CUT pode passar a apoiar campanha de Dilma por plebiscito de nova eleição

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27 Junho 2016

O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, defenderá nesta semana que a entidade reavalie sua posição e apoie publicamente uma cruzada da presidente afastada, Dilma Rousseff, por um plebiscito sobre a antecipação das eleições presidenciais.

A CUT deverá debater a proposta na reunião da executiva, no dia 5 de julho. Após conversar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Freitas também decidiu procurar movimentos de esquerda favoráveis à medida.

A reportagem é de Catia Seabra, publicada por Folha de S. Paulo, 26-06-2016.

Embora duvide do sucesso dessa articulação —e da reversão da tendência pró-impeachment de Dilma—, o sindicalista disse à Folha que proporá à central que reveja, assim como ele, sua decisão contrária ao plebiscito.

"A presidenta não pode ficar engessada. A CUT não vai defender o plebiscito no site. Mas, se essa é única esperança a que podemos nos apegar, vamos nela."

Defensores do plebiscito, entre eles senadores pró-Dilma, argumentam que a petista poderia conquistar votos contrários ao impeachment no Senado caso acenasse com a ideia de antecipação da corrida presidencial.

Mesmo sem acreditar na salvação da petista, Freitas afirma que a defesa do plebiscito poderia constranger aqueles que chama de "golpista", colocando-os numa "sinuca de bico".

Segundo ele, o apoio ao plebiscito estaria condicionado a um movimento pró-reforma política. Para o dirigente sindical, movimentos de esquerda devem lutar por uma reforma política numa tentativa de qualificar os parlamentares. Parafraseando Lula, diz que hoje o Congresso reúne "mais de 300 picaretas".

"Acho que devemos fazer [a defesa do plebiscito], mesmo não acreditando nesse Congresso conservador, absolutamente clientelista que só olha para ele mesmo. A presidente tem que ter alternativas. Mas sei das dificuldades de se concretizar isso. O jogo da política é difícil."

Terceiro Turno

Freitas afirma não acreditar na volta de Dilma à Presidência —se isso ocorrer, diz, seu governo será inviabilizado por opositores.

"Dilma vai apanhar da mídia e dos conservadores do Congresso. Eles farão tudo para inviabilizá-la. O mandato dela sofreu boicote, desde o primeiro dia, de partidos políticos, do Judiciário e da mídia. Dilma assumiu num terceiro turno. Ela tem só 80 deputados."

Ainda segundo o presidente da CUT, Lula dá sinais de que apoiará a movimentação de sua sucessora pelo plebiscito, ainda que não seja um arauto da proposta.

Essa estratégia será discutida nessa terça-feira (28) durante reunião entre a presidente afastada e os integrantes da Executiva Nacional do PT. O encontro deverá acontecer no Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência da República e onde a petista segue despachando durante seu afastamento.

A programação foi mantida mesmo depois da operação de busca e apreensão realizada na quinta-feira (23) pela Polícia Federal na sede do partido, em São Paulo.

Armas

No ano passado, Freitas envolveu-se em polêmica ao dizer que movimentos sociais iriam às ruas "com arma na mão" para defender Dilma de tentativas de derrubá-la.

Depois, afirmou ter usado de linguagem figurada para se referir, na verdade, às "armas da classe trabalhadora": "mobilização, ocupação das ruas e greve geral"