Fazendeiros prometem “guerra” contra indígenas

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Por: Cesar Sanson | 22 Agosto 2012

Fazendeiros do município de Paranhos, no sul do Mato Grosso do Sul, prometem um confronto armado contra indígenas da região, que promovem a retomada de suas terras tradicionais. “Se o Governo quer guerra, vai ter guerra. Se eles podem invadir, então nós também podemos invadir. Não podemos ter medo de índio não. Nós vamos partir pra guerra, e vai ser na semana que vem. Esses índios aí, alguns perigam sobrar. O que não sobrar, nós vamos dar para os porcos comerem”, afirma fazendeiro.

A reportagem é do jornal Brasil de Fato, 20-08-2012.

Em 10 de agosto, pistoleiros atacaram um acampamento erguido por cerca de 400 Guarani Kaiowá no tekoha (território sagrado) Arroio Kora. A homologação da área foi feita pelo governo federal, mas suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O processo ainda não foi votado por todos os ministros, e os indígenas cobram rapidez na decisão.

Atualmente, os índios Guarani Kaiowá e Guarani-ñhandeva de Arroio Kora vivem em situação precária e improvisada em barracos de lona na beira de estradas e em reservas indígenas do Cone Sul do Mato Grosso do Sul. Estima-se que 100 famílias sejam originárias da região.

Ameaça

Com o impasse, a terra permanece ocupada por ruralistas, que se articulam contra os indígenas. Em entrevista ao Portal Midiamax, o fazendeiro Luis Carlos da Silva Vieira, conhecido como “Lenço Preto”, diz que está convocando os fazendeiros da região para a “guerra”.

“Se o Governo quer guerra, vai ter guerra. Se eles podem invadir, então nós também podemos invadir. Não podemos ter medo de índio não. Nós vamos partir pra guerra, e vai ser na semana que vem. Esses índios aí, alguns perigam sobrar. O que não sobrar, nós vamos dar para os porcos comerem”, dispara.

Ele conta que já houve conversas com outros produtores da região e confirma que o conflito armado já é considerado uma opção, caso o governo não intervenha em seu favor. “A maioria dos fazendeiros está comigo. Arma aqui é só querer. Eu armo esses fazendeiros da fronteira rapidinho, porque o Paraguai fica logo ali, e na guerra não tem bandido”, avisa.