A era do imprevisto. Entrevista com Sérgio Abranches

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01 Julho 2017

Nunca antes. Esta poderia ser, daqui a algumas décadas, um resumo da sucessão de fenômenos e transformações pelas quais estamos vivenciando hoje. Verdadeiras revoluções que são relatadas por um dos mais relevantes pensadores da atualidade brasileira, o cientista social e político, Sérgio Abranches. Em seu mais recente livro – “A era do Imprevisto – A grande transição do Século XXI” (Editora Companhia das Letras, 411 págs), o autor fala de três revoluções: a socioestrutural, que atinge todo o planeta e tem efeitos sobre a estrutura social, econômica e política das sociedades; a científica e tecnológica, que se dá com o surgimento de novas fontes de energia e com a digitalização da sociedade; e a climática, associada ao aquecimento global.

A reportagem é de Sônia Araripe, publicada por Plurale, 26-06-2017.

O livro, ao contrário do que possa parecer, é de leitura fácil e atrai até mesmo um leitor menos habituado com os temas abordados: Abranches dialoga com alguns dos principais pensadores contemporâneos, como Zygmunt Baumann e Edgar Morin, como também com os brasileiros, como o Professor Eduardo Giannetti e o jovem Ronaldo Lemos, especialista em tecnologias, que participaram de roda de diálogo no lançamento, no Rio.

Nesta conversa com Plurale, o escritor contou que a ideia do livro é antiga e que alguns dos temas abordados fazem parte de seu “estoque de preocupações intelectuais ao longo do tempo”, como a democracia representativa e outros foram sendo somados com o turbilhão de acontecimentos dos últimos tempos. Os desafios climáticos, a urgência da questão da migração e o potencial de protagonismo do Brasil são alguns dos assuntos abordados no livro e que trazemos aqui nesta entrevista. “O século 21 tem tudo para ser o século do salto brasileiro, não copiando Estados Unidos, Japão ou Coreia, mas buscando um caminho próprio e novo. Mas, para isso, precisamos nos livrar dos velhos modelos seja os neoliberais, sejam os da esquerda nacional-estatista”, destaca Sérgio Abranches.


Foto de Chico Cerchiaro/Divulgação

Abranches é Mestre em Sociologia pela UnB e PhD em Ciência Política pela Universidade de Cornell, faz comentários na Rádio CBN, edita o portal Ecopolítica em português e inglês (www.ecopolitica.com.br) e está sempre sendo convidado para dar palestras. O cientista político também é autor de Copenhague: Antes e Depois (Civilização Brasileira, 2010), sobre a política global do clima e do romance “Quem mistério tem Clarice” (Biblioteca Azul, 2014). Quando a concorrida agenda permite, nos fins de semana, viaja em família, pilotando um off-road, enveredando por alguma região preservada para recarregar energias ou aproveita para descansar com a família na Reserva Particular em Minas Gerais.

Como surgiu a ideia do livro? Era um projeto antigo?

A ideia desse livro é antiga. Comecei a refletir e ler sobre as questões de que trato nele, há mais de cinco anos. Ele também se tornou o ponto para o qual convergiram várias questões, algumas que sempre foram meu objeto de estudo, outras que fui agregando ao meu estoque de preocupações intelectuais ao longo do tempo. A mais antiga das questões, talvez seja a da democracia representativa. Comecei, tentando mostrar, em textos, alguns bem antigos, do final dos anos 1980, início dos 1990, que não se tem um momento final em que a democracia atinge a plenitude e não se pode avançar mais. Democracia é um processo que tem um alvo móvel, não um alvo final. Na grande transição da qual trato no livro, o problema central é o esvaziamento do processo representativo, o descolamento de todos os partidos tradicionais da sociedade, todos são afetados, de esquerda, centro e direita por esse distanciamento e pelo que chamo de oligarquização dos partidos. Entre as questões novas, duas são centrais no meu argumento. A digitalização da sociedade, com formação de um sistema de relações sociais virtuais, a ciberesfera, que se conecta cada vez mais com a socioesfera, o sistema fisico, digamos, analógico, de relações sociais. Dou alguns exemplos simples que ilustram essa interação entre a ciberesfera e a socioesfera. Um é o crowdfunding de campanha, que foi importante na campanha de Obama e, agora, na campanha de Macron. O candidato se financia na ciberesfera, para se eleger na socioesfera. O segundo é a uberização de serviços, contratados digitalmente na ciberesfera e prestados fisicamente na socioesfera. Mas já há serviços contratados e prestados virtualmente e a ciberesfera vai se expandir e abrigar, cada vez mais, relações sociais, econômicas e políticas puramente virtuais. A segunda, é a crise de transição ambiental, com a grande extinção de biodiversidade e a mudança climática. Trato pela primeira vez do tema da digitalização em A Era do Imprevisto. O da mudança climática eu já havia analisado em parte no livro Copenhague Antes e Depois. E há um nexo entre todos esses processos que é a nova revolução científica e tecnológica, que está mudando radicalmente nosso modo de vida.

