''Do conflito à comunhão'': novo documento sobre o diálogo católico-luterano

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19 Junho 2013

Curar a recordação da divisão e colaborar para chegar a uma unidade renovada, "do conflito à comunhão". E "Do Conflito à Comunhão" é também o título do documento sobre o diálogo católico-luterano apresentado nessa segunda-feira na coletiva de imprensa em Genebra, na Suíça, na presença do cardeal Kurt Koch, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos. O purpurado foi convidado para a apresentação dos eventos comemorativos de 2017, com os quais a Federação Luterana Mundial vai lembrar os 500 anos da Reforma.

A reportagem é de Philippa Hitchen, publicada no sítio da Radio Vaticana, 18-06-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Sobre a importância do documento, entrevistamos o Mons. Matthias Turk, responsável pelas relações católico-luteranas do dicastério pontifício.

Eis a entrevista.

É um marco muito importante, depois de tantos séculos de conflito...

É uma etapa realmente muito importante. Depois de tantos séculos de conflitos e mal-entendidos – que levaram até a guerras entre nações e entre pessoas dentro de um mesmo país, como todos sabemos pela história –, esse é o primeiro aniversário da Reforma que podemos abordar juntos, ecumenicamente. Como disse Martin Jung, secretário-geral da Federação Luterana Mundial, a comemoração da Reforma será um evento internacional, mas deverá ser um evento ecumênico e deverá nos chamar a um testemunho comum, enfatizando o que compartilhamos, em vez de ressaltar o que ainda nos divide.

A intenção desse documento – como se diz especificamente – não é "contar uma história diferente", mas sim "contar a história de forma diferente". O que isso significa, exatamente? Como se prossegue nesse caminho?

As razões que levam a divisões na Igreja muitas vezes se fundamentam sobre mal-entendidos e sobre interpretações diferentes dos mesmos conteúdos de fé e das mesmas convicções teológicas. No diálogo ecumênico internacional comum, soubemos redescobrir os fundamentos comuns, as bases comuns que temos sobre as questões de fé e soubemos afirmar que esses pontos não são mais um motivo de divisão entre as Igrejas. O nosso documento resume todos esses passos como uma coleta do que temos em comum e se projeta para o futuro, em busca do próximo passo no testemunho comum ao mundo de hoje.

Quais seriam ser esses passos, segundo o senhor, na urgente necessidade de um testemunho comum nas nossas sociedades cada vez mais secularizadas?

A questão de Deus é muito importante, como o Papa Bento XVI também lembrava com força, mas há outras ainda. Devemos dar testemunho diante de Deus, Criador e Salvador, de Jesus Cristo e do Espírito Santo. Esse Deus Trino é aquele em que nós nos reconhecemos e é aquele que instituiu a Igreja, una, santa, católica e apostólica, que somos nós. Devemos superar as nossas divisões e representar o que o próprio Jesus Cristo instituiu para nós: só isso poderá convencer as pessoas de todas as idades, sobretudo nos nossos tempos.

O documento também sublinha a importância que os pentecostais e os novos movimentos cristãos exercem na busca da reconciliação...

Nós mantemos contatos intensos com as denominações cristãs em nível universal, e esse documento poderia ser um texto de partida para todos os tipos de diálogo ecumênico, não só entre a Federação Luterana Mundial e a Igreja Católica, mas também no que diz respeito ao diálogo com outros interlocutores ecumênicos, porque ele fala sobre as intenções de fundo das reformas da Igreja, que são sempre necessárias, e fala da nossa relação com Deus.

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