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Zona de Interesse e a Banalidade do Mal. Artigo de Alexandre Francisco

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11 Março 2024

"Zona de interesse é um filme imprescindível para as gerações presentes e futuras. A banalidade do mal, conceito cunhado por Hannah Arendt em seu livro “Eichmann em Jerusalém: Um Relato sobre a Banalidade do Mal”, é fundamental para o entendimento da mensagem do longa. O mal muitas vezes se manifesta de maneira ordinária e rotineira, através da obediência cega às autoridades e da falta de reflexão crítica", escreve Alexandre da Silva Francisco, advogado, mestrando em filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos e membro da equipe do IHU.

Eis o artigo.

No dia 19 de maio de 2023, Cannes assistia pela primeira vez o longa metragem dirigido por Jonathan Glazer, The Zone of Interest, traduzido para o português Zona de Interesse. O filme é produzido pela A24, famosa por seus enredos de terror psicológico que tem elevado o gênero a outro patamar nos festivais de cinemas internacionais. A obra foi premiada com o Oscar de melhor filme estrangeiro durante a premiação que ocorreu no dia 10 de março de 2024.

Zona de Interesse, é um filme que transforma qualquer expectador ao sair da sala de cinema. Sua sinopse narra a vida de uma família alemã na época em que o nacional-socialismo de Hitler governava o país. A atriz alemã Sandra Hüller vive o papel de Hedwig Höss, matriarca da família, enquanto o ator Christian Friedel vive o papel do oficial nazista Rudolf Höss. O casal vive de forma tranquila com seus cinco filhos em uma casa vistosa com um quintal grande e muito florido. O grande problema da residência é sua localização, ao lado do campo de concentração mais mortal da Alemanha nazista, Auschwitz.

Com um roteiro muito bem construído, em que cada cena é meticulosamente encaixada na narrativa, um dos grandes artifícios cinematográficos utilizados no longa é a trilha sonora e os efeitos sonoros. Enquanto a matriarca Hedwig mostra o vistoso quintal para sua mãe Linna (Imogen Kogge), que veio visitá-la, ouve-se o eco de uma multidão gritando ao fundo.

A beleza e o cheiro das flores, a travessura da infância, a calma e a paz da residência, contrastam com a fumaça do trem carregando os milhões de mortos para o campo de concentração. Os gritos vêm das câmaras de gás, que aplicavam a “solução final”, em judeus, pobres, homossexuais, dentre outros. A morte no interior das câmaras era lenta, dolorosa, cerca de 30 minutos. Crianças e idosos eram pisoteados no desespero daqueles que tentavam respirar algum ar limpo sem sucesso. O resultado era morte por sufocamento após crises convulsivas, sangramento e perda das funções fisiológicas.

Após a carnificina, os corpos eram jogados em fornalhas, e a fumaça preta da carne humana em incineração era expelida das chaminés. Eis um dia trivial em Auschwitz.  A indústria da morte chegou a matar 6 mil pessoas por dia, no auge do seu funcionamento. O extermínio era praticado por seres humanos, como eu e você, no uso pleno de suas faculdades mentais.

O antissemitismo foi a mola propulsora, o bode expiatório dos nazistas. Eram destituídos de tudo que haviam conquistado na vida. Idosos eram expulsos de suas próprias residências, destituídos de todos os seus bens. Em uma cena Hedwig, prova um casaco de altíssima qualidade. O objeto provavelmente foi separado de sua dona, exterminada, e entregue a matriarca alemã para que fosse melhor utilizado, afinal, qual a petulância de uma mulher judia utilizar um casaco daqueles? Ou a audácia de senhoras judias esconderem joias dentro de um tubo de pasta de dente, “judeus espertos” diria Linna.

Na mesma ocasião Linna afirma que trabalhara como faxineira para uma senhora judia, e que amava as cortinas que a mulher tinha em sua sala. Quando a mulher foi levada ao campo de concentração, tentou arrematar as cortinas em um leilão, mas infelizmente uma vizinha deu um lance maior e acabou levando as cortinas, lamentou-se para a filha. Pobre Linna!

