Cardeal Sarah reitera observações ‘ad orientem’ e pede que padres realizem um “exame litúrgico de consciência”

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26 Agosto 2016

Cardeal Sarah esclareceu observações recentes feitas por ele a respeito de celebrar a missa ad orientem [virado para o Oriente], condenando algumas respostas como incorretas.

A reportagem é de Katherine Backler, publicada por The Tablet, 24-08-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

Na Arquidiocese de Colombo, no Sri Lanka, o cardeal, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, disse ao clero, na terça-feira desta semana, que os comentários feitos por ele mês passado receberam muita atenção – “parte da qual nem sempre esteve correta”.

Porém, o prelado reiterou alguns dos pontos que apresentou no congresso Sacra Liturgica em Londres, no mês de julho, em torno da celebração da missa ad orientem, dizendo que “nas últimas décadas, em alguns países, a Sagrada Liturgia se tornou demasiado antropocêntrica; o homem, e não Deus Todo-Poderoso, se transformou em seu centro”. E continuou: “Quando a liturgia moderna é celebrada no vernáculo, com o sacerdote ‘de frente para as pessoas’, há o perigo de o homem, inclusive o próprio sacerdote e sua personalidade, se tornar central demais”.

Em resposta aos comentários do cardeal emitidos no mês passado, o Papa Francisco deixou claro que não estão planejadas mudanças às formas ordinárias ou extraordinárias da missa.

A palestra, proferida na capital cingalesa e intitulada “Vida Litúrgica e o Sacerdócio”, refletia sobre a natureza da Igreja e do sacerdote. “O nosso Santo Padre, o Papa Francisco, por vezes tem observado que a Igreja não é uma ONG (organização não governamental)”, disse Sarah. Pelo contrário, a Igreja é o Povo de Deus, nutrida pela Eucaristia a fim de evangelizar. “A Igreja é essencialmente eucarística”, complementou, “o que significa que a Igreja é essencialmente litúrgica”.

Desse modo, ele advertiu os padres contra o perigo de deixar as funções litúrgicas se tornarem “rotina, ou mesmo serem vistas como um fardo”. Quando o coração e a alma de um padre “não mais se emociona em admiração com os grandes mistérios pelos quais ele é chamado a ministrar, a sua vocação pode seriamente se perder”, disse o cardeal.

O prelado recomendou que os padres rezem o Ofício Divino “liturgicamente (…) de modo especial com o seu próprio povo”; recomendou que usem as orações oferecidas para pôr suas vestimentas litúrgicas; que realizem um “exame litúrgico de consciência”, considerando a fidelidade à Sagrada Liturgia. Advertiu que “o minimalismo é o inimigo da liturgia”, e disse que “um bom confessor é um padre que ele próprio se confessa regularmente e com a devida preparação”.

Sarah concluiu a sua alocução no Sri Lanka falando sobre o exemplo sacerdotal do Pe. Hamel, assassinado enquanto celebrava uma missa em julho na França. “Sem desconsiderar a justa raiva que sentimos, não há algo profundamente belo aqui também?”, perguntou. “A fidelidade do padre Hamel não é uma lição e um encorajamento para nós, padres, que tantas vezes nos cansamos ao longo do caminho? O seu sacrifício, por mais injustificado que tenha sido, não foi uma consumação apropriada daqueles 58 anos de sacerdócio? Meus irmãos, que o testemunho do padre Hamel nos inspire”.

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