A crise econômica provocada pelo coronavírus pode ser a mais devastadora dos últimos 150 anos

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10 Junho 2020

É o grande salto para trás. O Produto Interno Bruto (PIB) global deverá ter uma contração de 5,2% em 2020, de acordo com as últimas previsões do Banco Mundial, divulgadas na segunda-feira, 8 de junho. O declínio, esperado em – 9,1%, será mais acentuado na zona do euro. Nunca houve tantos países simultaneamente em recessão desde 1870. “Este é um baque devastador para a economia mundial”, disse o presidente do Banco Mundial, David Malpass. Em abril, o Fundo Monetário Internacional (FMI) previu uma queda de 3% do PIB mundial.

A reportagem é de Julien Bouisson, publicada por Le Monde, 09-06-2020. A tradução é de André Langer.

A recessão nos países pobres e emergentes não deve passar dos – 2,5% em 2020, contra – 7% nos países desenvolvidos. No entanto, a crise nessas economias amplamente informais será mais difícil de combater, devido à falta de recursos orçamentários suficientes e à fraca capacidade administrativa de distribuir a ajuda, como o seguro desemprego.

Em nota publicada no início de junho, o FMI calculou que as despesas orçamentárias para enfrentar a crise representavam 1,4% do PIB nos países de baixa renda, 2,8% nos países emergentes e 8,6% nas economias avançadas. Estes últimos têm capacidade para endividar-se, diferentemente dos demais. No entanto, em quatro de cada dez países pobres e emergentes, a dívida pública aumentou em pelo menos 20% desde 2007.

“Nossa capacidade de prever o futuro tem limites”

“Muitos deles estão menos preparados para enfrentar uma desaceleração global” do que durante a crise de 2009, admite a instituição sediada em Washington. Mais do que uma crise passageira, o FMI teme que a pandemia deixe cicatrizes profundas e duradouras nas economias por causa da “queda dos investimentos”, da “erosão do capital humano entre os desempregados” e da “desintegração do comércio mundial”. Por conta da pandemia, entre 70 milhões e 100 milhões de pessoas podem cair na extrema pobreza.

Na segunda-feira, 8 de junho, a agência de classificação S&P Global Ratings constatou, em abril, uma “recuperação” da atividade nos países emergentes, mesmo que a “recuperação seja muito lenta”, principalmente na Índia. O capital estrangeiro está retornando gradualmente a esses países após uma fuga de 100 bilhões de dólares (88,6 bilhões de euros) durante as primeiras semanas da pandemia da Covid-19.

Nestes tempos de incertezas geopolítica e econômica, as previsões de crescimento devem ser tomadas com cautela. Além da incerteza quanto à duração da pandemia, há as incertezas relativas à resiliência das economias e do agravamento das tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos. William De Vijlder, economista-chefe do BNP Paribas, observa “um aumento na incerteza das previsões”, com faixas “cinco vezes maiores que no final de 2018”. “Temos que admitir que a nossa capacidade de prever o futuro tem limites”, argumenta o economista Branko Milanovic, citando a “natureza incontrolável” da crise e sua “dimensão global”.

 

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