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Reflexões políticas sobre a benção às armas

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25 Janeiro 2022

 

"A benção, ao fim e ao cabo, é um problema político e a questão que devemos buscar responder é: qual projeto de cidade/país nossas comunidades quer abençoar/construir? 'Sê sensato, escolhe a Vida'", escreve Lucas H. P. Duarte, agente de Pastoral Carcerária na Arquidiocese de Curitiba, mestre em Teologia na PUCPR e Membro do Grupo de Pesquisa Teologia Pública em contexto Latino-Americano.

 

Eis o artigo.

 

Uma imagem chocou a todos nós. Nela se vê um líder religioso impondo a mão sobre pistolas dispostas sobre uma mesa, auxiliado por um guarda civil fardado e ladeado pelo prefeito de Curitiba, Rafael Greca, e seu vice-prefeito Eduardo Pimentel. Ao fundo, se nota a presença de polícias militares e outros possíveis assessores políticos e afins.

Trata-se de uma celebração - no mínimo estranha - de substituição do armamento utilizado pela Guarda Civil Municipal, que deixará de usar revólveres calibre 380 para portar pistolas 9 mm. A compra das novas armas, fabricadas pela empresa tchéquia CZ, segundo críticos, significa uma completa e perigosa militarização da corporação e faz de Curitiba a primeira cidade a utilizar abertamente armamento de guerra dentro do espaço urbano. Em que pese que, a Guarda curitibana esteja envolvida no assassinato do jovem Mateus Silva Noga, que celebrava com amigos a CNH, no centro da cidade.

Muitos nas redes sociais manifestaram indignação ao ver "um padre" abençoando armas, mas um olhar mais perito saberia, pelo paramento, que é um diácono e não um padre. Os diáconos são parte do clero católico e devem cooperar com os bispos e padres ao anúncio do Evangelho, ao serviço da mesa da Palavra e da Eucarística, e sobretudo, à caridade em uma diocese. O diácono na foto é Marcos Daniel de Camargo, capelão católico da guarda, desde 2015, e membro da corporação, desde 1988. Além desses detalhes eclesiásticos, o que importa destacar é a benção - de deus? da igreja? Sei lá - não seu ministro. Claro, se poderia questionar se é lícito no "estado laico" tal celebração religiosa confessional, ou se é permitido pela Igreja a imposição sobre as armas do Estado. Porém, vejo essa imagem como símbolo da relação Fé e Política.

 

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Padre Julio Lancellotti (@padrejulio.lancellotti)

 

O que se abençoa de fato não são apenas armas. Deixemos aos liturgistas a discussão sobre esse sacramental. O que se abençoa é um projeto de segurança pública que tem nos matado. Abençoa-se essa crença de que há um inimigo a ser combatido. Como disse o prefeito na ocasião: "as armas são para proteger as famílias curitibanas". Proteger contra quem? Contra o povo. Uma crença que tanto à direita quanto à esquerda tem seus fiéis: apologetas conservadores e progressistas de que mais polícias e mais armas geram mais segurança. Os mais reacionários são ferrenhos defensores da técnica de matar dos militares. Fico imaginando as possíveis preces do ministério, tipo, "deus abençoe essas armas que serão usadas contra a vida de nossos jovens no Largo da Ordem. Amém?"

O problema então não é a benção, mas o que se abençoa. O profeta Isaías fala da transformação das armas em arado. Precisamos então nos dedicarmos a essa conversão. É claro que não se trata de pensar uma paz sem conflitos, já que nossa história se faz pelos conflitos e assim seguimos adiante. Talvez devêssemos abençoar/construir outros projetos. Por exemplo, ao redor do mundo, tem crescido movimentos de desinvestimento nas polícias, pois se percebe que a segurança pública prescinde de uma força policial, sobretudo, depois do assassinato do afroamericano Gerge Floyd por policiais. Quer dizer, não é mais polícia com mais armamento letal que faz uma comunidade ser mais segura.

Uma comunidade está mais segura quando seus direitos são garantidos, quando possui os meios de defesa por sua soberania e autodeterminação, enfrenta as causas de violências, por exemplo, o uso abusivo de álcool e desenvolve práticas de resolução pacífica dos conflitos pela própria comunidade. Os mais radicais defendem a abolição das polícias e no mesmo golpe as prisões. Não se fala em apenas desmilitarizar-las. Não é o fim da polícia militar apenas, mas o fim das polícias. O que se pretende não é criar polícias melhores, mais técnicas, mais amigáveis ou mais comunitárias. Vejam que projeto bélico das UPPs, no Rio de Janeiro, foi reeditado como "Cidade Integrada". E, lá vamos nós, contar os corpos, até quando?

