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A ideologia de gênero da Igreja Católica é complementar e binária. Mas não é assim que a natureza funciona

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28 Abril 2023

Em uma entrevista no dia 10 de março com Elisabetta Piqué, do jornal argentino La Nación, o Papa Francisco tocou no tema do gênero e da teoria de gênero. Francisco esclareceu que ele distingue entre o ministério pastoral para “pessoas que têm diferentes orientações sexuais”, por um lado, e a “ideologia de gênero”, que ele chamou de “uma das colonizações ideológicas mais perigosas”. Na visão de Francisco, a “ideologia de gênero” apaga as diferenças entre homens e mulheres, “fazendo um mundo igual, tudo achatado, tudo igual”.

O comentário é de Rebecca Bratten Weiss, jornalista estadunidense, publicado por National Catholic Reporter, 24-04-2023. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O cuidado pastoral do Papa Francisco para todas as pessoas, incluindo as pessoas trans e não conformes ao gênero, é louvável, especialmente em comparação com a forma como os papas anteriores e outras lideranças da Igreja falaram sobre as pessoas LGBTQ.

Embora o Papa São João Paulo II tenha elevado e idealizado o amor conjugal heterossexual na Teologia do Corpo, ele frequentemente tinha coisas duras a dizer sobre o casamento gay e o ativismo LGBTQ. E, como ressaltou o New Ways Ministry, a linguagem desumanizadora do Papa Bento XVI, incluindo sua introdução do termo “desordem intrínseca” no léxico moral da Igreja, “causou graves danos” às pessoas LGBTQ.

Em contraste, o Papa Francisco, de acordo com seu estilo pastoral e sinodal, tem demonstrado frequentemente uma disponibilidade a julgar menos e a escutar mais. Depois de séculos de retórica desumana das autoridades católicas, a famosa frase de Francisco “quem sou eu para julgar?” em 2013 marcou uma importante mudança de perspectiva, mesmo que a maioria das lideranças institucionais pareça, na melhor das hipóteses, relutante em seguir seu exemplo e, na pior, determinada a resistir e a se opor a ele.

Mas, embora a abordagem pastoral de Francisco às pessoas trans e não conformes ao gênero seja louvável, seus comentários ainda são potencialmente prejudiciais para essas mesmas pessoas.

Verdade e violência

A violência contra as pessoas LGBTQ está aumentando. Políticos de direita estão promovendo uma legislação que põe na mira os direitos LGBTQ. Nesse contexto cultural, a retórica que liga pessoas trans, não binárias ou que não se conformam ao gênero a ideologias rotuladas como “perigosas” aumenta o risco para esses indivíduos.

Qualquer pessoa que expresse opiniões sobre comunidades já vulneráveis a assédio, exclusão, bullying e violência física precisa pensar cuidadosamente sobre o efeito de suas palavras. Isso diz respeito especialmente ao chefe de uma das religiões mais poderosas do mundo.

Um argumento comum é que “falar a verdade não é sinônimo de ódio” ou que as pessoas de fé são obrigadas a “falar a verdade com amor”, no sentido de que os cristãos precisam defender a heteronormatividade e o gênero binário.

Mas há um problema mais fundamental na ideia de que somos obrigados a defender o gênero binário. Ou seja, que esse não é um relato preciso da realidade.

Fui treinada para acreditar que sim. Em minhas aulas de filosofia na faculdade, aprendi que só pode haver dois sexos, que a identidade de gênero se baseia exclusivamente no sexo biológico, e que a distinção homem/mulher não diz respeito apenas a características físicas, mas também a essências imutáveis do “masculino” e do “feminino”, enraizadas na mente imutável de Deus, que molda toda a natureza.

Até eu mesma lecionar filosofia e preparar uma aula sobre pessoa, sexo e gênero, não tinha questionado essas suposições. Mas sempre fiz questão, ao trabalhar em um novo material do curso, de verificar as pesquisas acadêmicas reconhecidas, ciente de que os estudos poderiam ter se desenvolvido, que a minha memória poderia estar com defeito ou até mesmo que eu poderia ter sido ensinada de modo incorreto. Foi então que percebi que nunca havia sido remetida a discussões filosóficas sobre sexo ou gênero utilizando dados das ciências naturais.

Então, comecei a ler sobre como a masculinidade, a feminilidade, o sexo e a reprodução ocorrem em diferentes espécies e reinos no mundo natural, e o que eu descobri foi que a “verdade” que eu me senti obrigada a defender era uma fantasia simplista.

