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Desabastecimento. Artigo de Luis González Reyes

Porto de Itajaí, em Santa Catarina, Brasil (Fonte: Flickr)

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22 Novembro 2021

 

“No século XXI, temos um grande dilema: manter um sistema que nos acarreta um desabastecimento, que será cada vez mais profundo e gerador de desigualdades, ou transformar radicalmente a forma de nos relacionarmos com o resto da vida e entre as pessoas. Esta segunda opção exige ativar políticas de decrescimento, localização e integração do metabolismo humano no funcionamento do metabolismo da vida”, escreve Luis González Reyes, doutor em Ciências Químicas, pesquisador e ativista de Ecologistas en Acción, em artigo publicado por Ctxt, 17-11-2021. A tradução é do Cepat.

 

Eis o artigo.

 

O outono de 2021 [na Europa] está atravessado por uma palavra: desabastecimento. Por exemplo, faltam chips (o que afeta indústrias como a de celulares e a automotiva) e materiais de construção (madeira, tintas, aço). Por faltar, começa a haver carência até de bebidas alcoólicas. De forma acoplada, aumenta o preço de diferentes mercadorias, como a eletricidade. Por trás dessa situação está o aumento da demanda, fruto de certa reativação econômica, mas o crucial está em analisar por que essa demanda não está podendo ser atendida.

Para buscar respostas, precisamos de uma visão não unidimensional, pois o que estamos vivendo é o resultado de múltiplos fatores entrelaçados. Um dos elementos por trás do desabastecimento é o logístico. Após a paralisação pela covid-19, as cadeias de produção e distribuição globais não são capazes de serem reativadas de forma automática. Precisam de tempo para retomarem o ritmo de transporte marítimo e o funcionamento dos portos.

Soma-se ao momento econômico. Uma produção just in time, sem estoque, e na qual a especialização produtiva territorial é muito alta (por exemplo, a maioria dos chips do mundo são fabricados em Taiwan) faz com que o sistema seja muito vulnerável. Diante da falha de um nó da produção mundial, como está acontecendo com a de chips em Taiwan, não há estoque que possa sustentar a demanda, durante algum tempo, até que a produção se recupere.

Também faz parte do modelo econômico imperante um controle oligopolístico de muitos setores, como o do transporte marítimo global ou da produção elétrica na Espanha, que permite que tais atores utilizem sua posição de força. E uma fixação de preços que depende em boa parte dos mercados financeiros, que costumam ser amplificadores dos preços altos, por exemplo, de matérias-primas, pois fomentam processos especulativos.

Ao modelo econômico, acrescenta-se a crise econômica que se arrasta desde pelo menos 2007, que estimula um desinvestimento em diversos setores. Sem expectativa clara de lucros, os capitalistas não investem na economia produtiva e desviam suas buscas de lucro para o setor financeiro.

O setor petroleiro ilustra bem este fato. Apesar de estar cada vez mais difícil extrair o petróleo, pois está localizado em lugares mais inacessíveis (em águas ultraprofundas, em regiões árticas ou envolvido em rochas duras), as empresas em vez de aumentarem o seu investimento, estão reduzindo.

A razão é simples: não é rentável, como demonstra a quebra em cadeia de corporações especializadas em fracking, a partir de 2020, ou o anúncio de petroleiras de tamanho médio, como a Repsol, de que abandonarão o setor. Isso resulta em menor disponibilidade de bens, mesmo com o aumento da demanda, pois um campo de petróleo exige anos para ser colocado em funcionamento.

As decisões políticas também desempenham um papel no processo de desabastecimento. Deste modo, o brexit, combinado com as medidas de restrição migratória, impulsiona a falta de caminhoneiros no Reino Unido, o que contribui para o desabastecimento. Outro exemplo é como a Rússia usa sua posição de força com a Europa (é um de nossos principais fornecedores de gás) para ganhar terreno na geopolítica global.

Existem políticas de longo prazo que também é necessário destacar, como as trabalhistas. Tanto as empresas como os governos precarizaram até o insuportável a vida de muitas pessoas, que simplesmente abandonam os setores onde as condições de trabalho são inadmissíveis. Novamente, o setor dos caminhoneiros é um bom exemplo. E esta precarização não é consequência da avareza de algumas pessoas (ou, pelo menos, não só isso), mas está relacionada aos processos de desinvestimento e, em definitivo, com a crise estrutural do capitalismo.

Como o nosso sistema socioeconômico não consegue recuperar altas taxas de reprodução do capital, pressiona os elos mais frágeis a tentar. Dito de outro modo, a precariedade trabalhista é uma política até certo ponto inevitável em uma conjuntura de fragilidade das forças populares, em um sistema altamente competitivo e em crise que é cego a qualquer outro imperativo que não seja reproduzir o capital.

