• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

Terra, um dom a ser preservado. Diálogo entre Vito Mancuso e Gustavo Zagrebelsky

Mais Lidos

  • Especialistas internacionais e nacionais – Andrea Grillo, Maria Cristina Furtado, Faustino Teixeira, Ivone Gebara e Alzirinha Souza – apresentam suas primeiras impressões após a eleição de Robert Francis Prevost, o primeiro papa estadunidense da Igreja

    Papa Leão XIV. Desafios e expectativas. Algumas análises

    LER MAIS
  • Prevost, eleito Papa Leão XIV: o cardeal americano cosmopolita e tímido

    LER MAIS
  • O papa Leão XIV, o seu nome, a sua vestimenta e o seu discurso. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    MPVM - 4º domingo de Páscoa – Ano C – A missão de cuidar da vida e cuidar da humanidade

close

FECHAR

Image

COMPARTILHAR

  • FACEBOOK

  • X

  • IMPRIMIR PDF

  • WHATSAPP

close CANCELAR

share

08 Outubro 2022

 

O filósofo Vito Mancuso e o jurista Gustavo Zagrebelsky debatem sobre os dilemas levantados pela crise climática e pela emergência planetária. Uma mudança de perspectiva que entrelaça a encíclica Laudato si’, do Papa Francisco, com Sófocles, Heidegger e Simone Weil.

 

“A Terra é um empréstimo a ser pago aos nossos filhos.” Esse é o título do diálogo entre Gustavo Zagrebelsky e Vito Mancuso que, na quinta-feira, 6, moderados por Simonetta Fiori, se encontraram na Igreja de São Francisco, em Lucca, na Itália, por ocasião do Pianeta Terra Festival.

 

Uma síntese do diálogo foi publicada pelo jornal La Stampa, 07-10-2022. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

 

Eis o texto.

 

Gustavo Zagrebelsky – Hoje, o amadurecimento cultural que nos leva a pensar em nós mesmos como indivíduos no cosmos parece pleonástico. Ainda na Constituição italiana, no artigo 9, fala-se de proteção do ambiente, “também no interesse das futuras gerações”. Estamos acostumados ao conceito das normas jurídicas como imperativas, capazes de nos dizer o que fazer e o que não fazer. Essa, por outro lado, é a declaração de uma atitude em relação ao cosmos. Holística, eu diria. No passado, pensávamos que os humanos estavam no centro da criação, enquanto hoje sabemos que eles também podem ser perigosos.

 

A Constituição se refere, justamente, às gerações futuras, àqueles que eu defino como “ainda não viventes”. Esse artigo tem pouco valor jurídico e, ao mesmo tempo, um grande valor do ponto de vista ético-filosófico. Mais do que aos direitos, ele se refere aos nossos deveres em relação às gerações futuras. Assim, assistimos a uma inversão: somos nós que devemos amar sujeitos fictícios.

 

Vito Mancuso – Acima de tudo, gostaria de celebrar este lugar: estamos em uma igreja, mesmo que desconsagrada. Vejo iluminado o Sagrado Coração de Jesus. Por isso, gostaria que as minhas palavras fossem uma liturgia da palavra, capaz também de comunicar as emoções.

 

É verdade que somos antropocêntricos e que o antropocentrismo diz respeito tanto ao judaísmo quanto ao cristianismo. Mas caracteriza também os gregos: penso no mito de Prometeu que doma o fogo. Todo o Ocidente é antropocêntrico. E, então, está certo ou errado?

 

Está errado, se pensarmos nas extinções e na poluição. As imagens terríveis dos plásticos nos mares estão debaixo dos nossos olhos e causam um frio na barriga. Mas o antropocentrismo também está certo, ou melhor, é inevitável. Trata-se de interpretar este princípio. Somos a única espécie capaz de elaborar informações e de fazer isso em relação à nossa vontade de poder: vem à minha mente o termo “greed” [ganância]. Consumimos sem parar.

 

Em vez disso, deveríamos pôr essa capacidade a serviço de nós mesmos e dos povos mais pobres. Qual é a solução, então? Entender que fracassamos. As religiões fracassaram, e as ideologias fracassaram.

 

Penso, então, na encíclica do papa, jamais sonhada por ninguém antes dele, e que Francisco escreveu inspirando-se também em Jonas e Lovelock. Ele nos disse que ou mudamos ou nos afogamos: eu acredito na astúcia da razão, para citar Hegel. Estamos de costas para a parede.

 

Gustavo Zagrebelsky – Estamos diante do risco de uma catástrofe global. Nossa própria civilização fracassou. É um conceito que Heidegger, o filósofo da técnica e do veneno nela contido, já havia antecipado.

 

E, atrás dele, há uma história de dois milênios, começando por Sófocles: “Muitas são as coisas extraordinárias, mas não existe nada de mais extraordinário do que o homem”. Segundo Sófocles, o homem é um ser transformador e violador. O arado fere a terra, assim como a quilha dos navios fere o mar. Não por acaso, Heidegger recorreu à célebre fórmula: “Só um deus poderá nos salvar”.

 

Mas não nos detenhamos nas palavras, senão nos limitaremos aos discursos autoconsoladores, como invocar um deus ou repetir “fizemos o nosso trabalho”. Penso nos programas de proteção do ambiente, nas declarações de Kyoto e de Paris. Mudaram alguma coisa? Na realidade, permaneceram como letra morta.

