"Linguagem sexista" do novo missal em inglês?

Mais Lidos

  • “A destruição das florestas não se deve apenas ao que comemos, mas também ao que vestimos”. Entrevista com Rubens Carvalho

    LER MAIS
  • Povos Indígenas em debate no IHU. Do extermínio à resistência!

    LER MAIS
  • “Quanto sangue palestino deve fluir para lavar a sua culpa pelo Holocausto?”, questiona Varoufakis

    LER MAIS

Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

14 Setembro 2011

As mulheres católicas deveriam escrever aos bispos de toda a Irlanda em protesto contra a linguagem sexista na nova versão do Missal Romano, disse um dos fundadores da Associação de Padres Católicos.

A reportagem é de Fiona Gartland, publicada no sítio do jornal The Irish Times, 12-09-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Enquanto a primeira de muitas mudanças da missa era introduzida nas igrejas do país, O Pe. Seán McDonagh disse que ficou óbvio a partir da linguagem do novo missal que nem uma única mulher havia sido consultada enquanto o texto estava sendo elaborado.

As mudanças em algumas orações e respostas foram introduzidos nas missas ontem pela primeira vez, incluindo a nova formulação do Ato Penitencial, do Glória e da Profissão de Fé. Elas marcam o início da introdução de uma nova tradução do missal, que será usado em sua totalidade a partir do dia 27 de novembro [início do Advento].

Os críticos afirmam que a nova versão, que inclui usos múltiplos de "homem" e "homens" para se referir tanto a homens quanto a mulheres, é sexista. Respostas como "and with your spirit" ["e com o teu espírito"] para substituir "and also with you" ["e também contigo"; no Brasil, "Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo"], foram criticadas como arcaicas. E o uso de palavras como "consubstancial" para substituir "one being with" [um ser com] foi rotulado de elitista e obscuro.

O Pe. McDonagh disse que era lamentável que os padres tenham que lutar uma batalha linguística acerca da inclusão, quando ela deveria ser dada por óbvia. "As mulheres deveriam escrever para os seus bispos e dizer-lhes: "Eu não sou um homem"", disse.

Do lado de fora da igreja de São Vicente de Paulo, em Marino, norte de Dublin, onde o Símbolo dos Apóstolos não incluiu a frase "For us men and for our salvation" ["Por nós homens e para nossa salvação"], os paroquianos tinham sentimentos mistos sobre as mudança.

Phyllis Sparks, de 92 anos, considerou as mudanças desnecessárias e disse que haviam sido introduzidas por "velhos tolos" de Roma.

"Eu me considerava uma fiel católica romana, mas não sou mais. Estou muito decepcionada com eles", afirmou.

Philip Walshe disse que as mudanças de ontem não o incomodaram muito. "Não houve muito sobre o que falar esta manhã, mas eu ouvi pessoas dizerem que haverá muitas referências aos homens e não o suficiente para as mulheres. Por isso, vamos ter que ver mais adiante", disse.

Bernadette Fearon disse que ninguém gosta de mudar, mas, com o tempo, as pessoas se acostumariam com isso.

Amy Keogh disse que, no início, ela não gostou da ideia e pensou que as mudanças estavam sendo ditadas de Roma. "Mas, tendo estado na missa, eu acho que está tudo bem", disse ela.

O Pe. Kevin Doran disse que uma vantagem da nova redação é que ela leva as pessoas a se concentrar no que elas estão dizendo e no que lhes é dito. "Em alguns dias, eu acho que eu poderia dizer "bife com ovos" e as pessoas responderiam "and also with you" [a formulação antiga]", brincou.

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

"Linguagem sexista" do novo missal em inglês? - Instituto Humanitas Unisinos - IHU