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Rússia. Da terapia do “choque” à guerra financeira

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20 Abril 2022

 

As privatizações mafiosas da década de 1990 na Rússia, idealizadas pelos gurus da Universidade de Harvard, explicam por que uma parte significativa da população russa ainda apoia Vladimir Putin.

 

A reportagem é de Andy Robinson, publicada por Ctxt, 19-04-2022. A tradução é do Cepat.

 

La Vanguardia publicou em 18 de abril uma breve comparação de duas suspensões de pagamentos da dívida russa. A primeira, em 1998, que se deu após um período desastroso de desregulamentação, endividamento e privatizações corruptas durante os governos de Boris Yeltsin, provocou pânico nos mercados financeiros globais. A outra, que está prestes a acontecer, longe de preocupar os investidores ocidentais, tem sua aprovação, pois foi expressamente provocada por Washington como parte da guerra financeira contra Vladimir Putin.

A mega moratória russa de 1998 sobre 61 bilhões de dólares de dívida – 17% do PIB russo – desencadeou uma onda expansiva destrutiva que atingiu o Brasil e outros países em desenvolvimento no mesmo ano – forçando um resgate do FMI – e abalou sismicamente Wall Street. O dano colateral mais importante para o sistema financeiro do default foi o megafundo de hedge Long Term Capital Management, que suspendeu os pagamentos sobre derivativos no valor de mais de um trilhão de dólares e teve que ser resgatado por um consórcio de bancos.

Na época, os bancos e fundos de investimento ocidentais estavam altamente expostos ao risco de default. Como explica Matt Taibbi com brilhante humor sarcástico em um artigo, os titãs de Wall Street fizeram apostas bilionárias pela privatização e pela desregulamentação financeira engendradas pelos gurus econômicos do então presidente Boris Yeltsin. Os mais importantes deles eram Anatoly Chubáis – agora conselheiro do JP Morgan – e Yegor Gaidar, ambos ultraliberais formados no Ocidente. A Rússia tornou-se o laboratório do neoliberalismo do choque.

“As privatizações da indústria soviética foram administradas com a assessoria de economistas estadunidenses (...) a gângsteres mafiosos e assassinos como Boris Berezovsky que receberam participações majoritárias em empresas como a Aeroflot”, lembra Taibbi.

Se Chicago forneceu as teorias para justificar as privatizações corruptas de Pinochet no Chile, Harvard, a universidade de assessores de Clinton como Larry Summers, foi a escolhida para arquitetar a privatização da economia soviética. Summers recrutou Jeffrei Sachs (agora arrependido e crítico ferrenho da terapia do choque e das estratégias ocidentais aplicadas na Rússia e no Sul global) para aconselhar os Harvard Boys em Moscou. Andrei Schleifer, nascido na Rússia e formado em Boston, e Jonathan Hay, da Harvard Law School, ambos com doutorados na Harvard, ajudaram a elaborar a estratégia do choque para o GKI, o comitê de privatização do governo de Boris Yeltsin.

Alguns anos depois, estes dois últimos foram acusados de usar informações privilegiadas durante as privatizações para facilitar uma série de golpes do fundo de hedge da esposa de Schleifer, Nancy Zimmerman. Pagaram 256 milhões de dólares para interromper a investigação.

O FMI também apostou fortemente no capitalismo de choque na Rússia. Liderado por Michel Camdessus, um ex-assessor de Mitterrand, católico da escola da solidariedade convertido em evangélico da desregulamentação e admirador da relação Wall Street-Washington clintoniana, a entidade estendeu a mão para Yeltsin. As pressões do FMI de Camdessus a favor da abertura das contas de capital contribuíram para inflar bolhas e provocar a crise asiática do ano anterior, que o FMI agravou depois com receitas de austeridade.

Para a Rússia, que abriu gradativamente sua economia para que os bancos internacionais tivessem acesso ao grande leilão de ativos públicos, facilitou créditos da ordem de 16 bilhões de dólares entre 1991 e 1998, um suporte fundamental para a venda a preços módicos das grandes empresas estatais a um punhado de oligarcas. Durante esse período de desestatização, a pobreza na Rússia aumentou de 2% para 40% da população.

Quando Yeltsin pediu uma nova linha de crédito em 1998 para garantir os credores assustados com a crise asiática, o FMI recusou. Após a suspensão de pagamentos, Yeltsin foi substituído como presidente por Putin, que ganhou as eleições presidenciais de 1999. Os governos ocidentais aplaudiram a chegada ao poder de um “líder forte” em comparação com o etílico Yeltsin. Tanto Bill Clinton como Tony Blair elogiaram o ex-líder da KGB.