 

O que me perturba é que somos nós, nos países ricos, que fazemos os discursos sobre o ambiente. E às populações pobres nós dizemos: “Vocês devem renunciar ao seu desenvolvimento industrial e predatório!”. Mas elas rebatem: “Parem vocês! Vocês depredam o planeta há séculos. Nós continuamos assim, em vez de morrer de fome. Pensaremos nas gerações futuras depois”. Conclusão: falar de ecologia diz respeito a todos, mas isso não pode ser feito da mesma forma para todos. Na base, há uma questão de poder e de potência, e, portanto, de justiça global.

 

Vito Mancuso – A encíclica de Francisco fala de “dívida ecológica”: os Estados ricos poluíram muito, exportam resíduos tóxicos para os países menos desenvolvidos, assim como as indústrias mais poluentes. O senso de justiça nos obriga a reconhecer essa dívida ao lado da econômica. Penso no papa como a “voz que clama no deserto...”.

 

Voltando à frase de Heidegger, “só um deus nos salvará”, acredito que ninguém tem uma solução unívoca. Precisamos de um acordo baseado na escuta: escutemos o economista, o jurista, o empresário, o cientista... Assim, vem novamente à tona a liturgia da palavra. Não temos mais um deus, e nenhum deus virá do céu, com o toque das trombetas, para nos salvar.

 

O sentido filosófico daquela frase, que até mesmo um não crente pode compartilhar, é que existe algo de sagrado. Se o desejo se torna serviço, então tem-se um deus. Ao contrário, a morte de deus é o desejo voraz: faz com que, quanto mais ignorantes somos, mais nos colocamos no centro. Em vez disso, é a cultura e a beleza que nos unem.

 

Gustavo Zagrebelsky – Devemos nos transformar em deuses que olham para a beleza e protegem o mundo. Temo que, quando chegar o dia da crise, aquela que vai morder as nossas vidas, chegará também o dia de um deus: mas ele será um ditador. Temo uma virada autoritária.

 

Vito Mancuso – Acho que seria bom ser árvores. Simone Weil escrevia: as plantas são os únicos seres que se alimentam de luz e não de outra vida. É uma utopia, claro, mas nos sugere o conceito de ecossistema: nós somos cultura e devemos conceber a cultura como um conjunto de relações e interconexões.

 

Leia mais

 

  • ‘The Letter’ está aqui: o filme do Papa sobre a Laudato Si
  • Michael Czerny: “A crise ecológica chegou e está acontecendo agora. Acabou o tempo da negação e do populismo irresponsável”
  • Transição humanística. Entrevista com Gaël Giraud
  • Novo Regime Climático. A comunidade científica internacional apela à desobediência civil
  • Novo Regime Climático. Humanidade enfrenta “suicídio coletivo”, alerta o secretário-geral da ONU
  • “Laudato si'”, laboratório para a cura do pensamento. Artigo de Mario Castellana
  • Laudato Si': Aprender a cuidar do que que é comum, da nossa Casa
  • A principal campanha de sustentabilidade do Vaticano é o foco principal da Semana Laudato Si' 2022
  • “Laudato Si', talvez tenha seus principais profetas em populações minoritárias”. Entrevista com padre Dário Bossi
  • Sem surpresa: irmãs estão liderando a ação Laudato Si'
  • A Antropologia Teológica contida na Laudato Si' como caminho de espiritualidade contra o consumismo
  • Seis anos de Laudato Si': a teologia diante do colapso
  • Gaël Giraud, o economista “Laudato si'”
  • Antropoceno: a Era do colapso ambiental
  • O Corpo do Antropoceno. “Como o mundo que criamos nos está mudando”
  • Antropoceno: a força destruidora de uma espécie
  • Hans Jonas. 40 anos de O princípio responsabilidade. Revista IHU On-Line, Nº 540
  • A crise de uma humanidade que não consegue se tornar humana, segundo Edgar Morin
  • A cidadania filosófica da Responsabilidade. Entrevista especial com Ivan Domingues
  • ‘A revolução na educação passa pelo conhecimento do próprio ser humano’, diz Edgar Morin
  • Papa Francisco chama os brasileiros a “uma educação promotora da fraternidade universal e do humanismo integral”

Notícias relacionadas

  • ''O direito de morrer não existe''. Entrevista com Gustavo Zagrebelsky

    Com esta entrevista com o constitucionalista Gustavo Zagrebelsky e o artigo de Maurizio Mori (que receberá uma réplica de Marco [...]

    LER MAIS
  • O momento da ''pietas'' e o suicídio assistido de Lucio Magri

    Lucio Magri (foto), político comunista, jornalista e fundador do célebre jornal de esquerda italiano Il Manifesto, cometeu sui[...]

    LER MAIS
  • “A experiência do espírito vai muito além das distinções espaço-temporais e de gênero”. Entrevista especial com Marco Vannini

    Para se entender a mística, é preciso partir da antropologia clássica e cristã: “Não bipartida em corpo e alma, mas tripart[...]

    LER MAIS
  • O agricultor que pode salvar as nossas terras. Artigo de Carlo Petrini

    O Manifesto pela Terra e pelo Homem de Pierre Rabhi (foto) é um verdadeiro programa político.A opinião é de Carlo Petrini, che[...]

    LER MAIS
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados