Papa alerta para impacto da guerra na Ucrânia sobre crise alimentar

Francisco questiona modelos econômicos que promovem "egoísmo". 

A informação é publicada por Ecclesia, 10-05-2023. 

O Papa alertou hoje no Vaticano para o impacto da guerra na Ucrânia sobre a crise alimentar global, falando aos participantes numa conferência dedicado ao tema.

“Este é um desafio urgente, porque muitas vezes situações marcadas por catástrofes naturais, mas também por conflitos armados – penso sobretudo na guerra da Ucrânia –, a corrupção política ou econômica e a exploração da terra, a nossa Casa comum, impedem a produção alimentar, ameaçam os sistemas agrícolas e ameaçam perigosamente o abastecimento nutricional de populações inteiras”, disse Francisco.

O Papa falava aos participantes da conferência promovida pela Academia Pontifícia das Ciências intitulada ‘Crise alimentar e humanitária: ciência e políticas para a sua prevenção e mitigação”.

“O tema escolhido é oportuno não só para o debate académico, mas também porque faz um apelo às autoridades e práticas políticas, a fim de aliviar o sofrimento de muitos dos nossos irmãos e irmãs que não têm uma alimentação saudável e não têm acesso a alimentos suficientes”, assinalou.

Francisco considerou que a situação se agravou com os “efeitos duradouros” da pandemia de Covid-19, aludindo a um “declínio da solidariedade fraterna”, determinado também pelas “reivindicações egoístas inerentes a alguns modelos econômicos atuais”.

“É essencial desenvolver uma atitude de solidariedade universal baseada na fraternidade, no amor e na compreensão recíproca”, sustentou.

O Papa observou que ninguém sai uma crise “sozinho” e desejou que as soluções encontradas ajudem a construir um mundo melhor.

“A Igreja apoia e encoraja todos os esforços, não só para alimentar os outros ou responder às crises, mas também para promover o desenvolvimento humano integral, a justiça entre os povos e a solidariedade internacional, fortalecendo assim o bem comum da sociedade”, precisou.

A Ucrânia e a Rússia retomaram esta quarta-feira, em Istambul, as negociações sobre o acordo de cereais no Mar Negro, que expira no dia 18 deste mês.

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