Já lemos o livro, adoramos. Mas como traduzir para quem ainda vai ler o que você chamada da “era do imprevisto”?

Esses processos sintetizam-se em grandes mudanças sociais, políticas e econômicas, que desestabilizam nosso mundo, enquanto o novo mundo ainda não está dado, não foi descoberto. As grandes mudanças sociais, políticas e econômicas desestabilizam nosso mundo, enquanto o novo mundo ainda não está dado, não foi descoberto, há apenas vestígios de que ele existe e está logo adiante. Somos navegantes em mares tempestuosos, sem mapa, bússola e direção clara para os novos mundos nos quais viveremos em breve. Estamos diante de duas situações históricas, uma que se esgota e a outra que ainda está em formação. A era do imprevisto é esse intervalo, esse interregno, entre dois mundos. No movimento que nos afasta do mundo que conhecemos e nos aproxima cada vez mais dos novos mundos à frente, teremos cada vez mais surpresas, eventos inesperados, imprevistos, porque são eventos tão novos que não temos condições de prever. Estão fora do escopo de nossos modelos de análise e previsão.

Este modelo de dialogar com outros pensadores /escritores – como Zygmunt Bauman, Milan Kundera e Edgar Morin – ajuda a falar/explicar esta transição do século XXI?

O diálogo com autores de mente aberta, que também se preocupam com os mesmos temas é essencial. Eles me ajudaram e ajudam a refletir sobre essas questões, examinando-as por ângulos diferentes do meu e que complementam meu processo analítico. Da mesma forma que autores de ficção são minhas fontes, porque tratam o mundo real com enorme liberdade, sem as limitações, por exemplo, do trabalho acadêmico, ou mesmo dos ensaístas. Por exemplo, encontrei algumas pistas que me levaram longe, em Kurt Vonnegut e em Isaac Asimov. Vonnegut me inspirou a pensar da perspectiva daqueles que estão fora dos paradigmas, na periferia dos modelos convencionais, de onde se pode ver coisas que aqueles que estão no centro dos modelos não conseguem ver. Em Asimov, encontrei inspiração para desenvolver a interação entre velocidade da mudança e o volume de apoio social necessário para promove-la. Em O lobo da estepe, de Hermann Hesse, encontrei a melhor descrição do sentimento de insegurança e desconforto dos tempos de transição radical, quando se está prisioneiro entre dois mundos, um que se esvai e outro que nasce.

Você é especialista em sustentabilidade/clima. Quanto da crise climática e do aquecimento global contribuem para esta transição, seja pelo lado positivo ou negativo?

Não me entendo como especialista em sustentabilidade ou mudança climática. Sou um sociólogo político, minha especialidade é a sociologia política. Antes de minha pós-graduação em sociologia, fui repórter. Quando trato na CBN, ou em posts, de mudança climática ou sustentabilidade, estou combinando jornalismo e sociologia. Uso métodos de apuração do jornalismo e de análise de tendências e de dados, da sociologia. Foi desse cruzamento da observação sociológica, com a apuração jornalística, que verifiquei que a mudança climática havia passado a ser uma variável indispensável a qualquer análise de tendências sociais, políticas e econômicas de médio e longo prazo. Outra variável que se impôs foi a grande extinção de biodiversidade, a sexta. Ambas ameaçam gravemente a biosfera e nós fazemos parte integrante dela. Se não enfrentarmos essas duas ameaças, estaremos contratando cenários futuros mais sombrios e, no limite, a solidão humana em uma biosfera semimorta, sem vida biológica além da nossa. Aqueles cenários distópicos de ficção científica, de humanos vivendo em domos, isolados em um mundo desértico, com a atmosfera irrespirável. A grande transição do século 21 tem essa singularidade, quando comparada às transições do século 20. No século anterior, todas as mudanças nasceram de relações sociais entre pessoas, grupos e classes. No século 21, elas nascem de relações sociais e de relações entre a sociedade humana e a biosfera, o mundo natural, sobre cujas forças não temos controle. Só podemos tentar controlar nosso impacto na biosfera e na atmosfera. Por outro lado, esses desafios climáticos e de preservação da biodiversidade incentivam o avanço do conhecimento científico e da tecnologia, dando-nos mais instrumentos, ao longo do processo, para retificar nossos modos de produção, consumo, geração de energia e disposição de nossos resíduos que devem ser drasticamente reduzidos.

