13 Mai 2023
O que é pegada ecológica e por que devemos nos preocupar com ela?
A informação é publicada por EcoDebate, 11-05-2023.
A pegada ecológica é um indicador de sustentabilidade que acompanha a concorrência das demandas humanas com a capacidade regenerativa do planeta, ou seja, compara a biocapacidade do planeta com a demanda por recursos naturais necessária para a elaboração de bens de consumo e serviços.
Ela representa a quantidade de recursos naturais que são necessários para sustentar o consumo e a produção de uma pessoa, de uma comunidade ou de um país. Quanto maior a pegada ecológica, maior é a pressão sobre os ecossistemas e a biodiversidade do planeta.
Se a pegada ecológica de uma população exceder a biocapacidade da região em que vive, aquele local apresentará déficit. Isso acontece quando a demanda por bens e serviços, como frutas, vegetais, carne, peixe, madeira, entre outros, excede o que os ecossistemas da região conseguem regenerar
As consequências de uma pegada ecológica elevada são o esgotamento dos recursos naturais, a poluição, as mudanças climáticas, a perda de habitats e a extinção de espécies. Para evitar esses problemas, é preciso reduzir a pegada ecológica individual e coletiva, adotando hábitos mais sustentáveis no dia a dia.
A pegada ecológica mede, em hectares globais (gha), a demanda das populações humanas sobre os recursos biológicos renováveis (como alimentos, fibras, madeira, energia etc.) e a capacidade dos ecossistemas de produzir esses recursos e absorver os resíduos gerados pelo ser humano. A pegada ecológica também leva em conta a quantidade de dióxido de carbono (CO2) que é emitido pelas atividades humanas e que contribui para o aquecimento global.
A pegada ecológica pode ser calculada para uma pessoa, uma cidade, um país ou o mundo inteiro. Ela permite comparar diferentes padrões de consumo e verificar se eles estão dentro da capacidade ecológica do planeta, ou seja, se eles são sustentáveis ou não. A sustentabilidade significa utilizar os recursos naturais sem comprometer sua disponibilidade para as gerações futuras.
As consequências de uma pegada ecológica maior do que a biocapacidade do planeta são graves e podem afetar a qualidade de vida de todos os seres vivos. Algumas dessas consequências são: a perda da biodiversidade, a escassez de água potável, a poluição do ar, do solo e dos oceanos, a desertificação, as mudanças climáticas, a fome, as doenças, os conflitos sociais e as guerras por recursos .
Para reduzir a pegada ecológica individual e coletiva, é preciso adotar hábitos de consumo mais conscientes e responsáveis, que levem em conta o impacto ambiental das nossas escolhas. Algumas dicas para diminuir a pegada ecológica são:
– Reduzir o consumo de energia elétrica, optando por fontes renováveis (como solar ou eólica) sempre que possível;
– Reduzir o consumo de água, evitando desperdícios e reutilizando-a sempre que possível;
– Reduzir o consumo de carne, especialmente de origem bovina, que tem uma alta emissão de gases de efeito estufa;
– Reduzir o consumo de produtos industrializados, embalados e descartáveis, que geram muitos resíduos;
– Preferir produtos orgânicos, locais e da época, que têm menor impacto ambiental;
– Separar os resíduos para reciclagem ou compostagem, evitando que eles sejam enviados para os aterros sanitários;
– Utilizar meios de transporte alternativos ao carro particular, como bicicleta, transporte público ou caminhada;
– Plantar árvores ou apoiar projetos de reflorestamento, que ajudam a capturar o CO2 da atmosfera;
– Educar-se e educar outras pessoas sobre a importância da preservação ambiental e da sustentabilidade.
Essas são algumas formas de reduzir a pegada ecológica individual e coletiva.
No entanto, é preciso também que haja uma mudança nas políticas públicas e nas práticas empresariais, que devem priorizar o bem-estar social e ambiental em vez do lucro econômico. Somente assim será possível garantir um futuro melhor para nós mesmos e para as próximas gerações.
O Brasil é um país com uma grande diversidade de ecossistemas e uma alta biocapacidade, ou seja, a capacidade de produzir recursos úteis e absorver os resíduos gerados pelo ser humano. No entanto, o Brasil também tem uma pegada ecológica elevada, que supera a sua biocapacidade em cerca de 30%. Isso significa que o país consome mais recursos do que é capaz de repor e que depende da importação de recursos de outras regiões do mundo.
Para reduzir a pegada ecológica no Brasil e no mundo, é preciso adotar políticas públicas que promovam o desenvolvimento sustentável, ou seja, que atendam às necessidades das gerações presentes sem comprometer as possibilidades das gerações futuras. Algumas dessas políticas públicas são:
– Erradicar a pobreza e as desigualdades, diminuindo as taxas de fecundidade do mundo para níveis abaixo da reposição (o Brasil já fez sua parte);
– Reduzir o consumo conspícuo em todas as suas facetas, reciclando e reaproveitando o lixo e os resíduos sólidos;
– Promover uma mudança da matriz energética dos combustíveis fósseis para as energias renováveis (eólica, solar, geotérmica, das ondas, do hidrogênio, etc.);
– Criar uma agricultura agroecológica, facilitando uma revolução azul na aquicultura;
– Incentivar a dieta vegetariana;
– Construir cidades sustentáveis, com transporte coletivo e eficiência energética;
– Promover a sociedade da informação e do conhecimento, trocando o uso indiscriminado de materiais pelo uso de bens imateriais e intangíveis;
– Substituir as concepções egocêntricas em favor de uma perspectiva ecocêntrica, com mais restauração ambiental, menos destruição e com o devido respeito ao Planeta e a todos os seres vivos da Terra.
Essas políticas públicas podem contribuir para reduzir a pegada ecológica no Brasil e no mundo, garantindo uma melhor qualidade de vida para as pessoas e para o meio ambiente. A pegada ecológica é uma ferramenta importante para trabalhar as questões ambientais, por meio da análise do consumo e de seus impactos sobre os recursos ambientais. Ela também traz informações importantes que possibilitam direcionar políticas públicas municipais, estaduais e federais.
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