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Capitalismo e abismo ecológico

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13 Junho 2024

“Kohei Saito nos convida a olhar para o abismo contemporâneo que enfrentamos como espécie, ou seja, o da crise ecológica, e insta-nos a repensar as nossas crenças, práticas e valores. O desenho de uma alternativa de sociedade exige que reconsideremos a nossa relação com a natureza e imaginemos uma economia cujo desenvolvimento obedeça a outros indicadores de bem-estar”, escreve Marcos López, mestre em Antropologia Social pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, França, em artigo publicado por Jugo, 07-06-2024. A tradução é do Cepat.

Eis o artigo.

Em seu livro Capital na era do Antropoceno, o pesquisador japonês Kohei Saito nos convida a pensar uma nova forma de organizar a sociedade através do que chama de “comunismo decrescentista”. Saito (Tóquio, 1987) é doutor em Filosofia pela Universidade Humboldt e, há vários anos, estuda os textos de Karl Marx sobre a relação entre capitalismo e natureza. Seu trabalho foi reconhecido com o Deutscher Memorial Prize, um prêmio que tem sido atribuído a grandes pesquisadores como Eric Hobsbawm, David Harvey, Terry Eagleton, entre outros.

No referido livro, Saito argumenta que o capitalismo afeta os processos cíclicos do ecossistema, gerando um rompimento intransponível entre o homem e a natureza, ou seja, a priorização do crescimento econômico colocou em risco a vida humana sobre a Terra. Até mesmo a crise ambiental se tornou uma oportunidade de negócio: “Se aumentam os incêndios florestais, são vendidos mais seguros. Se há uma infestação de gafanhotos, são vendidos mais inseticidas”. Temos que escolher entre o capitalismo e o planeta, e se escolhermos este último, devemos – segundo ele – apostar nesse comunismo decrescentista.

Contudo, Saito não é nenhum idealista. Está consciente de que a atual crise ambiental nos confronta com um paradoxo. A redução das emissões de carbono envolve uma desaceleração da produção industrial baseada em combustíveis fósseis que pode levar a uma nova crise econômica de alcance global.

Acabamos de viver esta experiência durante a pandemia de COVID-19: a economia desacelerou, a quantidade de emissões de carbono diminuiu, os bilionários aumentaram suas fortunas e os trabalhadores foram despedidos ou colocados sob um regime especial que, no Peru, foi chamado de “suspensão perfeita de trabalhos”. Em outras palavras, a luta para salvar o planeta entra em conflito com a luta para chegar ao fim do mês.

As perspectivas não parecem muito animadoras. O consenso mundial é apostar nas energias renováveis para seguir com o crescimento econômico. No entanto, se nos próximos anos não se alcançar o esfriamento da Terra, as consequências podem ser catastróficas. Segundo o Painel Intergovernamental de Especialistas sobre as Mudanças Climáticas da ONU, o aumento da temperatura irá, por sua vez, aumentar a intensidade das ondas de calor, a escassez de água e causar um declínio nos níveis de produção de alimentos como arroz, milho e trigo.

São mudanças que afetarão principalmente as populações desfavorecidas e vulneráveis, os povos indígenas e as comunidades dependentes dos meios de subsistência agrícolas ou localizadas em áreas próximas ao litoral. O cenário previsto pelos especialistas da ONU é o que leva Saito a afirmar que existem apenas quatro opções para resolver a crise ambiental no futuro próximo.

A primeira é o fascismo climático. Neste cenário, os Estados buscarão proteger os interesses das classes privilegiadas e reprimirão todos os sujeitos que ameacem o crescimento econômico, como, por exemplo, os setores pobres e os refugiados ambientais.

A segunda opção é a barbárie. Neste caso, as massas se insurgirão contra o Estado e as classes privilegiadas porque não poderão satisfazer suas necessidades básicas. Saito a chama de barbárie porque a violência emergirá como o único meio para saciar a fome e garantir a subsistência.

O terceiro cenário é o maoismo climático, que consiste em uma possível resposta à barbárie. Ou seja, os Estados adotarão medidas autoritárias para evitar o caos e a violência emanada das massas. Trata-se da emergência de Estados totalitários que, em teoria, tomariam decisões mais eficazes e igualitárias para enfrentar a crise.

A quarta alternativa corresponde à proposta do autor: o comunismo decrescentista, que defende a liberdade, a igualdade e a democracia.

O comunismo decrescentista de Saito é uma aposta na mudança do sistema, ou seja, uma utopia de sociedade diferente. Em diálogo com os debates da economia ecológica e as propostas de decrescimento de autores como Serge Latouche, Saito defende que uma sociedade pós-capitalista deveria ter como eixo principal uma forma de organização da produção adaptada aos ciclos da natureza. É por esta razão que o autor japonês resume a sua proposta em cinco grandes pontos.