No livro, você cita que “marchamos rumo a descontinuidades radicais, a rupturas estruturais”. Estamos fadados a um cenário pessimista?

Significa que teremos rupturas, transformações radicais, emergência e dominância crescente do inteiramente novo, desconhecido, inédito. Não necessariamente nos leva a um cenário pessimista. Haverá rupturas negativas, que produzirão crises graves, sociais, econômicas e políticas. E rupturas positivas, que promoverão avanços científicos, tecnológicos, sociais, econômicos e políticos. Haverá incerteza, medo, desconforto, porque o mundo está se tornando cada vez mais instável. Mas haverá epifanias, descobertas, avanços, que nos darão os meios para sermos mais felizes no futuro.

Outro tema também muito abordado no livro é a questão da tecnologia, da rede e do surgimento de uma nova sociedade, embora destaque que este momento ainda não chegou. Quanto que há de positivo neste processo, a exemplo da visibilidade nunca antes vista para boas ações e ONGs e quanto há de negativo, como no caso dos boatos?

A emergência da sociedade digital é um processo radical, sem volta e auspicioso. Como tudo na vida, tem seu lado sombrio, violento, desanimador. Mas, na minha visão, nos proporciona um grau de interatividade global, de transparência, de capacidade de mobilização, circulação de informações em tempo real. Essa interatividade e agilidade da informação já tem aplicações importantes na prevenção de desastres, na medicina. Promoveu a completa globalização do mercado de capitais, para o bem e para o mal, a constituição de redes de suprimento globais, a cooperação científica. Tudo isso tem levado a avanços espetaculares, desestabilizado regimes políticos opressores, criado redes globais de solidariedade, permitido articulações globais de de ONGs ambientais, de A defesa e promoção dos direitos humanos. Ao mesmo tempo, como vimos recentemente, hackers promovem sequestros globais de dados e pedem resgate em bitcoins, uma ação que se dá inteiramente na ciberesfera. O uso de linguagem do ódio, a disseminação de boatos, a difamação, o uso político de milícias digitais mercenárias, contra os adversários, às vezes têm mais visibilidade que os eventos positivos propiciados pelas redes. Mas o lado positivo é muito maior do que o negativo.

Brasileiros são fascinados por celulares e mídias sociais, sendo dos mais ativos do mundo. Mas pouco desta “energia” é transformada realmente em conexões na boa direção. O que está faltando?

Educação, melhor infraestrutura, conectividade de boa qualidade gratuita. Tudo isso virá, inclusive se aproveitando dos avanços digitais. Mas acho que os brasileiros têm usado cada vez de modo mais positivo essa energia. Grupos de pais resolvendo problemas das escolas. Grupos de moradores, resolvendo questões coletivas no condomínio, na vizinhança. Grupos na área de saúde. Na educação e na pesquisa. Estamos muito atrasados na política. Mas a maioria dos países do mundo não avançou muito na digitalização da política, que continua analógica.

É possível pensarmos em novas representatividades políticas a partir deste novo modelo tecnológico conectado? O modelo político atual está irremediavelmente condenado ao fracasso?

Eu penso que só é possível pensar em novas formas de representação política com a digitalização da política e da democracia. Promovendo novas e mais ricas conexões entre a socioesfera e a ciberesfera. Esses nexos políticos entre essas duas dimensões das relações sociais permitirá a constituição de um espaço público, não estatal, de conversação, transparência e representação, uma polis digital, uma cidadania digital, que possa se manifestar no mundo das relações físicas, na socioesfera, de modo inovador, ainda que complementar, enriquecendo e ampliando o espaço democrático. O modelo atual, no sentido da democracia representativa analógica, com partidos oligarquizados, está fadado ao fracasso. Mas o modelo de democracia vislumbrado na modernidade, com as críticas da pós-modernidade, acrescido das ferramentas digitais de mobilização e participação, não está. Ao contrário, penso que o revigoramento da democracia, levando em consideração as críticas democráticas ao modelo iluminista, preservadas as suas virtudes e ampliadas as suas possibilidades de incrementar a soberania popular, ao contrário, é a grande promessa dessa transição.

Temos visto uma verdadeira crise de ética no Brasil – na política, nas empresas, nos modelos antes existentes de representatividade política. O que podemos esperar daqui para a frente, no “day after”?