Masculino e feminino

As categorias de masculino e feminino, do modo como existem na natureza, não são “ou-ou” nem um binário absoluto. Ao invés disso, elas residem em um espectro. A masculinidade e a feminilidade se manifestam de maneiras diferentes, dependendo da espécie. É difícil definir qualquer conjunto de condições ou características que poderíamos apontar como sine qua non para identificar um organismo como um ou outro. Além disso, algumas espécies podem mudar de sexo. Outras são hermafroditas.

Na espécie humana, as categorias de masculino e feminino também existem em um espectro. Não existe um agrupamento singular de condições necessárias ou suficientes para a identidade masculina versus a feminina. Portanto, os órgãos sexuais não podem ser usados como determinantes absolutos da identidade de gênero.

Os cromossomos também não funcionam como determinantes, porque os indivíduos podem ser cromossomicamente masculinos ou femininos, embora apresentem características tipicamente associadas ao sexo oposto. Pessoas intersexuais existem, e alguns pesquisadores argumentam que as condições intersexuais são mais comuns do que se acreditava.

O gênero binário que eu considerava há muito tempo uma forma de categorizar todos os seres vivos era – como eu percebi – mais um marcador taxonômico geral que sinaliza um conjunto flutuante de características em um lado de uma escala. Como uma espécie de abreviação organizacional, ele é útil.

Mas isso não significa que “masculino” e “feminino” sejam categorias metafísicas fixas e imutáveis ou mesmo categorias naturais fixas e imutáveis. O que as pessoas chamam hoje de “ideologia de gênero” está mais próximo de refletir com precisão a realidade do que a visão binária tradicional com a qual eu cresci.

Sexo e gênero

O debate sobre gênero é enquadrado pelos cristãos tradicionalistas como uma luta entre “realidade” e “ideologia”. Mas a Igreja já tem uma ideologia de gênero preferencial, complementarista, essencialista e comprometida com uma visão binária rígida de todo o mundo natural. O verdadeiro debate não é sobre se a ideologia de gênero é ruim, mas sobre qual ideologia sobre gênero se alinha melhor com a realidade.

Ainda há muito que não entendemos sobre sexo e gênero, no mundo natural e nos humanos. Mas uma visão de gênero como algo que existe em um espectro e que permite o fluxo e a mudança corresponde mais de perto àquilo que sabemos. Também é mais coerente com os ensinamentos do Evangelho de Jesus sobre a igualdade e a inclusão radicais, e com uma compreensão da pessoa como dinâmica, capaz de crescimento e de transformação, refletindo a criatividade divina.

O que o Papa Francisco chama de “ideologia de gênero” reconhece e honra a complexidade e a singularidade de cada indivíduo, as muitas maneiras diferentes pelas quais cada ser criado reflete a imagem de Deus.

Jesus ensinou um Evangelho da igualdade e da inclusão radicais e fundou uma Igreja na qual as hierarquias tradicionais e as estruturas de poder foram derrubadas. Ele ensinou que os últimos devem ser os primeiros, que quem deseja liderar precisa aprender a servir, e que todos nós, independentemente do gênero, da etnia ou da casta social, podemos igualmente apresentar a imagem de Deus ao mundo.

Nos séculos seguintes, forças poderosas tentaram repetidamente cooptar os ensinamentos do Evangelho de Jesus e subvertê-los a serviço dos poderosos e dos privilegiados. E, repetidamente, surgiram movimentos de reforma, para chamar a Igreja de volta à sua missão e ministério.

A Igreja mudou antes. Os ensinamentos magisteriais se desenvolvem. Talvez seja hora de o ensino da Igreja se desenvolver mais uma vez, para refletir melhor a verdade e oferecer cuidado pastoral àquelas pessoas que não se encaixam perfeitamente nas categorias artificiais de gênero nas quais as nossas lideranças eclesiais parecem fixadas.

As nossas irmãs e irmãos LGBTQ são vulneráveis a novas ameaças de violência anticristã e antivida. Os católicos que se dizem defensores da verdade e testemunhas vivas do Evangelho não devem aumentar essas ameaças. E as lideranças da Igreja, incluindo o Papa Francisco, podem muito bem se perguntar se sua postura em relação às pessoas trans está realmente de acordo com os ensinamentos de Jesus.

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