no que consistem essas "periferias"? Favelas, bidonvilles, slums, barracopolis: aglomerados de casas sem eletricidade, sem água, sem esgoto, sem estradas. É desses lugares que fogem as centenas de milhares de imigrantes que desafiam desertos e mares para procurar uma vida melhor. É um povo enorme, oprimido por uma história manipulada por poucos, poucos poderosos que, inclusive, escondem suas caras nas salas silenciosas e confortáveis dos poderes financeiros e geopolíticos.

"O Papa Francisco - como explica monsenhor Sanchez Sorondo, argentino e chanceler da Pontifícia Academia das Ciências - chama a atenção para a justiça social quando se encontra com os poderosos. Porque a Igreja tem a obrigação de pedir justiça para aqueles que sofrem e correm o riso de acabar sendo imigrantes, pobres, escravos ". Mas as periferias, hoje, também estão no centro da nossa Europa. Uma terra que perdeu a primazia do desenvolvimento integral do homem e agora tem dificuldade de se abrir a todos aqueles que batem às suas portas. "Hoje a periferia do catolicismo parece a Europa – segundo as palavras de Massimo Franco, jornalista e escritor - porque a América Latina que era uma terra de missão torna-se uma terra que envia os missionários para a Europa para re-evangelizar uma Europa que perdeu a bússola do Cristianismo. Nesse contexto, a figura do Papa Francisco parece ser uma grande oportunidade".

Uma revolução cultural, esta, que se mostra difícil também para aqueles que ainda cultivam os sonhos e anseios de uma Igreja que assume um papel no centro e, do centro, quer influenciar a sociedade. O Papa Francisco deixou claro que "as grandes mudanças na história foram realizadas quando a realidade não era vista a partir do centro, mas da periferia. É uma questão hermenêutica: só é possível entender a realidade quando é vista da periferia, e não quando o nosso olhar está situado num centro equidistante de tudo". O especial "Francisco, o Papa das periferias": produção Massimo Milone, redação Filippo Di Giacomo, edição Pier Luigi Lodi, produção executiva Milvia Licari, direção Nicola Vicenti.

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