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Peru na encruzilhada geopolítica

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24 Janeiro 2023

Apontando a trama de interesses extrativistas e comerciais sobre o Peru, Daniel Kersffeld, professor do Departamento de Ciência Política e Estudos Internacionais da Universidade Torcuato di Tella, Argentina, avalia que “Dina Boluarte deverá resistir em seu cargo, pelo menos até as próximas eleições presidenciais, em abril de 2024, sem importar o custo social e em vidas humanas que esta decisão implique”.

O artigo é publicado por Página/12, 23-01-2023. A tradução é do Cepat.

Eis o artigo.

No dia 16 de dezembro, Antony Blinken, secretário de Estado do governo de Joe Biden, comunicou-se com a presidente do Peru, Dina Boluarte. Além de oferecer seu apoio à nova governante, após a traumática saída de Pedro Castillo da presidência, exortou “as instituições democráticas do Peru a realizar as reformas necessárias, neste momento difícil, e continuar apoiando a presidência do Peru e o povo peruano”.

Agora, para quais “reformas” o chefe da diplomacia estadunidense estaria acenando, em meio à profunda crise política, econômica, social e até ambiental que, atualmente, o Peru atravessa?

A saída profundamente repressiva do atual governo de Boluarte, que já custou mais de cinquenta vidas, sugere que as reformas solicitadas pelos Estados Unidos estariam intimamente relacionadas ao alinhamento internacional de um país que acabou ficando na encruzilhada entre subterrâneas, mas poderosas correntes geopolíticas.

Com efeito, nas últimas décadas, o Peru se tornou um dos exemplos “bem-sucedidos” do modelo neoliberal, conjugado a uma estratégia geopolítica que, já em pleno século XXI, optou por aprofundar a sua relação com a Ásia-Pacífico, em detrimento dos vínculos mais tradicionais com a Europa e, principalmente, com os Estados Unidos.

A partir de uma legislação permeável aos lobbies empresariais, adaptável às mais diversas exigências econômicas e sendo altamente rentável em termos comerciais, o Peru se tornou uma das nações mais favoráveis aos investimentos estrangeiros, especialmente no mercado das matérias-primas e dos recursos estratégicos.

Deste modo, hoje, o Peru recebe investimentos de uma grande quantidade de países, em todo o mundo, entre os quais se destacam a Espanha, principalmente com seus investimentos em petróleo e gás, Reino Unido, Suíça, Japão, Coréia do Sul e, inclusive, nações da região como Brasil, México, Chile e Argentina.

No entanto, os investimentos estratégicos vêm dos Estados Unidos, por meio de empresas como Cerro Verde e Southern Copper Corporation, que atuam na exploração de cobre, fortalecendo o Peru como o segundo exportador mundial.

Ultimamente, o mercado peruano se expandiu com novos interesses em jogo. É o caso da empresa canadense Plateau Energy, que em 2017 descobriu urânio no sul, em Macusani. No entanto, a verdadeira novidade foi a descoberta do lítio: o projeto extrativista Falchani, aos cuidados da também canadense American Lithium, é responsável pela exploração do que se considera o sexto maior reservatório do gênero no mundo.

Apesar disso, a forte presença de multinacionais de origem europeia e norte-americana em setores estratégicos de sua economia não impediu que o Peru se abrisse à crescente influência da China.

É uma tendência que se aprofundou com os sucessivos governos, independentemente de suas orientações ideológicas, e que atingiu um novo patamar em 2010, quando Lima e Pequim assinaram um estratégico Tratado de Livre Comércio. O acordo logo deu resultados e, em 2011, transformou a China no maior parceiro comercial do Peru, à frente dos Estados Unidos.

Como resultado do intercâmbio entre as duas nações, depois do Brasil, o Peru é hoje o país da região que recebe o maior volume de investimentos chineses. São mais de 200 empresas chinesas que operam nesta nação, cujos investimentos ultrapassam os 30 bilhões de dólares.

Para Washington, está claro que o que começou como uma rentável associação comercial se tornou uma estratégica relação estabelecida em termos geopolíticos. Sobretudo, desde que, em abril de 2019, formalizou-se a incorporação do Peru à Iniciativa da Faixa e Rota, projeto que propõe a reconstrução da antiga Rota da Seda e que garantirá à China uma ampla presença econômica em todo o mundo.

Foi neste contexto que a China incentivou uma parceria de crescente impacto, a partir da construção do megaporto de Chancay, a principal obra na América Latina financiada por Pequim e que busca se tornar o mais importante eixo comercial entre a Ásia e a América do Sul.

Atualmente, o porto de Chancay, construído pela poderosa empresa marítima chinesa Cosco Shipping Co., está com quase 60% de sua construção pronta, o que levou à demolição de um morro e à escavação de um túnel de quase 2 km que o conectará com a Panamericana Norte. Segundo as previsões iniciais, em 2023, contempla-se a abertura de um primeiro cais, e já em 2024 estariam habilitados os pontos restantes do megaporto.

As implicações geopolíticas de uma obra desta natureza são claras. O aumento substancial do comércio entre a China e o Peru também será sentido no Chile, Equador e Colômbia. Ao mesmo tempo, a conexão com o eixo multimodal Amazonas do corredor bioceânico do nordeste também fará do Brasil um ator central desta iniciativa.

Além desta obra crucial de infraestrutura, a presença econômica da China se deslocou para outros setores da economia peruana, principalmente para a mineração. Neste caso, o projeto central é o complexo Las Bambas, uma mina de cobre a céu aberto que, segundo Pequim, poderá contribuir com até 1% do PIB peruano.

Os investimentos bilionários da China no Peru também passaram para o campo da geração de energia elétrica, quando em 2020 a China Yangtze Power International comprou a Luz del Sur, a maior distribuidora de eletricidade do Peru, da Sempra Energy, que preferiu concentrar seus negócios no Estados Unidos. A operação comercial foi de 3,5 bilhões de dólares, uma das mais altas da história peruana.

A saída de Pedro Castillo do governo interrompeu, ao menos momentaneamente, outros projetos de relevância impulsionados pela China, como é o caso da ferrovia bioceânica entre Peru e Brasil, e com ramificações na Bolívia e Argentina. Da mesma forma, existe o interesse em entrar no mercado de energia renovável e no das telecomunicações, dada a atual disputa em termos de segurança entre Washington e Pequim a respeito da utilização da rede 5G em nossa região.

Dessa forma, e nesse contexto de avanço da economia chinesa na América Latina e de consolidação do Peru como um de seus principais parceiros, ganha especial sentido o pedido de Blinken para que o governo Boluarte priorize as “reformas necessárias”.

Ainda mais neste ano, quando deverão ser renegociados vários contratos bilionários de empresas de extração de gás, além da atualização do Tratado de Livre Comércio com a China. Para isso, Dina Boluarte deverá resistir em seu cargo, pelo menos até as próximas eleições presidenciais, em abril de 2024, sem importar o custo social e em vidas humanas que esta decisão implique.

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