Milei ataca novamente o Papa e o acusa de estar do lado de “ditaduras sangrentas”

Papa Francisco. (Foto: Reprodução | Vatican Media)

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15 Setembro 2023

  • "O Papa joga politicamente. Tem uma forte interferência política. Também demonstrou uma grande afinidade com ditadores como Castro ou Maduro. Ou seja, está do lado de ditaduras sangrentas", sublinhou o candidato à presidência da Argentina.

  • “Francisco é bastante condescendente com eles e também é condescendente com a ditadura venezuelana, com todos da esquerda, mesmo quando são verdadeiros criminosos, o que é um problema”.

A reportagem é publicada por Religión Digital, 15-09-2023. 

Nesta quinta-feira, o candidato libertário à presidência da Argentina, Javier Milei, acusou o Papa Francisco de ter afinidade com “comunistas assassinos” e de estar ao lado de “ditaduras sangrentas”.

"O papa joga politicamente. Ele tem forte interferência política. Ele também demonstrou uma grande afinidade com ditadores como Castro ou Maduro. Ou seja, ele está do lado de ditaduras sangrentas", disse ele em entrevista ao ex-âncora da Fox News, Tucker Carlson, publicado no X (antigo Twitter).

Tucker Carlson é uma das figuras mais influentes da extrema-direita americana e a partir de seu programa Fox News Tonight ele ecoou, durante anos, falsidades e teorias da conspiração.

Em espanhol, Milei reiterou que o pontífice não condena “os comunistas assassinos”: “Ele é bastante condescendente com eles e também é condescendente com a ditadura venezuelana, com todos os de esquerda, mesmo quando são verdadeiros criminosos, o que é um problema".

Não à justiça social

Segundo o político argentino, o Papa também "é alguém que considera a justiça social um elemento central da sua visão, e isso é muito complicado". Complicado, acrescentou, porque justiça social é "roubar o fruto do trabalho de uma pessoa e dá-lo a outra".

As críticas de Milei a Jorge Mario Bergoglio no passado fizeram com que um grupo de padres de bairros populares de Buenos Aires celebrasse uma missa este mês em reparação. Até agora ele o havia descrito como o “representante do maligno na Terra, ocupando o trono da casa de Deus”, e nesta quinta-feira elevou o tom.

O encontro com Carlson aconteceu em Buenos Aires e nele o candidato argentino disse estar convencido do que estava fazendo: “A vida sem liberdade não vale a pena ser vivida”, afirmou. Milei atribuiu sua popularidade a ter sido jogador de futebol, cantor de rock e economista. Uma combinação, em sua opinião, “atraente em termos de produto televisivo” e que se soma ao fato de que a Argentina “é basicamente um país que abraça as ideias socialistas há 100 anos e a rebelião natural do sistema era ser liberal”. O candidato criticou o dogma de que “onde há necessidade nasce um direito”, “porque as necessidades são infinitas e alguém tem de pagar pelos direitos e os recursos são finitos”, e destacou que “toda a ação do Estado gera maior dano do que o que você deseja corrigir".

Apoio a Trump contra o socialismo

Carlson considerou que a Argentina é hoje um país “desesperado” e disse que se sentaria na frente de Milei para ver se todas as críticas recebidas no Ocidente, entre outros, por meios de comunicação como o New York Times, são verdadeiras: “Não aconteceu”. Não pareça muito radical, mas julguem-se", ele conta ao público sobre ele.

No programa de 33 minutos, o candidato libertário traçou a sua ideologia e também ofereceu conselhos ao também candidato presidencial Donald Trump (2017-2022), que em 2024 pretende chegar novamente à Casa Branca. "Que ele continue a sua luta contra o socialismo porque é um dos poucos que compreendeu perfeitamente que a luta é contra o socialismo, que a geração de riqueza vem do setor privado", salilentou.

Nas primárias de agosto, Milei tornou-se o político com mais apoio entre os candidatos à presidência. Seu partido venceu com 30,17% dos votos, seguido pela principal coalizão de oposição, Juntos pela Mudança (centro-direita), com 28,25%, e pelo governista União pela Pátria (Peronista), com 27,15%. “Sei que há muitas pessoas rezando por mim. Sinto-me bem”, disse nesta quinta-feira, sublinhando que o socialismo, em sua opinião, “é sempre e em todo o lado um fenômeno violento, assassino e empobrecedor”.

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