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Filme 'O Dia que Te Conheci' observa o nada carregado de encanto. Artigo de Inácio Araujo

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04 Outubro 2024

"'O Dia que Te Conheci' é um filme da contemplação. Porque assim são seus personagens: observam o mundo, mas sabem que não podem interferir no andamento das coisas (ou podem, mas de modo muito limitado); aceitam-no tal qual, mas não por conformismo, talvez por distração, talvez por preguiça", escreve Inácio Araujo, crítico de cinema, sobre o filme “O Dia que Te Conheci”, em artigo publicado por Folha de S.Paulo, 30-09-2024 e reproduzido na página do Facebook de André Vallias, 01-10-2024. 

Eis o artigo.

É difícil escrever sobre os filmes de André Novais Oliveira. Por que, afinal, do que eles tratam? Do que trata "O Dia que Te Conheci". De um rapaz, Zeca (Renato Novaes) que não consegue acordar em tempo para o trabalho. Por mais que faça, algo falha: o amigo que devia acordá-lo esquece de acordá-lo, o ônibus passa e ele não consegue alcançá-lo, ou até consegue, mas o ônibus quebra no caminho.

Os incidentes são vários. Mas o que pretende André Novais com isso? O que ele quer demonstrar? Eis o problema: nada. Eis aí um cineasta que não tem nada a dizer. Só a mostrar.

Que beleza, a cena em que, enquanto esperam o ônibus que vai substituir aquele em que viajavam e quebrou, Zeca e outro passageiro atravessam uma passarela para irem ao outro lado da estrada para matar tempo comendo um pastel. Mas o pastel nunca sai e eles precisam voltar correndo para não perder o outro ônibus.

Mais que tudo, que formidável a carona que Luísa (Grace Passô) dá a Zeca. Ela vai para os lados de Belo Horizonte em que ele mora. O trânsito às seis da tarde de uma sexta-feira não é fácil. A conversa se espalha quase preguiçosa por vários assuntos. Ele explica a ela que toma remédio contra depressão. Ela vai para os lados de Belo Horizonte em que ele mora. O trânsito das seis da tarde numa sexta-feira é horrível. A amiga com quem ela tinha marcado um encontro não confirmou. Ela o convida para tomar uma cerveja enquanto espera pela amiga.

Para resumir, tudo é cotidiano nessa história. É semelhante à que qualquer pessoa pode ter. O que tem de tão especial? Bem, para começar, o fato de não ter nada de especial. André Novais é um minimalista: expõe pequenas histórias, situações onde as personagens pouco se movem, pouco saem de seus hábitos, pouco se dedicam a conversas que podem mudar suas vidas.

E no entanto, quando mal se percebe, essas vidas mudam. O filme vira de ponta-cabeça. Não o faz arbitrariamente, e sim às custas de acumular pequenos detalhes insignificantes. Porque a vida não é tão diferente disso: uma série de pequenos insignificantes detalhes que acontecem em pequenos, insignificantes momentos.

Passamos do vazio ao pleno com essa desenvoltura que só os grandes minimalistas conseguem produzir: sem mexer em nada, sem alterar a natureza de nada, são capazes de nos revelar o cintilar dos grandes momentos, das transformações incríveis.

É ao cortejar o nada que André Novais nos conduz ao pleno: à transformação. Esse cinema parece próximo dos contos de Eric Rohmer, das audácias de Abbas Kiarostami. Novais Oliveira não é menos universal que eles, porém traz para a tela um modo de ser muito mineiro para ser ignorado (assim como Rohmer é parisiense ou Kiarostami é iraniano).

"O Dia que Te Conheci" é um filme da contemplação. Porque assim são seus personagens: observam o mundo, mas sabem que não podem interferir no andamento das coisas (ou podem, mas de modo muito limitado); aceitam-no tal qual, mas não por conformismo, talvez por distração, talvez por preguiça.

Essa distração, essa preguiça, até mesmo desânimo, podem também se traduzir, psiquiatricamente, por depressão. E todo este filme, todas as decorrências, os pequenos movimentos que transformarão as vidas das personagens, de Zeca e Luísa, decorrem, precisamente, desse fato médico: a depressão.

O fato é médico, mas não se espere um filme sobre medicina. Estamos na era do Rivotril. Remédios desse tipo é que ditam os movimentos dos dois amigos. Eles e, claro, o acaso, que num simples lance pode mudar o seu destino.

A distração, a contemplação, o sonho são elementos que, tanto quanto a observação, no fundo, bem no fundo, sem dizer nada, constituem elementos de resistência a um mundo que se organiza, afinal, contra esses personagens e contra os belos acasos.

Talvez não seja por acaso que esse filme se conclui pouco depois do momento em que Zeca dá uma monstruosa topada no caminho para a padaria e consegue uma bela ferida no pé. Impossível não lembrar da poesia de Carlos Drummond de Andrade. Novais é, um pouco, o Drummond do cinema. E claro, um dos nossos maiores cineastas.

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