Reforma ministerial é 'iminente'

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05 Julho 2013

As mudanças no primeiro escalão do governo federal estão "maduras", segundo relatos de auxiliares próximos da presidente Dilma Rousseff. Embora não exista uma data-limite para a reforma ministerial, as alterações são "iminentes", informa-se nos bastidores do governo, e deve incluir a área econômica.

A reportagem é de Mauro Zanatta e Maíra Magro e publicada pelo jornal Valor, 05-07-2013.

Auxiliar de Dilma resume a conjuntura: se fosse uma gravidez, [a mudança no ministério] teria entrado no nono mês. Pode realmente ser em julho, em meio ao recesso do Congresso, previsto para começar dia 18.

O que move a presidente a acelerar o desfecho dessas trocas cogitadas há muito tempo, informam esses relatos, é sua "preocupação" com a situação da economia e as relações políticas com o Congresso e os movimentos sociais. Além disso, Dilma quer dar respostas mais efetivas à onda de manifestações e protestos de rua que varreram o país em junho, e para isso precisa agilizar a ação em algumas áreas fundamentais do governo às quais, justamente, estão ligadas as reivindicações da sociedade.

É quase certa uma mexida na equipe econômica. Nela, uma mudança que não era esperada surgiu ontem: o ministro Paulo Bernardo, atualmente no Ministério das Comunicações, pode voltar a ocupar o Planejamento em substituição à ministra Míriam Belchior.

No Palácio do Planalto, algumas alterações já começaram, mas no segundo escalão. O ex-secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Alessandro Teixeira, deixou o posto para assumir uma assessoria de gestão no gabinete pessoal da presidente Dilma. Em seu lugar, entrou o então adjunto Ricardo Schaefer. A jornalista Ana Flor assumiu a assessoria especial de informação no gabinete pessoal de Dilma. E Eliana Araújo, assessora de comunicação do ministro Paulo Bernardo, foi para o Palácio, onde substituirá Cintia Nunes, em licença, na assessoria de comunicação da Casa Civil da Presidência.

Antes dessas alterações, o secretário-executivo das Comunicações, Cezar Alvarez, já havia cedido o cargo ao então secretário Genildo Lins. Na Fazenda, Nelson Barbosa foi substituído por Dyogo Oliveira. O secretário-executivo da Casa Civil, Beto Vasconcellos, também havia deixado o posto.

O que o Planalto promete é o início agora das alterações no primeiro escalão. A presidente voltou ontem à tarde da Bahia e convocou, imediatamente, uma reunião com um grupo de ministros, hoje de manhã, para discutir os próximos passos e reafirmar a retomada da campanha pela reforma política com plebiscito, já para a próxima eleição.

De sua parte, vai voltar a dialogar também com os empresários, cujos nomes o Palácio do Planalto ainda não confirma mas informa que são os mesmos que sempre foram chamados a falar com a presidente, inclusive no início do segundo ano de governo.

A presidente continua demonstrando sua disposição de receber representantes de diversos movimentos sociais. Hoje falará com o Movimento dos Sem Terra, a Contag e a Via Campesina.

Os esperados encontros com os maiores empresários do país devem acontecer em breve, mas o formato não está decidido ainda. A percepção no Palácio do Planalto é que receber todos juntos, como no passado, no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, não seria o método mais eficiente.

Falar com cada empresário individualmente, por outro lado, seria inviável. Uma hipótese cogitada internamente é receber empresários por setor. Não haveria por que juntar numa mesma conversa, por exemplo, o empresário Joesley Batista, presidente da holding J&F, dona do frigorífico JBS, e executivos da Fiat.

Em março de 2012, o Palácio do Planalto reuniu 28 dos maiores empresários do país para discutir formas de acelerar a economia. Participaram do encontro representantes dos setores bancário, têxtil, de transportes, infraestrutura, construção civil, varejo e agronegócios. Na ocasião, alguns reclamaram que o estilo centralizador da presidente estava causando problemas de gestão, com a lentidão de decisões importantes.

É esse tipo de argumento que o Planalto tenta agora evitar. Com o anúncio dos cinco pactos, que incluem o plebiscito da reforma política, estrategistas argumentam que o governo está fazendo a sua parte. Diante dos protestos, a presidente assumiu as rédeas e anunciou respostas concretas.

Agora, se o plebiscito desandar, a responsabilidade seria toda do Congresso, para quem o Executivo continua jogando a responsabilidade. Ontem, inclusive, o Palácio fez a pressão máxima sobre o Congresso, afirmando que a imagem do Parlamento é que está ruim, com as viagens recentes dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), em jatinhos da FAB. A crise, de agora em diante, seria portanto entre o Congresso e o povo - e não mais do Executivo. A visão do governo é que, se os parlamentares rejeitarem a proposta de Dilma, que o ministro da Justiça insiste que é mera sugestão, vez que o assunto é do Legislativo, vão acabar sendo forçados a votar propostas consideradas "mais duras" de reforma política.

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