Um artigo na revista dominical do New York Times em 1999 retratou o novo presidente como “uma versão humanitária de Pedro, o Grande, o governante que abrirá o país à influência mundial, uma Rússia mais doce e dinâmica do que nunca”. Chrystia Freeland, a atual ministra da Economia do Canadá, escreveu na época em suas crônicas jornalísticas que “estamos prestes a nos apaixonar novamente pela Rússia (com Putin)”.

Taibbi resume parafraseando o slogan da política exterior quando se trata de apoiar ditadores: “Achávamos que Putin era nosso bastardo; mas se tornou seu próprio bastardo”.

Vinte e três anos depois, diante de outro iminente calote russo, os grandes bancos ocidentais se sentem protegidos. Eles foram retirando seus créditos da Rússia nos últimos anos. O FMI – que começa sua reunião semestral esta semana em Washington – não tem mais programas de crédito em Moscou. É por isso que Biden pode se dar ao luxo de instruir os bancos em Wall Street a não processarem os próximos pagamentos da dívida russa. E a Moody's pode rejeitar categoricamente que a Rússia pague sua dívida em rublos.

Vale a pena refletir sobre esses dois defaults. Porque é lógico pensar que a terapia do choque e as privatizações mafiosas da década de 1990 na Rússia, idealizadas pelos gurus da Universidade de Harvard, explicam por que uma parte significativa da população russa ainda apoia Vladimir Putin. Talvez isso também explique por que grande parte do Sul global – não apenas os 31 países que não condenaram a invasão e abrigam mais da metade da população mundial – não está se juntando aos nobres e apaixonados apelos dos líderes ocidentais para construir uma frente unida global contra Putin.

Após o colapso de 1998, o dano à credibilidade da democracia russa já era um fato consumado. Grande parte do eleitorado já identificava a democracia liberal com uma pilhagem de bens públicos sem precedentes na história. Desde as crises na Ásia e na Rússia em 1997-98, uma unidade antiocidental vem se formando no Sul global, focada em substituir o dólar como moeda de reserva.

A China, como destaca Isabelle Weber em seu novo livro How China avoided shock therapy, que escolheu um caminho diferente do capitalismo de choque, é uma referência muito mais relevante para os grandes países em desenvolvimento do que os Estados Unidos. Muitos países do Sul global estão preocupados com a “weaponization” – conversão em arma militar – do dólar hegemônico depois de serem obrigados a investir suas reservas cambiais – necessárias como blindagem para evitar uma crise como a de 1997-98 – em dólares.

É compreensível. Afinal, pouco mudou na economia ocidental desde aqueles anos em que JP Morgan e Goldman Sachs, Citigroup e Long Term Capital Management desembarcaram em Moscou para arquitetar o grande saque do Estado soviético.

Assim, o governo de fato em um mundo unipolar após a queda da URSS era o que Jagdish Bhagwati, o grande economista indiano, chamou de nexo Washington-Wall Street, personificado por Robert Rubin, secretário do Tesouro de Bill Clinton e ex-presidente do Goldman Sachs, com seu braço direito, Summers, o economista mais brilhante de Harvard. Os democratas de Clinton contavam com o apoio dos bancos de investimento e sempre retribuíam o favor mesmo que tomassem medidas militares para abrir as economias de países resistentes ao capital internacional.

“Plus ça change plus c'est la même chose” nos tempos de Biden e da guerra de 2022. O idealizador das sanções financeiras contra a Rússia é Wally Ademeyer, vice-secretário do Tesouro e ex-gerente do fundo BlackRock.

Quais serão as consequências das sanções e do default russo? Talvez haja danos colaterais em Wall Street. Mas a economia russa pode cair em um precipício, uma queda de 15% do PIB este ano, de acordo com o Instituto Internacional de Finanças em Washington. Putin certamente resistirá, como costuma acontecer com as sanções. Mas haverá um impacto catastrófico no bem-estar de milhões de russos. Talvez a pobreza volte a atingir novamente 40% da população russa.

E em dezenas de outras economias em desenvolvimento no Sul global – a maioria contrárias à política de sanções contra a Rússia – o aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis desencadeará mais pobreza e outra onda de fome. Mas talvez mais do que Putin, será o bloco ocidental dos EUA e da Europa – tão seguro de sua superioridade moral em inúmeros editoriais – que mais se isolará do resto. Andrew Cockburn faz a pergunta certa na London Review of Books: quando a fome e os cortes de energia atingirem os pobres: “Em quem essas populações vão jogar a culpa? Na Rússia ou no Ocidente?”.

 

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