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Ratzinger foi um homem sinoidal. Artigo de Fernando Altemeyer

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09 Janeiro 2023

"Diante da morte de Ratzinger vejo que foi um homem sinoidal (não sinodal), ou seja, uma pessoa com sinuosidades sistólicas e diastólicas na prática e no pensamento: teve altos e baixos. Como todos nós somos e existimos. Temporais e falhos. Pecadores que precisam da misericórdia de Deus. Seguir a Jesus é sempre Páscoa que começa na cruz, mas que a ultrapassa, inda mais para quem tem muito poder e/ou autoridade", escreve Fernando Altemeyer Jr., teólogo leigo, graduado em Filosofia e em Teologia, mestre em Teologia e Ciências da Religião pela Universidade Católica de Louvain-La-Neuve, na Bélgica, e doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC. Atualmente é professor e integra o Departamento de Ciência da Religião, da Faculdade de Ciências Sociais da PUC-SP.

Eis o artigo.

Diante da morte do papa emérito Bento XVI (Ratzinger) preciso lhes dar um testemunho pessoal:

Quando meu pai morreu, em 2005, na mesma semana da morte de João Paulo II, um pouco antes da eleição de Ratzinger, eu no funeral chorei e disse palavras do coração ao meu amado Fernando, pai. Muita emoção e palavras poucas. Quando Emil, meu tio morreu, ele pediu para que eu cantasse o hino do Corinthians no quarto do Hospital Alemão, pois meu tio era um aficionado torcedor. Em lugar de eu rezar um salmo, cantamos um hino de futebol como cantiga final da passagem. Estávamos meu primo Otto, eu e o tio morrente. Ficou marcado com fogo na mente e coração. Mexeu com minha teologia toda. Quando rezei para dezenas de falecidos que amei e conheci antes da morte, as exéquias eram de um jeito. Quando rezei para tanta e tanta gente que nunca antes havia visto antes da morte, mas cujas famílias pediam para rezar, eu fazia com compostura e oração, mas era diferente. As mortes nunca são mais as mesmas. Nós nunca somos os mesmos depois de nos deparar com as mortes e a morte.

Quando estive na posse de dom Luciano Mendes como arcebispo em Mariana, vi a maldade da Cúria Romana contra esse santo que foi ostracizado, banido e calado. Ele aprendeu a amar Mariana sem rancor nem ressentimento. Como jesuíta e homem do Evangelho, obedeceu. Seu lema era In nomine Iesu.

Quando Dom Paulo Arns teve a sua/nossa arquidiocese destroçada e dividida em 1989, eu vi com meus olhos a dor nos olhos do cardeal que tanto amou a cidade e sua Igreja como esposa. Nenhuma palavra de rancor. Compreendeu a maldade burocrática dos senhores curiais, mas cria nos mistérios de Deus.

Assisti a chegada do novo cardeal Hummes que desconfigurou toda a Igreja para cumprir o plano romano que recebera como tarefa diante do antigo pastor e profeta Arns. Estive por coincidência, testemunhando anos depois quando o mesmo dom Claudio Hummes chorou na missa dos 90 anos do cardeal emérito, e pediu perdão por tudo que disse e fez naquele distante 1998. Isso foi em 2011 em Taboão da Serra.

Também vivi a condenação de Jon Sobrino como se ela tivesse atingido o meu corpo e pensamento em 2006. Foi indescritível a injustiça e o peso da leitura da Doutrina da Fé contra um teólogo já crucificado pela morte dos seus companheiros em 1989 e dom Romero em 1980, todos por amor ao povo salvadorenho. Era como matar outra vez Romero e os mártires com a força da lei curial.

Tudo isso me fez e faz pensar muito diante de morto e das mortes distintas e únicas e dos acertos e erros dos vivos morrentes. Sobre o que essa pessoa fez e aquilo que deixou de fazer em seus anos vitais. Como disse uma monja budista que quero muito (Coen): "Fernando, quando alguém morre veja de ficar com o bem que ela fez para seguir tais exemplos, mas fique também refletindo sobre os malefícios que essa pessoa praticou para evitar VOCÊ de fazer igual". Diante da morte de Ratzinger vejo que foi um homem sinoidal (não sinodal), ou seja, uma pessoa com sinuosidades sistólicas e diastólicas na prática e no pensamento: teve altos e baixos.

Altos: a carta Deus Caritas est, sua visita a Auschwitz, sua presença em Guaratinguetá com a menina de Berlim dando depoimento sobre as drogas e recuperação, e não menos importante sua coragem em renunciar diante dos lobos vaticanos. Foi uma mente articulada com o pensamento europeu de vanguarda.

Teve também momentos abissais: o silenciamento de tantos teólogos/as e de suas igrejas no terceiro mundo, em particular nos casos Boff, Ivone, Jon, duas centenas de teólogos profissionais, mas sobretudo a excomunhão do padre oblato Tissa Ballasurria; também as notas legais sobre homossexualidade e mulheres na Igreja.

Teve seus momentos de luz e claro, seus momentos de sombra. Eu mesmo pude ouvi-lo no Rio de Janeiro, enviado por dom Paulo, quando Ratzinger ainda era cardeal, no encontro no Palácio eclesiástico do Rio, promovido por dom Eugênio para os bispos do Brasil.

O padre de bicicleta de Münster (Ratzinger) e de Regensburg e seus belos e pujantes textos sobre Igreja, o novo povo de Deus são seu zênite. O teólogo e cardeal com outros paradoxais textos dizendo que a Teologia da Libertação - TdL é irracional demonstram seu limite hermenêutico e seu sitz-im-leben, com a total incompreensão de ouvir e dialogar com outras teologias verdadeiras e dialógicas se estas não se submetessem ao modelo agostiniano e alexandrino.

Assim tudo que era antioqueno, tomasiano, real e cristologia de baixo para cima era considerado heterodoxo e errado e, pasmem, irracional (sic)! Ratzinger até escreve após a condenação de Boff em 1986 o livro: Politik und Erlösung: Zum Verhältnis von Glaube, Rationalität und Irrationalem in der sogenannten Theologie der Befreiung (Politics and Deliverance: On the Relations of Faith, Rationalism, and the Irrational in so-called Liberation Theology). Opladen: Westdeutscher Verlag. Pensamento sinoidal. Altos e baixos. Como todos nós somos e existimos. Temporais e falhos. Pecadores que precisam da misericórdia de Deus. Seguir a Jesus é sempre Páscoa que começa na cruz, mas que a ultrapassa, ainda mais para quem tem muito poder e/ou autoridade.

Eu confesso que aprendi mais do silêncio de Arns, Mendes de Almeida e de Helder Câmara esmagados pela burocracia de que as belezuras de suas vidas todas. Além do juízo da vida, há o enigma da morte. Manter a mente aberta como poliedro, eis o desafio. Sem canonizar, nem despedaçar e claro, sem qualquer ressentimento. Discernir, com serenidade e leveza. Deus me ajude!

Oremus: In quibus visitabit nos oriens ex alto, illuminare his, qui in tenebris et in umbra mortis sedent, ad dirigendos pedes nostros in viam pacis.

Na esperança de que Ratzinger e todos nós tenhamos a Virgem Compadecida como advogada, despeço-me com abraços terapêuticos.

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