Outro vêneto na cúpula, depois de mais de três séculos

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Por: André | 03 Setembro 2013

Semelhanças e diferenças entre os únicos secretários de Estado vênetos da história: Pietro Parolin e o cardeal sobrinho de Alexandre VIII. Ambos no centro de propostas de reforma da cúria, mas em lados opostos.

A reportagem é de Sandro Magister e publicada no sítio Chiesa.it, 02-09-2013. A tradução é de André Langer.

Ao comentar o anúncio da nomeação do arcebispo Pietro Parolin como novo secretário de Estado vaticano, quase ninguém notou que se trata do primeiro vêneto que ocupa esse importante cargo depois de mais de três séculos. Também a analogia com a atualidade é, certamente, interessante.

O primeiro, e até agora o último, eclesiástico do nordeste italiano a se converter no mais estreito colaborador do bispo de Roma no governo da Igreja universal foi efetivamente Giambattista (ou Giovan Battista) Rubini, nascido em Veneza em 1642 e secretário de Estado de outubro de 1689 até o verão de 1691. Além disso, Rubini foi também bispo de Vicenza entre 1684 e 1702, a diocese da qual é originário Parolin.

Mas, a analogia com a atualidade parece terminar aqui, limitando-se ao aspecto puramente geográfico.

Na realidade, Rubini foi nomeado secretário de Estado, e criado cardeal, por Alexandre VIII – nascido Pietro Vitto Ottoboni – que o promoveu imediatamente depois de ter sido eleito pontífice, em 06 de outubro de 1689, em um conclave. Mas Alexandre VIII – também ele vêneto, nascido em Veneza e cujos pais foram Marco Ottoboni e Vittoria Tornielli – era irmão de Cristina Ottoboni, avó (ou mãe, segundo outras fontes) de Rubini.

Tratou-se, em síntese, de um clássico caso de nepotismo.

“O pontificado de Alexandre VIII – afirma-se na Enciclopédia Trecanni dos Papas – viu um exuberante renascimento do nepotismo. Também é possível afirmar que Alexandre VIII foi o último grande pontífice nepotista”.

Mas Rubini manteve o prestigioso cargo por apenas dois anos. Exatamente a duração do pontificado do tio, que morreu em 1º de fevereiro de 1691. Seu sucessor, Inocêncio XII, nascido Antonio Pignatelli, eleito em 12 de julho posterior, substituiu-o rapidamente pelo cardeal romano Fabrizio Spada.

Inocêncio XII empreendeu uma luta implacável contra o nepotismo, que culminou na Bula “Romanum decet pontificem”, de 22 de junho de 1692, uma luta conduzida também – como se afirma sempre na Treccani – com a intenção “de defender a honra da cúria romana, eliminando pela raiz esses abusos que mais facilmente poderiam dar corpo à polêmica anticatólica e anti-romana”.

Voltando aos nossos dias, então, embora nos fatos exista uma analogia geográfica entre os dois únicos secretários de Estado vênetos da história, talvez seja mais forte aquela que vincula, sob a bandeira de uma evidente reforma curial, o Papa Francisco, que hoje convoca para estar ao seu lado o arcebispo Parolin, de Vicenza, com o distante predecessor Inocêncio XII, que, pelo contrário, se livrou rapidamente do bispo de Vicenza que havia herdado como secretário de Estado.

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