O primeiro pilar desta nova forma de organização social seria a transição para uma economia do valor de uso. Para Saito, a sociedade contemporânea produz em função da demanda do mercado, ou seja, “vale tudo desde que se venda”. O comunismo decrescentista implica repensar o objetivo da produção em função daquilo que a sociedade estime como vital. Em outras palavras, o objetivo da produção não é o aumento do PIB, mas a satisfação de necessidades básicas como a alimentação, a água potável e a proteção dos ecossistemas.

O segundo consiste em uma redução da jornada de trabalho. A transição para uma economia centrada no valor de uso afetará a dinâmica da produção. Na perspectiva do filósofo japonês, o uso de energias renováveis implicará um declínio nos níveis de produção e os seres humanos participarão menos das atividades produtivas.

A automação pode permitir que o trabalho humano seja atribuído apenas às atividades verdadeiramente necessárias à reprodução social. Consequentemente, haveria uma diminuição na produção de mercadorias desnecessárias, o que também reduziria as emissões de carbono. Um trabalho conjunto entre trabalhadores e máquinas que funcionem com energias renováveis. Não se trata de erradicar o trabalho.

Em terceiro lugar, a abolição da divisão uniformizadora do trabalho. Sendo contra as propostas que defendem acabar com o trabalho, Saito considera que uma nova sociedade deve ter como objetivo torná-lo uma atividade atrativa para os seres humanos. Isso é fundamental porque estamos tão acostumados que quando não temos trabalho, sentimos que fracassamos e até temos dificuldade em aproveitar o tempo livre.

Como contava em entrevista o jogador de futebol argentino Carlos Tévez, seu pai nunca quis parar de trabalhar porque não sabia fazer outra coisa e quando tentou a pedido do filho que tinha recursos suficientes para sustentar toda a família, quase morreu. Dada esta importância, Saito argumenta que uma sociedade diferente requer que as pessoas sejam treinadas para realizar atividades diversas e variadas, em vez de fazer a mesma tarefa durante o dia todo.

O desenvolvimento das habilidades das pessoas é fundamental porque o quarto pilar do comunismo decrescentista consiste na democratização do processo de produção. Saito afirma que os trabalhadores devem assumir o controle dos meios de produção, ou seja, uma forma de propriedade social em que se define aberta e democraticamente quais tecnologias desenvolver e como utilizá-las, bem como as fontes de energia.

É verdade que as opiniões nem sempre coincidirão, mas o central é que se trata de um acordo social e não de uma decisão tomada por grupos de acionistas em função de seus interesses particulares. Saito alerta que é provável que a perda de lucros desmotive as companhias privadas, detendo os processos de inovação gerados pelo capital, mas essa tarefa recairá sobre a sociedade. O comunismo decrescentista deve buscar o desenvolvimento de tecnologias que priorizem os trabalhadores e o meio ambiente.

Por último, o autor argumenta que é preciso uma revalorização das atividades essenciais, ou seja, aquelas que são difíceis de mecanizar, como, por exemplo, o cuidado das pessoas. Para Saito, é difícil que um robô possa substituir uma pessoa nesse tipo de trabalho porque os cuidadores enfrentam diversas tarefas e imprevistos e, além disso, constroem relações de confiança.

Um robô pode levantar um idoso da cama, mas, ao menos ainda, não consegue ouvir as suas preocupações ou construir uma relação próxima e íntima, pois requer trabalho emocional. Contudo, não responde sobre como revalorizar tais atividades em uma sociedade onde parece que o salário não teria importância maior.

O comunismo decrescentista é um desafio para aqueles que lutam por uma alternativa à sociedade capitalista. Em Além do bem e do mal, Nietzsche escreve que “quem luta com monstros deve se cuidar, pois, ao fazê-lo, pode se transformar também em monstro. E se você olhar durante muito tempo para um abismo, o abismo também olhará para dentro de você”. Uma forma de interpretar o aforismo no contexto da crise atual consiste em que não devemos replicar os erros do capitalismo no desenho de uma nova sociedade.

Assim como Nietzsche, Saito nos convida a olhar para o abismo contemporâneo que enfrentamos como espécie, ou seja, o da crise ecológica, e insta-nos a repensar as nossas crenças, práticas e valores. O desenho de uma alternativa de sociedade exige que reconsideremos a nossa relação com a natureza e imaginemos uma economia cujo desenvolvimento obedeça a outros indicadores de bem-estar.

A verdadeira questão que nos surge da proposta polêmica do comunismo decrescentista de Kohei Saito é se podemos renunciar a um estilo de vida consumista para evitar a barbárie e garantir um futuro sustentável e justo para todos. Seremos capazes de vislumbrar um horizonte em que a produção e o consumo estejam alinhados com o ecossistema e as necessidades humanas vitais? Estamos realmente dispostos a transformar a nossa sociedade e a nós mesmos para evitar cair no abismo da crise ambiental?

Leia mais

  • “Foi assim que cheguei à tese do comunismo de decrescimento”. Entrevista com Kohei Saito
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  • Convivialidade e decrescimento. Artigo de Serge Latouche. Cadernos IHU Ideias Nº 166
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