22 Agosto 2012
O arcebispo de Milão, Angelo Scola, grande defensor do diálogo inter-religioso, envia uma mensagem de bons votos por ocasião do fim do Ramadã. Mas os líderes da comunidade islâmica não a leem durante a celebração pública e negam a palavra ao seu delegado.
A reportagem é de Zita Dazzi, publicada no jornal La Repubblica, 20-08-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
É o Ramadã das polêmicas aquele que encerrou nesse domingo em Milão, com uma cerimônia diante de 10 mil fiéis reunidos pela primeira vez na Arena Cívica, sede municipal concedida pelo junta de Giuliano Pisapia [prefeito de Milão] a 13 organizações islâmicas.
Uma primeira polêmica já havia ocorrido nos últimos dias, quando os líderes das associações haviam lamentado o fato de terem tomado conhecimento de que o prefeito não poderia participar da festa: "Somos discriminados. Pisapia foi ao encontro do papa e do Dalai Lama, mas nos esnoba". Nesse domingo, a assessora Cristina Tajani interveio em nome do prefeito do palco da Arena trazendo a saudação da administração.
Algo bem diferente ocorreu com o padre Giampiero Alberti, delegado de Scola. "Obrigado pelos votos, mas nós não fomos falar na sua missa de Natal na Catedral", parou-lhe Davide Piccardo, porta-voz da coordenação islâmica. "Sinto pelo fato de que se perdeu uma oportunidade para mostrar tantos anos de colaboração", comentou o Pe. Alberti.
Os agradecimentos a Scola chegaram somente no fim do sermão, pronunciado pelo xeique tunisiano Abdelfattah Mourou, enquanto a Arena se esvaziava. À tarde, a marcha à ré, com uma visita de cortesia do Imã ao delegado da diocese ambrosiana: "Foi um erro. Não queríamos ofender a Igreja Católica com a qual iniciamos o diálogo há anos". A Cúria milanesa aceitou o pedido de desculpas: "O incidente está encerrado. Não queremos polêmicas".
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Ramadã: cardeal de Milão é ''esnobado'' pela comunidade muçulmana - Instituto Humanitas Unisinos - IHU