A indústria automotiva está se preparando para a grande mudança: as pessoas deixarão de ter carro

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05 Julho 2017

Deixaremos de ter carro? Muitos acreditam que é uma despesa absurda e que existem outros modelos mais eficientes.

A reportagem é de Guillermo Veja, publicada por El País, 03-07-2017. A tradução é de Henrique Denis Lucas.

Talvez a maior mudança que percorrerá a indústria do automóvel é que ao longo do tempo deixemos de ter carro. A razão? O veículo compartilhado e o veículo autônomo podem estar mudando o modelo da indústria automóvel.

O diretor da Blablacar, Jaime Rodríguez, já havia anunciado: "Em breve não fará sentido ter carro nas cidades". Ele admite que as viagens para fora da cidade são outra coisa, mas que será necessário "um modelo diferente para quem faz viagens intermunicipais". Uma decisão que pode levar a um benefício para nós: segundo o coordenador de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS, Carlos Dora, "todo o planejamento urbano no mundo é pensado para carros. As pessoas não importam."

O responsável pelo Blablacar não está sozinho ao lançar esta reflexão. Um relatório recente da Rethink X, um think tank independente dedicado ao estudo de rupturas tecnológicas na sociedade, chegou a definir uma data para essa mudança de paradigma: 2030. Nesse ano, as vendas de automóveis haverão caído em 80%, de acordo com seus cálculos. Até então, 95% da quilometragem percorrida de carro será feita em carros elétricos, e será comum considerar transporte como serviço, algo semelhante ao que já acontece com o software (a tendência não é comprar um programa de computador, mas alugá-lo por mês).

Com esta nova quebra nos transportes, uma família média estadunidense poderia economizar US$ 5.600 em custos de transporte, o que seria um aumento salarial de 10%.

Há dados que demonstram essa possibilidade. Em média, os carros vendidos nos EUA permanecem estacionados por 95% de sua vida útil. Os aviões, apenas 50%. Este dado melhoraria drasticamente com o consumo colaborativo, embora os modelos que estão se impondo na Europa (especialmente na Espanha) não convençam. É o que garante o diretor geral da empresa no Sul da Europa, Carles Lloret. Para que este futuro chegue, será necessária uma automação total dos transportes, o que poderia diminuir até 80% do custo. Aliás, vai começar uma corrida para maximizar a eficiência do transporte, popularizando modelos como Uber Pool e Lyft Line. Cada vez que o Uber consegue juntar duas pessoas em um carro, os custos de capital se reduzem em 50%.

Waymo, a empresa de carros sem motorista do conglomerado Aphabet Inc., que também inclui o Google, lançou nesta terça-feira em Phoenix (Arizona, EUA) seu primeiro teste aberto ao público de veículos autônomos. A Apple anunciou seu projeto de carro autônomo. Os dois grandes da indústria estadunidense (com a permissão de Tesla), General Motors e Ford, deram início a projetos para lançar seus carros autônomos no mercado. A Ford foi a primeira empresa em todo o mundo do motor a participar da CES, a maior feira de tecnologia. Esta aposta fez com que eles fossem os únicos aptos a colocar o carro sem motorista no mercado com uma data específica: 2021. A General Motors é aliada da Lyft e vai testar um serviço de transporte em sua terra natal, Detroit. O Uber faz o mesmo em cidades como Pittsburgh e São Francisco.

Algumas cidades realmente começam a se preparar para esse novo futuro. São Francisco, por exemplo, começa a transformar os lugares de estacionamento em zonas de descanso para pedestres. Será preciso escolher: na América só existem seis lugares de estacionamento por carro.

Mas nem todo mundo é tão otimista. Há think tanks que garantem que as frotas de carros elétricos mal chegarão a 2% da frota total até os próximos 25 anos. É claro que este relatório foi obra da indústria de petróleo Exxon Mobil. Outra voz, a Sloan Automotive Laboratory, do MIT, prevê que 17% dos carros vendidos serão recarregáveis em 2050.

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