15 Mai 2018
"As saídas autoritárias, como os golpes e ataques à democracia, têm sido a fórmula adotada para garantir uma violenta ofensiva neoliberal, que retira direitos dos trabalhadores e trabalhadora", escreve o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST, em carta publicada em seu portal, 12-05-2018.
O Brasil vive uma profunda crise econômica, política, social e ambiental, resultante da crise internacional do capitalismo e da própria incapacidade deste sistema em solucionar as contradições que gera. Neste contexto, as saídas autoritárias, como os golpes e ataques à democracia, tem sido a fórmula adotada para garantir uma violenta ofensiva neoliberal, que retira direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, ao mesmo tempo em que sequestra e subordina o Estado aos interesses de grandes grupos empresariais.
É necessário ter clareza e identificar quem são os responsáveis por esta crise e pela instabilidade política em que vivemos para enfrentá-los: o Capital financeiro internacional; os veículos de comunicação, em especial a Rede Globo, que alimentaram e insuflaram os movimentos golpistas e fascistas; e o poder Judiciário, que por um lado, coloca os seus interesses e privilégios acima da Constituição, e por outro, premia com a impunidade toda repressão e violência contra os pobres.
Este momento exige das forças progressistas unidade na ação e esforço em construir um Projeto Popular para o Brasil, capaz de enfrentar os problemas estruturais de nosso país, combatendo a miséria e o desemprego; retomando o desenvolvimento; enfrentando a questão habitacional e a mobilidade urbana nas cidades; garantindo saúde e educação públicas e de qualidade; realizando a reforma agrária no campo; protegendo os bens comuns da natureza e impedindo sua privatização; e, recuperando a soberania nacional.
Por isso, convocamos o conjunto da sociedade para construir e participar do Congresso do Povo Brasileiro, organizado pela Frente Brasil Popular, para que seja este espaço de discussão e organização em torno dos problemas do país e das medidas estruturais necessárias para superá-las.
Também reafirmamos nossa convicção na inocência do Presidente Lula, defendemos seu direito de concorrer às eleições presidenciais e, diante desta prisão política resultado de um processo ilegal e ilegítimo, exigimos sua liberdade!
Por todas essas razões, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, vem a público declarar o apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, por entender que ela representa a luta contra o golpe e os desejos do povo brasileiro por mudanças nesse cenário de crise que assola a todos nós.
Não deixaremos esquecer, nem compactuaremos com a impunidade e por isso exigimos a solução e a justiça para o assassinato de nossa companheira Marielle, assim como de tantos jovens pobres vítimas das repressão. Que seu exemplo em vida continue inspirando os jovens, as mulheres e os trabalhadores e trabalhadoras nestes tempos de repressão e autoritarismo. Em sua memória, nenhum momento de silêncio, mas o compromisso e a luta das trabalhadoras e dos trabalhadores rurais Sem Terras contra o golpe, contra a retirada de direitos e da liberdade, por um país mais justo, igualitário e soberano!
Lula Livre! Marielle Vive!
Lutar, Construir Reforma Agrária Popular!
Direção Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
São Paulo, 12 de maio de 2018
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Carta do MST ao povo brasileiro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU