21 Fevereiro 2014
O problema é definir "a missão do IOR" dentro da "missão da Igreja" mais ampla. O padre Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa vaticana, resume assim a longa reunião que, na manhã dessa terça-feira, em Santa Marta, reuniu os oito cardeais conselheiros do papa junto com os membros da comissão referente sobre o Instituto para as Obras de Religião.
A reportagem é de Matteo Matzuzzi, publicada no jornal Il Foglio, 19-02-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
De um lado, Maradiaga e os outros encarregados de refundar a Cúria Romana; de outro, os cardeais Raffaele Farina, Jean Louis Tauran, Dom Juan Ignacio Arrieta (que é o coordenador do organismo), Mons. Peter Welles (o secretário) e Mons. Alfred Xuereb, secretário papal e delegado de Francisco para acompanhar os trabalhos da comissão. A única ausente, a professora Mary Ann Glendon.
O C8 ouviu "com interesse" o relatório da comissão, à qual várias perguntas de aprofundamento foram dirigidas.
Também foram indicadas "algumas possíveis orientações" acerca do futuro do instituto, que tem sede no antigo Torrião de Nicolau V, ao lado do Palácio Apostólico, mas "não foi tomada nenhuma decisão". Até porque a comissão presidida pelo cardeal Farina ainda não concluiu os seus trabalhos.
As hipóteses sobre a mesa são sempre as mesmas já discutidas há um ano durante as congregações que precederam o conclave e que foram também reiteradas por Francisco em intervenções sucessivas: transformação em um banco ético (como tinha proposto, à época, o cardeal Christoph Schönborn, um dos novos membros da comissão cardinalícia de vigilância do IOR), fechamento definitivo ou confirmação da atual organização com a máxima atenção à transparência das contas e das operações.
Não por acaso, o presidente do instituto, Ernst von Freyberg, disse no domingo ao jornal argentino La Nación que não sabe qual será o destino da entidade que ele administra: "Eu não sei o que vai acontecer, não posso fazer especulações sobre a decisão do Santo Padre".
Ainda é cedo, portanto, para pensar na entrada em vigor das grandes reformas estruturais. O cardeal Oscar Maradiaga disse ao jornal francês La Croix que, até o fim de abril, poderia haver um encontro da consulta dos oito para começar a escrever a nova constituição apostólica que substituirá a Pastor Bonus
"Parece-me estranho", disse o Pe. Lombardi. "Os oito cardeais nem sequer terminaram o exame dos pontifícios conselhos", além disso "é preciso mais tempo e aprofundamento". De todos os modos, "seria mais prudente não colocar termos temporais sobre os prazos".
Nessa quarta-feira, entretanto, concluíram-se as reuniões do conselho dos oito, enquanto nessa quinta-feira começaram os dois dias de discussões entre cardeais sobre família e matrimônio. Será um debate livre, sem uma agenda prefixada, sobre os temas objetos do Sínodo extraordinário de outubro e do Sínodo ordinário do próximo ano.
De qualquer forma, o Pe. Lombardi ainda explicou: "O consistório não decidirá nada", mas se limitará a "manifestar-se sobre a matéria".
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Cardeais debatem finanças, reforma da Cúria e família - Instituto Humanitas Unisinos - IHU