Argentina condena seu último ditador à prisão perpétua

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14 Abril 2011

A Justiça argentina condenou ontem à prisão perpétua outro ex-presidente do país por crimes contra a humanidade ocorridos na última ditadura (1976-1983).

A reportagem é de Lucas Ferraz e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 15-04-2011.

Reynaldo Bignone, 83, último militar a dirigir a Argentina -foi ele que passou a faixa a Raúl Alfonsín, primeiro presidente da redemocratização, em 1983-, passará o resto da vida em um cárcere comum, segundo a sentença, por coautoria de sequestros, torturas e homicídios.

O mentor do golpe e primeiro presidente da ditadura, Jorge Videla, 85, também cumpre pena perpétua -ele foi condenado em 2010.

Bignone já tinha uma condenação a 25 anos de prisão por outros crimes ocorridos no período. Ele também é implicado em outro processo que tramita na Justiça, sobre os crimes de ocultação e sequestro de 34 bebês de militantes de esquerda.

O ex-presidente foi condenado ontem pela participação no sequestro e morte de estudantes e militantes da esquerda peronista. Ele também foi relacionado como responsável pelo sequestro de um ex-deputado federal no final da década de 1970.

Quase todas as vítimas estiveram no Campo de Mayo, um dos 340 centros de detenção clandestinos do regime. Segundo a ação, os crimes se deram no período seguinte ao golpe de março de 1976.

Além de Bignone, foram condenados à prisão perpétua Martín Rodríguez, ex-chefe de inteligência do Exército, e Luis Patti, ex-chefe de polícia de Buenos Aires. A leitura da sentença mobilizou o país: emissoras de TV e rádio pararam a programação para transmiti-la ao vivo.

Com os casos de ontem, já são 204 as condenações de ex-integrantes das Forças Armadas, polícias, forças de segurança e civis envolvidos na repressão. São mais de 480 pessoas presas, segundo o Ministério Público Federal.

A Argentina teve uma das ditaduras mais brutais da América Latina, com quase 30 mil mortos e desaparecidos em oito anos.