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A Ostpolitik fracassou. Foi superada

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22 Julho 2016

Na década de 1960, os papas João XXIII e Paulo VI deram início a uma nova abordagem do Vaticano junto aos países por trás da cortina de ferro, a Ostpolitik. De acordo com o seu arquiteto-chefe e agente, Dom Agostino Casaroli, o objetivo estratégico da Ostpolitik era encontrar um modus non moriendi – um modo de não morrer – para Igreja Católica nos países do Pacto de Varsóvia. A tática incluía uma cessação de todas as críticas públicas do Vaticano aos regimes comunistas e negociações intermináveis com governos comunistas. Os resultados foram mínimos, para não dizer outra coisa.

O artigo é de George Weigel, pesquisador do Centro de Ética e Política Pública, de Washington, DC, onde leciona na cátedra William E. Simon de Estudos Católicos, publicado por First Things, 21-07-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

A Ostpolitik chegou perto de destruir o catolicismo na Hungria, onde, em meados da década de 1970, a chefia da Igreja estava nas mãos do – e era operada pelo – partido comunista húngaro, que também estava no controle de fato do Colégio Húngaro, em Roma.

Na Tchecoslováquia, a Ostpolitik desempoderou ativistas católicos dos direitos humanos; nada fez por aquelas bravas almas católicas que resistiram ao regime; e fortaleceu um grupo de colaboradores clericais que serviam como uma fachada para o Partido Comunista e suas repressões.

Na Alemanha oriental, a Ostpolitik não poderia causar muitos danos porque este já havia sido feito.

Na Polônia, a Ostpolitik contou com uma resistência hábil do primaz no país, o Cardeal Stefan Wyszynski, que trabalhou em conjunto com o homem que se tornaria o Papa João Paulo II, o Cardeal Karol Wojtyla. No entanto, apesar das críticas bem-fundamentadas dos poloneses à Ostpolitik, diplomatas vaticanos continuamente tentaram deslocar Wyszynski, negociador astuto e cabeça-dura, tirando-o do posto de interlocutor da Igreja junto ao regime.

Um prejuízo grave deu-se em Roma também. Aí, a Ostpolitik levou a uma forte penetração de agências de inteligência secreta comunistas no Vaticano, incluindo a KGB, a Stasi (da Alemanha Oriental), a StB (da Checoslováquia), a SB (agência polonesa) e a AVH (húngara). Durante o Concílio Vaticano II, a SB tentou minar o Cardeal Wyszynski preparando e circulando, entre todos os padres conciliares, um memorando que questionava a ortodoxia do primaz polonês. Nos anos seguintes ao Concílio, agentes do bloco comunista operavam em órgãos e na imprensa vaticanos, comprometendo exatamente as negociações tão valorizadas por Casaroli e seus apoiadores.

Tudo isso está bem-documentado graças a materiais hoje disponíveis nos arquivos dos órgãos de segurança estatais geridos pelos regimes comunistas. Congressos promovidos por pesquisadores acadêmicos vêm peneirando as provas e analisando os métodos empregados; livros foram publicados explorando esta história fascinante – pra não dizer de mau gosto. O segundo volume da minha biografia de João Paulo II, intitulada “The End and the Beginning”, trouxe pela primeira vez para o público mundial novos detalhes da guerra comunista contra a Igreja durante a Ostpolitik.

Não obstante, importantes diplomatas do Vaticano continuam a insistir, ainda hoje, que a Ostpolitik foi um sucesso: um sucesso tão grande que atualmente está servindo de modelo para a diplomacia vaticana no século XXI ao redor do mundo.

Ora, nenhum aluno sério que se volte a este tema julga ter sido a Ostpolitik um sucesso. Estes que afirmam ter sido um evento bem-sucedido são ou deliberadamente ignorantes, ou são obtusos e indispostos a aprender com o passado – ou ainda todas as opções.

Quanto à “nova Ostpolitik”, onde estarão os seus exemplos de sucesso?

Na Síria, onde dezenas de milhares de pessoas morreram e uma crise de refugiados maciça emergiu desde que a Santa Sé montou uma campanha contra a intervenção militar para lidar com o ditador assassino, Bashar al-Assad? 

Na Ucrânia, onde a Santa Sé ainda tem de descrever uma invasão brutal, e cada vez mais letal, russa à parte oriental do país? 

Em Cuba, onde a situação só piorou para os ativistas católicos dos direitos humanos após as visitas dos papas Bento XVI e Francisco? 

Nos países bálticos, onde a intimidação russa, a desinformação e provocações estão deixando os católicos lituanos bastante nervosos e ao que a Santa Sé mantém-se em silêncio? 

Na Venezuela, país católico a desmoronar sob o regime maluco de Nicolas Maduro, sucessor do ainda mais odioso Hugo Chávez?

O Papa Francisco quer, justamente, redefinir muitas das posturas tomadas pela Cúria Romana. As posturas que orientam a diplomacia vaticana, hoje, precisam urgentemente de uma reconfiguração. Esta reconfiguração deve começar com o reconhecimento franco de que, seja qual tenha sido a sua intenção, a Ostpolitik de João XXIII, Paulo VI e Agostini Casaroli foi um fracasso. Por quê? 

Porque esteve baseado numa análise errônea de como o Vaticano deveria lidar com os regimes ditatoriais e porque, hoje, baseia-se numa incompreensão do poder da Igreja na política mundial, que é um poder moral, não político ou diplomático.