Mas tudo isso é insuficiente para compreender o que acontece, caso não somemos a visão ambiental. Vivemos em um planeta de recursos finitos e estamos alcançando os limites de disponibilidade de diferentes materiais. Por exemplo, a extração de prata, necessária junto com outros 40 elementos para a produção de celulares, pois é um dos que integram os chips, há anos está estagnada em consequência dos limites de disponibilidade geológica.

O problema não se restringe à prata, mas abrange cádmio, cobalto, cromo, cobre, índio, lítio, magnésio, níquel, chumbo, platina, o telúrio e zinco. Os impactos se estendem pelo conjunto da economia, pois sem uma disponibilidade crescente desses elementos não é possível fabricar cada vez mais aerogeradores, computadores, aço e automóveis.

Não faltam apenas materiais, mas também energia. O aumento do preço do gás é o principal vetor que está fazendo aumentar o custo da eletricidade na Espanha e em outros lugares da Europa. Os principais fornecedores de gás da União Europeia são a Rússia e a Argélia, países que estão atravessando uma situação similar: sua capacidade extrativa desse combustível fóssil, há anos, está estagnada.

E mais, seu consumo interno aumenta, o que faz com que a sua possibilidade exportadora sofra ainda mais, o que eleva os preços. E sem mudar de modelo, há poucas opções, pois o gás não pode ser bem transportado pelo mar (é caro e podemos transportar em pequenas quantidades, se comparamos com o consumo), o que exclui o gás estadunidense ou catariano como alternativa.

A situação do gás não é única dentro do panorama energético. A extração de petróleo parece que chegou a seu máximo em 2018 e isto é fundamental na articulação da economia global, pois cerca de 95% do transporte queima derivados de petróleo. E mais, esse transporte depende sobretudo do diesel, que está em queda ao menos desde 2018. E podemos acrescentar o carvão, pois por trás dos apagões na rede elétrica chinesa está a sua dificuldade em encontrar este combustível em quantidades suficientes em suas próprias minas e nas internacionais. Por exemplo, retirou o veto à importação de carvão australiano, mas nem com isso consegue garantir uma produção elétrica que evite cortes recorrentes.

A mudança climática também está contribuindo com a situação. Voltando a Taiwan, principal produtor mundial de chips, a mudança climática está sendo um fator determinante na seca sofrida pelo país. Isso está afetando a produção de chips, pois Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), líder mundial no setor, utiliza 156.000 toneladas de água por dia na produção de seus chips. E se não há água...

Inclusive a crise ecossistêmica levou ao desabastecimento. Os problemas logísticos, em consequência da pandemia de covid-19, estão relacionados à perda de biodiversidade, pois há uma ampla bibliografia científica que destaca que a ruptura dos equilíbrios ecossistêmicos é determinante na expansão de doenças zoonóticas (que provêm de outros animais) que vivemos nos últimos anos. Uma destas doenças, como sabemos, é a covid-19 que, combinada com insuficientes serviços sanitários e uma forte interconexão global, provocou uma pandemia que forçou a desacelerar a economia entre o inverno de 2019 e o verão de 2021.

Várias das causas do desabastecimento são conjunturais, mas outras, como as ambientais, são estruturais e insolúveis. Por mais dinheiro que se invista, não conseguiremos criar prata ou gás novo na Terra. A essência do desabastecimento é o choque de um sistema que precisa se expandir constantemente com a impossibilidade física e ecossistêmica de sustentar tal expansão.

Por isso, no século XXI, temos um grande dilema: manter um sistema que nos acarreta um desabastecimento, que será cada vez mais profundo e gerador de desigualdades, ou transformar radicalmente a forma de nos relacionarmos com o resto da vida e entre as pessoas. Esta segunda opção exige ativar políticas de decrescimento, localização e integração do metabolismo humano no funcionamento do metabolismo da vida (ou, dito de outro modo, economias baseadas na agroecologia e não na indústria ou nos serviços). Também a transcender o capitalismo através de uma desmercantilização e dessassalariação de nossas vidas.

E tudo isso deve ser realizado com fortes medidas de redistribuição da riqueza, que permitam que toda a população mundial viva dignamente de forma austera. Em definitivo, ter vidas plenas em harmonia com o conjunto da vida, sem tentar, de forma doentia e contínua, ultrapassar os limites de nosso belo planeta. Em Escenarios de trabajo en la transición ecosocial 2020-2030, propomos ideias mais concretas sobre como realizar essa grande transição para o nosso território.

 

Leia mais 

 

  • Cadeias de abastecimento ‘just in time’: fragilidades, tipos de empregos criados e vínculos com a crise climática
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