Mas no final, era disso que se tratava o nazismo: separação. Separar objetos de seus donos, separar o bonito do feio, separar uma mãe de seus filhos, separar o amor, separar um humano de sua vida, o extermínio de qualquer coisa humanamente boa.  

Após o holocausto o mundo nunca mais foi o mesmo, era necessário que as pessoas não deixassem que o horror fosse esquecido, órgãos internacionais foram criados, a dignidade humana foi reconhecida e protegida. No entanto, apesar de todos os esforços, governos extremistas com vieses fascistas e totalitários são concebidos nos quatro cantos do planeta.

O genocídio em Gaza nos mostra que mesmo aqueles que sofreram o mal podem perpetrar o mal. A fala de Lula contra Israel não é nada mais do que o reconhecimento de uma carnificina em pleno andamento contra o povo árabe. Trata-se de um estado com todo o seu poderio militar, eliminando crianças por desnutrição e mulheres famintas que buscam alimentos para seus filhos sendo fuziladas.

A verdade é que nenhuma democracia está livre de cair no canto sedutor de líderes populistas que prometem resolver todos os problemas sociais criando um alvo imaginário e culpando-o por todas as mazelas de uma sociedade. O ódio une, muitas vezes mais do que o amor.

Zona de interesse é um filme imprescindível para as gerações presentes e futuras. A banalidade do mal, conceito cunhado por Hannah Arendt em seu livro “Eichmann em Jerusalém: Um Relato sobre a Banalidade do Mal”, é fundamental para o entendimento da mensagem do longa. O mal muitas vezes se manifesta de maneira ordinária e rotineira, através da obediência cega às autoridades e da falta de reflexão crítica.

O vazio e a escuridão que espreita Rudolf Höss, no final do filme, mesclado com sua náusea, demonstra a repulsa pelos atos que praticou como oficial do extermínio. Minha interpretação imediata é de ser preciso cortar o mal pela raiz, o mais breve possível, sob pena de quando a culpa bater a porta, seja tarde demais.

Leia mais

  • Como nasceu o termo genocídio. Não havia palavras
  • Era meu pai. “Os campos de concentração? Só fiquei sabendo aos 14 anos. Quando criança ele me dizia: a tatuagem no meu braço é o telefone da casa”. Entrevista com Emanuele Fiano
  • Genocídio e holocausto não podem se tornar uma indistinta “banalidade do mal”. Artigo de Roberto Della Seta
  • O holocausto, divisor de águas entre cristãos e judeus. Artigo de Brunetto Salvarani
  • Papa Pio XII e o Holocausto: realidade ou revisionismo?
  • “A guerra de Gaza mancha a memória do Holocausto”. Entrevista com Enzo Traverso
  • Para manter viva a memória do Holocausto, é preciso ter a força para dar um nome ao mal. Artigo de Vito Mancuso
  • Holocausto: as raízes não devem ser esquecidas
  • “Onde estava Deus?” Por que Auschwitz é o símbolo do mal
  • Zona de interesse: Brutalidade e flores de cinzas. Comentário de José Geraldo Couto
  • Primo Levi, os 100 anos de uma testemunha do Holocausto
  • Minha triste lembrança de Auschwitz
  • Auschwitz. "Estudar o que aconteceu em Auschwitz significa entrar nas profundezas da natureza humana para tentar entender o que somos"
  • Adorno depois de Auschwitz
  • “Eu, uma sobrevivente de Auschwitz, vejo o horror daquela época nas crianças assassinadas”. Entrevista com Edith Bruck
  • Aurélia, nascida em Auschwitz: “Minha mãe sobreviveu, depois ela me contou sobre o inferno”
  • Memória do Holocausto - Dia Internacional. "Eu, de Auschwitz a senadora vitalícia, mas não esqueço e não perdoo"
  • Dia da Memória. Auschwitz, a ferida incurável da humanidade
  • “Para os nazistas, bastava uma espinha no rosto para decidir que um de nós tinha que morrer”. Entrevista com Edith Bruck

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