23 Fevereiro 2012
Faltam apenas alguns detalhes e, em breve, será inaugurada em São Paulo, a maior igreja católica do Brasil e de todo o continente sul-americano: o santuário "Mãe de Deus", realizado com a renda dos discos e dos livros da estrela-pop religiosa de origem italiana, padre Marcelo Rossi, poderá receber até 100 mil fiéis, não terá colunas em seus 30 mil metros quadrados, mas contará com um altar de cinco metros de altura e tão grande quanto uma igreja do interior.
A nota é de Giacomo Galeazzi, publicada em seu blog, Oltretevere, 21-02-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O megatemplo, de 142 metros de largura e capaz de acolher 10 mil pessoas sentadas, será construído inteiramente com os proventos da venda dos discos e dos livros do carismático padre Marcelo Rossi, o padre mais famoso do Brasil que atrai multidões de shows de rock às suas homilias e que escalou o ranking dos livros mais vendidos de 2011 com o seu Ágape (Ed. Globo).
O santuário em vias de conclusão sob a direção do arquiteto de origem japonesa Ruy Ohtake, com uma estrutura inovadora de ferro e cimento, 500 banheiros e um estacionamento para 2.000 lugares.
"Se Deus está presente onde duas ou três pessoas se reúnem em seu nome, como diz a Bíblia, a sua presença será ainda mais intensa quando se reunirem 30 mil, 50 mil, 100 mil", afirma o padre Rossi, filho de italianos, guru da igreja carismática e que, aos 45 anos, já vendeu mais de 12 milhões de CDs. "Os brasileiros precisam de grandes basílicas e catedrais, de lugares imensos para se reunir e rezar".
No santuário "Mãe de Deus", poderão se reunir os mesmos fiéis que a Basílica de São Pedro hospeda em Roma, mais os da Basílica de Nossa Senhora Aparecida, perto de São Paulo, padroeira do Brasil. A Igreja Católica, em retomada, entrou grandiosamente na competição que, no Brasil, até agora concernia às outras seitas e às Igrejas pentecostais e batistas com relação a quem construía o maior templo.
"Erguer uma igreja grandiosa é uma forma para se impôs às outras denominações religiosas e demonstrar que somente aqui você encontra Deus", é a opinião de Brenda Carranza, socióloga da PUC-Campinas, autora de um livro sobre cristianismo midiático. "Com os megatemplos, a Igreja, seja evangélica ou católica, mostra de forma simbólica que não é um movimento religioso efêmero. E, depois, a fé cristã não existe para ser vivida apenas individualmente".
Outros imponentes lugares de culto estão em vias de edificação nos quatro cantos do Brasil. Um país que vive agora um momento de boom econômico, que também influencia positivamente as classes mais baixas. Em Belo Horizonte, a cidade da Fiat brasileira, em três anos, será concluída a Catedral Cristo Rei (imagem ao lado), católica, com 25 mil lugares.
Mas as seitas pentecostais não desistem e estão concluindo, em Recife, um projeto para 30 mil pessoas (da Assembleia de Deus) e, no bairro italiano do Brás, em São Paulo, a Igreja Universal do Reino de Deus está construindo o Templo de Salomão, um monstro de 11 andares e área construída de 74 mil metros quadrados.
"Quando se vê no meio de uma multidão, o fiel sente que não está sozinho na fé", é a conclusão de Rosângela Benção, uma empregada doméstica de 33 anos de São Paulo. "Quando você vê tanta gente dando glória a Deus, você sente uma fé maior".
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Santuário pop - Instituto Humanitas Unisinos - IHU