Em cada país, a transição se manifesta em configurações locais específicas. No caso do Brasil, vivemos uma grave crise econômica, social, política, urbana, ambiental e moral que é endógena e suas causas são predominantemente locais. Essa crise local, junta-se às manifestações globais da transição que se apresentam, primeiramente, como crise. O quadro se agrava bastante. Mas, também, amplia as possibilidades de solução. Precisamos mudar e, com todo o mundo em mudança, em um contexto muito afetado por fatores imprevisíveis, as oportunidades de redefinir o posicionamento global do país se ampliam muito. É possível usar a globalização a nosso favor e romper todos os nexos de dependência formados no século 20. Nossa democracia, mostrou tanto seu lado disfuncional, quanto seu lado vigoroso. Os mecanismos de controle e fiscalização nunca funcionaram tanto e tão bem. Os exageros e excessos são mais resultado da leniência e da impunidade que sempre prevaleceram em nossa sociedade, do que disfuncionalidades que possam prejudicar o processo democrático. Com a crise atual, as empresas talvez sejam forçadas a abandonar sua dependência do estado, a voragem por subsídios e a inclinação a buscar a via, antes facilitada, da corrupção. Se canalizarmos todo o conflito de ideias e percepções, que hoje interdita uma conversação democrática, para a busca de linhas alternativas de fortalecimento da democracia, ao invés de cair na sedução mais fácil da via autoritária, da desqualificação do que pensa diferente, da censura, e não estou falando de censura do estado, mas de censura ideológica, interditando o pensamento de oposição, podemos avançar muito e rápido. As oportunidades para o Brasil nunca foram tão boas. O século 21 tem tudo para ser o século do salto brasileiro, não copiando Estados Unidos, Japão ou Coreia, mas buscando um caminho próprio e novo. Mas, para isso, precisamos nos livrar dos velhos modelos seja os neoliberais, sejam os da esquerda nacional-estatista. Temos que lançar mãos de novos modos e nos libertar dos grilhões que nos acorrentaram ao patrimonialismo, à energia fóssil, ao extrativismo irresponsável, ao nacionalismo que enriquece incompetentes e aumenta as desigualdades, à ilusão de que desenvolver a sociedade é crescer muito e rápido, não importam os custos e as consequências. Se é para termos quimeras, que sejam futuristas e não os dinossauros de sempre.

O atual modelo é exclusivo e ainda gera muitas distorções de classe. Por outro lado há muito de inclusão, compartilhamento, de coworking surgindo, de novos modelos econômicos. É possível imaginar que a transição poderá trazer também boas notícias?

O que a transição nos trará, depende de nossas escolhas presentes e futuras. Há muita gente experimentando saídas, mais na economia, na sociedade e na cultura, do que na política. Principalmente no Brasil, o que apresentam como novo na política é muito velho. Mas, uma transição dessa radicalidade, nunca será um processo fácil. É um processo tumultuoso e cheio de perigos. Por isso quis me alongar no livro no sentido da transição. Não basta pensar no ponto de chegada que desejamos. É preciso cuidar da qualidade da travessia. Ao fim e ao cabo, o que contará mesmo para a maioria será a qualidade da caminhada. Mais do que nunca o caminho se faz no caminhar.

O livro fala muito também do impacto destas mudanças e migração na Educação. Favor detalhar o que deveríamos olhar na Educação.

Na educação, é preciso nos livrarmos também, rápido e radicalmente, dos modelos analógicos. A escola hoje é ruim e chata. Pouca, ruim e discriminatória. Aqui mais, em outros lugares um pouco menos. Mas os modelos educacionais tradicionais estão em crise e ajudando muito pouco os jovens nessa grande travessia. É um desafio enorme, educar em um mundo que está perdendo seus paradigmas. Mas é tentador. Ensinar a aprender, sem fechar modelos, sem impor conceitos, dar a liberdade de aprender. É como treinar alguém para fazer uma longa e árdua caminhada por terreno desconhecido e fazer isso com o máximo de proveito, prazer e alegria.

Gostaria de acrescentar algo mais?

Talvez um ou dois pensamentos sobre a imigração. Primeiro, precisamos diferenciar os refugiados, que precisam de asilo e abrigo, fugitivos da violência, da mudança climática, do fracasso de seus estados nacionais, dos imigrantes voluntários, em busca do sonho de se realizar em um novo país, uma nova cultura. A globalização e a sociedade digital encorajam a mobilidade global. Rumamos para o que Morin chama de miscigenação global. Ela cria contingentes sociais que não pertencem mais inteiramente à sua cultura de origem, nem se integraram totalmente à nova. Mais ainda, quando falamos de casais transculturais. São entidades típicas da transição, deslocados, porém conscientes de que desejam dar seguimento e ter espaço assegurado para realizarem integralmente, com felicidade e liberdade a escolha que fizeram. O crescimento desses setores sociais novos criam reações de intolerância, rejeição e racismo incompatíveis com a democracia e os valores humanos. Preservar o lugar e a liberdade dessas pessoas é parte do que chamo de qualidade da travessia.

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