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Como jardins são domados. A Modernidade como a ação entre a violência e a indiferença

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16 Dezembro 2022

"É possível registrar, ao longo do documentário, os inconvenientes gastos econômicos e a falaciosa criação de empregos voltados para comportamentos antiéticos e ecocidas. O dispêndio de energia natural e humana para um fim totalmente inútil e repugnante. Taming the Garden é um relato da ditadura extravagante dos Bezos, Zuckerbergs e Musks e a rendição total dos povos às vontades dos donos do dinheiro" escreve Guilherme Tenher Rodrigues, graduado em Ciências Econômicas na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), mestrando no Programa de Pós-Graduação em Geografia (POSGEA) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e integrante do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Eis o artigo. 

Uma mulher chora ao lado de seus amigos e familiares. Consolada por todos ao seu redor, ela balbucia “estou tão triste!” enquanto aperta seu estômago e sua boca com as mãos... “Por que chorar?” pergunta um homem com um sorriso no rosto. Todos olham para a mesma direção, homens, mulheres, idosos, crianças. Alguns riem, enquanto outros conversam, outros filmam com as câmeras de seus celulares e outros olham para o céu completamente apáticos. Todos seguem o cadáver.

Quem está sendo velado? Por que esta pessoa causa tantas reações diferentes? Decerto é uma figura muito importante para aquela comunidade, pois é capaz de reunir tantas gerações, atrair tantos pés para seu cortejo, causar paradoxalmente incredulidade e indiferença com sua partida. Independente das reações particulares, todos a seguem em silêncio, sem hesitação e sem conseguir pronunciar de forma definitiva um “adeus”, o que é mais estranho, devido ao fato de ela ainda estar viva.

O que está sendo “velado” seria a pergunta correta, visto que aqui se descreve a procissão de uma árvore. Isto mesmo, estamos diante de pessoas de uma pequena comunidade na Geórgia acompanhando uma árvore frondosa e centenária sendo transportada por dois caminhões. A caminhada segue até o mar, onde a árvore desembarcará em outra terra; uma terra de que apenas se ouve falar, uma terra “inacessível” às gerações que cresceram, se desenvolveram ao lado desta silenciosa companheira.

Cenas do documentário Taming the Garden (Foto: Divulgação/Youtube)

A estranhíssima cena brevemente descrita vem do documentário “Taming the Garden” (Domando o Jardim, em tradução livre) da diretora e roteirista georgiana Salomé Jashi, a qual é conhecida por outros trabalhos audiovisuais geo-etnográficos como The Tower (2018), Speechless (2009) e Their Helicopter (2006). Com premiações no Berlin International Film Festival, Sundance Film Festival, Locarno International Film Festival e na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, todos no ano de 2021, “Taming the Garden” captura um hobby peculiar do ex-primeiro-ministro da Geórgia, Bidzina Ivanishvili, que além de ser milionário, coleciona árvores centenárias de algumas comunidades ao longo da costa georgiana. Estas gigantes verdes são – literalmente- arrancadas de suas terras para serem transplantadas no seu jardim particular.

A narrativa escolhida por Jashi é paradoxalmente intrusa e discreta. Temos a possibilidade de acompanhar silenciosamente o processo completo de remoção de uma das árvores até o “oásis particular” do milionário político. A existência praticamente nula de falas enriquece o enredo daquilo que se quer contar, mas que as palavras não conseguem expressar.

As poucas conversas que aparecem no filme são dos habitantes da comunidade que, ao serem forçados a entrar no delírio megalomaníaco de Ivanishvili, reagem de inúmeras formas. Há quem discorda, há quem não se pronuncia, há quem concorda. Em uma das partes, um homem chega a falar “não precisamos de árvores, precisamos de estradas! E é isso que ele (Ivanishvili) nos dá!”.

O silêncio constante do documentário é um alimento amargo que deve ser digerido pelo espectador. A simples exposição crua do cotidiano abordada por Jashi faz com que esta “fábula das árvores arrancadas” seja interpretada por diversos prismas. É possível notar as camadas políticas, econômicas, ecológicas, morais, éticas e culturais que envolvem a absurdidade da situação.

A “procissão da árvore” é particularmente emblemática ao invocar a bizarrice de nossos tempos. Como a figura do milionário/bilionário/ trilionário que dificilmente aparece para o mundo, senão apenas como uma entidade que extirpa, extrai e violenta constante, localmente e silenciosamente as populações e a natureza que a circunda.

Constata-se aqui mais uma anedota dos ricos com seus prazeres ilógicos, com seus desejos perigosos, com sua imoralidade venerada e suas ações impunes. A realidade de um povo submetida à perversidade do plutocrata. O nome de Ivanishvili sequer é pronunciado no filme, até porque não há necessidade. Seus tentáculos invisíveis pairam na devastação socioambiental que marca a realidade da comunidade.

Cenas do documentário Taming the Garden (Foto: Divulgação/Youtube)

É possível registrar, ao longo do documentário, os inconvenientes gastos econômicos e a falaciosa criação de empregos voltados para comportamentos antiéticos e ecocidas. O dispêndio de energia natural e humana para um fim totalmente inútil e repugnante. Taming the Garden é um relato da ditadura extravagante dos Bezos, Zuckerbergs e Musks e a rendição total dos povos às vontades dos donos do dinheiro.

É também um efeito da Modernidade e sua construção ontológica separatista: nós e os outros; a Cultura e a Natureza. A separação que amacia a violência e fortalece a indiferença e revigora o olhar clínico e frio para a dramaticidade explicitamente oculta das fábulas do crescimento e do progresso.

A aflitiva combinação entre a impotência e a docilidade do povo que assiste apaticamente o arranque das árvores é outro ponto que pode ser invocado. Novamente a ideologia do progresso e do desenvolvimento - esta muito bem enraizada - na cabeça daqueles que precisam de mais estradas e de menos árvores. Ou o desespero abafado de quem chora pela perda de uma relação maior que si próprio.

A posição forçada de quem trabalha na remoção da árvore e assiste uma comunidade inteira sendo lentamente apagada é atmosfericamente aflitiva. É possível notar, a partir das reais movimentações na esfera local, a inegável posição antiética que as autoridades nacionais e internacionais tomam com relação à vida da população e à preservação do meio natural.

Não devo me estender nos devaneios e nas inquietações que sofri ao assistir este documentário. É importante deixar espaço para que mais interpretações possam ser auferidas deste emblemático conto contemporâneo da absurdidade e dos delírios do capital.

No leia mais desta página, coloco algumas leituras que podem guiar a reflexão do leitor e entender o barulho por trás do silencioso ato de domar jardins.

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