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A Ostpolitik fracassou. Foi superada

 

Na década de 1960, os papas João XXIII e Paulo VI deram início a uma nova abordagem do Vaticano junto aos países por trás da cortina de ferro, a Ostpolitik. De acordo com o seu arquiteto-chefe e agente, Dom Agostino Casaroli, o objetivo estratégico da Ostpolitik era encontrar um modus non moriendi – um modo de não morrer – para Igreja Católica nos países do Pacto de Varsóvia. A tática incluía uma cessação de todas as críticas públicas do Vaticano aos regimes comunistas e ​​negociações intermináveis com governos comunistas. Os resultados foram mínimos, para não dizer outra coisa.

 

O artigo é de George Weigel, pesquisador do Centro de Ética e Política Pública, de Washington, DC, onde leciona na cátedra William E. Simon de Estudos Católicos, publicado por  First Things, 21-07-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

 

A Ostpolitik chegou perto de destruir o catolicismo na Hungria, onde, em meados da década de 1970, a chefia da Igreja estava nas mãos do – e era operada pelo – partido comunista húngaro, que também estava no controle de fato do Colégio Húngaro, em Roma.

 

Na Tchecoslováquia, a Ostpolitik desempoderou ativistas católicos dos direitos humanos; nada fez por aquelas bravas almas católicas que resistiram ao regime; e fortaleceu um grupo de colaboradores clericais que serviam como uma fachada para o Partido Comunista e suas repressões.

 

Na Alemanha oriental, a Ostpolitik não poderia causar muitos danos porque este já havia sido feito.

 

Na Polônia, a Ostpolitik contou com uma resistência hábil do primaz no país, o Cardeal Stefan Wyszynski LINK, que trabalhou em conjunto com o homem que se tornaria o Papa João Paulo II, LINK o Cardeal Karol Wojtyla. No entanto, apesar das críticas bem-fundamentadas dos poloneses à Ostpolitik, diplomatas vaticanos continuamente tentaram deslocar Wyszynski, negociador astuto e cabeça-dura, tirando-o do posto de interlocutor da Igreja junto ao regime.

 

Um prejuízo grave deu-se em Roma também. Aí, a Ostpolitik levou a uma forte penetração de agências de inteligência secreta comunistas no Vaticano, incluindo a KGB, a Stasi (da Alemanha Oriental), a StB (da Checoslováquia), a SB (agência polonesa) e a AVH (húngara). Durante o Concílio Vaticano II, a SB tentou minar o Cardeal Wyszynski preparando e circulando, entre todos os padres conciliares, um memorando que questionava a ortodoxia do primaz polonês. Nos anos seguintes ao Concílio, agentes do bloco comunista operavam em órgãos e na imprensa vaticanos, comprometendo exatamente as negociações tão valorizadas por Casaroli e seus apoiadores.

Tudo isso está bem-documentado graças a materiais hoje disponíveis nos arquivos dos órgãos de segurança estatais geridos pelos regimes comunistas. Congressos promovidos por pesquisadores acadêmicos vêm peneirando as provas e analisando os métodos empregados; livros foram publicados explorando esta história fascinante – pra não dizer de mau gosto. O segundo volume da minha biografia de João Paulo II, intitulada “The End and the Beginning”, trouxe pela primeira vez para o público mundial novos detalhes da guerra comunista contra a Igreja durante a Ostpolitik.

 

Não obstante, importantes diplomatas do Vaticano continuam a insistir, ainda hoje, que a Ostpolitik foi um sucesso: um sucesso tão grande que atualmente está servindo de modelo para a diplomacia vaticana no século XXI ao redor do mundo.

 

Ora, nenhum aluno sério que se volte a este tema julga ter sido a Ostpolitik um sucesso. Estes que afirmam ter sido um evento bem-sucedido são ou deliberadamente ignorantes, ou são obtusos e indispostos a aprender com o passado – ou ainda todas as opções.

 

Quanto à “nova Ostpolitik”, onde estarão os seus exemplos de sucesso?

 

Na Síria, onde dezenas de milhares de pessoas morreram e uma crise de refugiados maciça emergiu desde que a Santa Sé montou uma campanha contra a intervenção militar para lidar com o ditador assassino, Bashar al-Assad?

 

Na Ucrânia, onde a Santa Sé ainda tem de descrever uma invasão brutal, e cada vez mais letal, russa à parte oriental do país?

 

Em Cuba, onde a situação só piorou para os ativistas católicos dos direitos humanos após as visitas dos papas Bento XVI e Francisco?

 

Nos países bálticos, onde a intimidação russa, a desinformação e provocações estão deixando os católicos lituanos bastante nervosos e ao que a Santa Sé mantém-se em silêncio?

 

Na Venezuela, país católico a desmoronar sob o regime maluco de Nicolas Maduro, sucessor do ainda mais odioso Hugo Chávez?

 

O Papa Francisco quer, justamente, redefinir muitas das posturas tomadas pela Cúria Romana. As posturas que orientam a diplomacia vaticana, hoje, precisam urgentemente de uma reconfiguração. Esta reconfiguração deve começar com o reconhecimento franco de que, seja qual tenha sido a sua intenção, a Ostpolitik de João XXIII, Paulo VI e Agostini Casaroli foi um fracasso. Por quê?

 

Porque esteve baseado numa análise errônea de como o Vaticano deveria lidar com os regimes ditatoriais e porque, hoje, baseia-se numa incompreensão do poder da Igreja na política mundial, que é um poder moral, não político ou diplomático.


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