14 Julho 2025
Muitas vítimas entre a população exausta na fila por ajuda. As negociações estão no limbo, com Israel e Hamas se acusando mutuamente de boicotar o acordo.
A reportagem é de Paolo Brera, publicada por La Repubblica, 13-07-2025.
Enquanto as negociações de paz em Doha estão estagnadas por acusações mútuas de sabotagem, o massacre em Gaza sob ataques das Forças de Defesa de Israel (IDF) está se intensificando. Segundo autoridades de saúde na Faixa de Gaza, somente ontem, "98 palestinos" foram mortos em uma série de ataques, um número ainda maior do que a média de 614 mortos por semana desde -07-10-2023.
A carnificina começou ao amanhecer, com pessoas exaustas fazendo fila na esperança de receber ajuda humanitária: segundo Al Quds, ao norte de Rafah, "34 pessoas foram mortas" em um ataque que também feriu 180 pessoas perto de um centro de distribuição da Fundação Humanitária de Gaza. Os palestinos atribuem o ataque ao exército israelense, que novamente nega: "Não temos relatos de feridos das Forças de Defesa de Israel", diz a declaração oficial. Em vez disso, eles alegam ataques com "dezenas de aeronaves que atingiram mais de 35 alvos do Hamas, incluindo infraestrutura subterrânea" em Beit Hanoun, no norte de Gaza.
Freedom Flotilla, la nave Handala parte da Siracusa diretta a Gaza - la Repubblica https://t.co/sMQLhS0O6z
— IHU (@_ihu) July 13, 2025
De acordo com as autoridades de saúde palestinas, administradas pelo Hamas, ataques aéreos israelenses atingiram o campo de refugiados de Al-Shati, a oeste da Cidade de Gaza. Eles bombardearam um prédio para deslocados perto da Universidade Islâmica, matando quatro pessoas. Outro atentado no bairro de Al Tuffah atingiu a casa da família Al Safadi, matando "três mulheres e uma criança". Em outro bairro da Cidade de Gaza, Sheikh Radwan, uma família lamenta três vítimas. Mais duas mortes ocorreram em uma casa destruída por bombas no bairro de Al-Rimal.
Na Faixa de Gaza central, sete palestinos, incluindo duas mulheres, foram mortos em Deir Balah. De acordo com autoridades de saúde e a mídia palestina, um avião israelense atingiu uma tenda de deslocados perto do Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, em Deir Balah, matando três pessoas. Uma jovem foi morta no campo de Nuseirat. E no sul, 11 palestinos, incluindo uma mulher e crianças, foram mortos em tendas perto do hospital kuwaitiano Al-Mawasi, em Khan Yunis, e mais dois em Sheikh Nasser.
Em Tel Aviv, milhares de pessoas foram às ruas ontem para exigir que o governo traga os reféns para casa, tanto os vivos quanto os corpos dos mortos, antes que a "janela de oportunidade" se feche. "Ela está aberta agora, mas não permanecerá assim por muito tempo", disse Eli Sharabi, que aguardava os restos mortais de seu irmão Yossi, sob aplausos. Eli foi libertado no acordo mais recente; sua esposa e duas filhas foram mortas em 7 de outubro.
Mas em Doha, as negociações que pareciam estar próximas da conclusão estão paralisadas. O Hamas rejeitou os mapas propostos por Israel para a retirada de seus soldados da Faixa de Gaza e acusa Israel de estar à mesa apenas para "ganhar tempo". Israel retaliou, afirmando que o Hamas rejeitou a proposta do Catar de um cessar-fogo de 60 dias com a libertação dos reféns. Nenhum dos lados, no entanto, abandonou a mesa. Hoje, Israel apresentará um novo mapa de retirada.