Francisco manifesta-se veementemente contra pedofilia na Igreja, dizendo que os abusadores devem ser “severamente” punidos

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02 Mai 2016

O Papa Francisco manifestou-se com veemência contra o abuso sexual de crianças num discurso semanal na Praça de São Pedro no domingo, chamando de uma “tragédia” esse tipo de abuso e dizendo que a Igreja não pode tolerar o assunto e que “devemos punir severamente os abusadores”.

Cumprimentando os membros de uma associação italiana que trabalha com a prevenção de casos de pedofilia na Igreja e que estiveram presentes na Praça para acompanhar recitação da oração do Regina Coeli, o pontífice agradeceu-os pelo trabalho realizado.

“Esta é uma tragédia”, disse ele de improviso, estendendo os braços direto da janela do palácio apostólico na Praça de São Pedro. “Não devemos tolerar abusos de menores, temos de defender os menores e devemos punir severamente os abusadores”.

Há décadas, a Igreja Católica tem se estado envolvida em escândalos por sua forma de lidar com clérigos abusadores sexuais, com sobreviventes e autoridades públicas dizendo que membros da hierarquia acobertaram crimes no intuito de proteger a instituição pondo em risco bem-estar de pessoas vulneráveis.

A reportagem é de Joshua J. McElwee, publicada por National Catholic Reporter, 01-05-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

Embora Francisco não tenha mencionado especificamente a Igreja ou a sua resposta a estes casos de abuso, ele falou no plural usando um tom notoriamente forte.

Esta fala do Papa Francisco veio num discurso em que ele mencionou o que chama de a “espiral da violência” contínua na Síria, onde um hospital na cidade de Aleppo, que conta com a presença do grupo internacional Médicos Sem Fronteiras, foi bombardeado na quinta-feira, resultando na morte de, pelo menos, 55 civis.

O papa falou ter recebido a notícia com “uma profunda tristeza”, dizendo que o bombardeio ceifou a vida de crianças, doentes “e daqueles que, com grande sacrifício, estavam comprometidos em prestar ajudo ao próximo”.

“Exorto todas as partes envolvidas no conflito a respeitar o cessar das hostilidades e a reforçar o diálogo em andamento, único caminho que conduz à paz”, disse Francisco.

No início de sua fala, Francisco refletiu sobre a leitura do Evangelho do Dia, em que Jesus adverte os seus discípulos que ele terá de deixá-los, porém lhes assegura que o Espírito Santo irá permanecer em seu meio.

“Nós não estamos sozinhos”, disse ele. “Jesus está perto de nós, no meio de nós, dentro de nós!”

“O Espírito (…) age na nossa vida”, continuou. “Ele nos guia no modo de pensar, de agir, de distinguir aquilo que é bem e o que é mal, nos ajuda a praticar a caridade de Jesus, o seu doar-se aos outros, especialmente aos mais necessitados”.

Ainda que Francisco tenha criado a primeira comissão pontifícia dedicada exclusivamente à proteção dos menores na Igreja, ele vem estando sob críticas por não falar abertamente sobre o assunto de forma mais severa e não agir veementemente contra os abusadores e aqueles que acobertaram casos de abuso.

Embora o Vaticano tenha anunciado em junho passado que o papa aprovara novas diretrizes para um sistema de responsabilização dos bispos que não lidarem adequadamente com as acusações de abusos sexuais cometidos pelo clero, não houve desde então nenhuma notícia sobre o tema.

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