A abolição, portanto, é projeto propositivo de fazer da instituição policial obsoleta. Começa por não acionar essa máquina de matar e prender o povo através dos Boletins de Ocorrência (B.O.). Uma prática antirracista mÍnima com repercussões reais na vida de jovens e comunidades racializadas e empobrecidas. Alvos número 1 das ações policiais. A pesquisa da Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial (IDMJR) da Baixada Fluminense mostra como a experiência entre o povo e as polícias é desnecessária. 93% das pessoas participantes responderam que não confiam na polícia e 80% não ficaram satisfeitas com a prestação de serviços da polícia.

Para fazer avançar a pauta da segurança pública para além das armas e das polícias, os abolicionistas da IDMJR recomendam ampliar o debate sobre desinvestimentos nas polícias e enfrentamento a tecnologias de produção de morte, como aparelhos de reconhecimetno facial; fazer o debate sobre o abolicionismo das polícias e fim das prisões em favelas e bairros de periferia; estimular as produções de pesquisas sobre abolicionismo das polícias e prisional nas universidades, organizações de pesquisas e movimentos sociais; oportunizar experiências de espaços construtores de sociabilidades não punitivistas; luta por reparação histórica para o povo negro; implementar processos de justiça de transição e justiça restaurativa; e a construção de projeto político anticapitalista, antirracista e antipatriarcal.

No mesmo sentido, num contexto rural, a Teia dos Povos apontam para as seguintes tarefas rumo a autodefesa: criar conselhos de mediação e solução de conflitos; fortalecer o processo de formação de valores anticapitalistas, antirracistas e antipatriarcais; afastar o tráfico de drogas e outras organizações que promovam o vício nos territórios; construir uma integração com outros territórios; garantir uma reserva de alimentação para os dias de conflito; conhecer o território; treinar a juventude e mulheres para autodefesa pessoal e coletiva; conhecer as ferramentas de segurança e instalar sistemas autônomos de vigilância; e saber quem são e o que fazem os potenciais inimigos do povo.

Assim, o problema aqui é político. Não se trata de uma questão normativa ou moral ou litúrgica: diácono Marcelo poderia ou deveria abençoar as armas? Deus quer ou não quer que seus ministros abençoe ou porte armas? O que diria a Tradição sobre isso? Não podemos individualizar o caso e buscar a punição do ministro com qualquer um daqueles adjetivos que infelizmente voltaram ao vocabulário das nossas comunidades. A benção, ao fim e ao cabo, é um problema político e a questão que devemos buscar responder é: qual projeto de cidade/país nossas comunidades quer abençoar/construir? "Sê sensato, escolhe a Vida".

 

Leia mais

 

  • Os coletivos criminais e o aparato policial. A vida na periferia sob cerco. Revista IHU On-Line, Nº 506
  • Desmilitarização. O Brasil precisa debater a herança da ditadura no sistema policial. Revista IHU On-Line, Nº 497
  • Somos todos irmãos e irmãs em resistência e rebeldia: uma leitura de "Fratelli Tutti" e de "sexta parte: uma montanha em alto mar". Artigo de Lucas H. P. Duarte
  • Abençoar as armas e abençoar os casais: uma questão não resolvida. Artigo de Andrea Grillo
  • Igreja ortodoxa russa procura proibir as bênçãos de armas de destruição em massa
  • Militarização do sistema policial é um processo herdado desde a colônia. Entrevista especial com Sérgio Adorno
  • Mais armas, mais segurança: a questionável lógica de Bolsonaro
  • “A PM é a instituição mais genocida do Brasil”, diz membro de ONG que levou uma das maiores fabricantes de armas a suspender exportações ao Brasil
  • Armar a população é inconstitucional e mergulhará o país num 'faroeste'
  • Bolsonaro e seu estranho Deus das armas
  • Faltam vacinas, mas sobram armas
  • Mais armas, menos crimes?
  • Câmara amplia acesso a armas para caçadores, atiradores e colecionadores. Brechas para o descontrole
  • Estatuto do Desarmamento salvou 160.000 vidas, calcula estudo
  • Plano Nacional de Segurança Pública - "Um suposto plano que é um arremedo de um planejamento efetivo de políticas na área de segurança". Entrevista especial com Rodrigo de Azevedo
  • Acesso a armas de fogo pode aumentar ainda mais a escalada da violência. Entrevista especial com Isabel Figueiredo
  • UPPS e a reestruturação do tráfico no Rio de Janeiro. Entrevista especial com José Cláudio Alves
  • UPPs, mais uma história de esperança e fracasso na segurança pública do Rio

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