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“Questão do racismo tem a ver com a sobrevivência do capitalismo”. Entrevista com Diva Moreira

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09 Março 2024

“A despeito da rigidez da estrutura de dominação, eu sou uma mulher de muita esperança.” É assim que a jornalista, cientista política, ativista e intelectual de Minas Gerais Diva Moreira escolheu se apresentar. Há 20 anos, Diva pesquisa e escreve sobre a temática da reparação. Ainda em 2024, no mês de novembro, ela pretende fazer o lançamento público de seu próximo livro Justiça racial e reparações: o caminho para a democracia no Brasil.

“Nós vivemos uma situação social, econômica, habitacional e nutricional, infelizmente, muito semelhante à que vivíamos no período da escravização. Ao longo da república, o país não teve o interesse de nos incluir, de nos considerar povo, cidadãs”, avalia.

Com a proximidade do Dia Internacional de Luta das Mulheres, comemorado anualmente no dia 8 de março, ela fala ao Brasil de Fato MG sobre os desafios enfrentados pelas mulheres negras, a persistência das estruturas patriarcal e racista na sociedade e a necessidade da luta pelo poder.

A entrevista é de Ana Carolina Vasconcelos, publicada por Brasil de Fato, 03-03-2024.

Eis a entrevista.

Quais são os principais desafios enfrentados pelas mulheres negras na sociedade brasileira?

Quando falamos das mulheres pobres, são desafios básicos, que o nosso povo enfrenta desde a escravidão, como sobreviver, ter alimentação de qualidade, ter uma moradia que preste. Nós vivemos uma situação social, econômica, habitacional e nutricional, infelizmente, muito semelhante a que vivíamos no período da escravização. Ao longo da república, o país não teve o interesse de nos incluir, de nos considerar povo, cidadãs.

As mulheres negras foram retiradas dos grandes centros urbanos. Eu tenho usado o conceito de ‘desterro’. É como se dissessem ‘Saiam daqui. Nós não queremos vocês’. Enfrentamos questões muito básicas, como a fome, mulheres sem absorventes durante seu período menstrual e a falta de uma casa que não vá desmoronar no próximo período de chuvas. É tudo tão elementar, é tão simples.

O inominável [ex-presidente Jair Bolsonaro] chegou a perguntar como é que a gente gosta de morar nesses lugares. Ora, esses lugares foram os únicos a nós reservados, porque até mesmo das favelas foram nos retirando.

Por exemplo, antigamente, em Belo Horizonte, havia favelas nos bairros Santo Antônio e São Pedro e o povo foi retirado desses territórios. Só não conseguiram retirar totalmente do Morro do Papagaio porque em outro momento histórico, em que nós, mulheres negras, homens negros, junto com os nossos aliados brancos progressistas, já estávamos organizados, de forma a não permitir mais que aquela população saísse dali.

Quando isso acontece, somos obrigadas a ir para lugares mais deteriorados e distantes, o que traz outra questão, a do transporte. São mulheres que fazem serviços pesados e que ficam quase 4 horas por dia no transporte coletivo, que deveria ser público, mas não é.

Nós, mulheres negras, precisamos conquistar poder político, poder econômico, poder social e capacidade de mobilizar. A gente vive em uma situação que eu acho uma lástima. O Brasil perde a maior parte do seu povo e só celebra esse povo durante o período do carnaval, quando todo mundo fica encantado com a pujança, com a capacidade de criar, de inovar, de transformar a nossa tragédia em estética, em beleza. Mas, ao longo do ano isso não acontece.

No último período tivemos avanços? Quais são as principais bandeiras de luta das mulheres negras na atualidade?

Como nós não temos poder, as nossas demandas não são acolhidas. Veja só, eu estou com um panfleto recente que fala sobre a luta “pró-creches”. Quando eu vi esse papel eu fiquei chocada e resolvi inclusive deixá-lo separado, porque eu participei de lutas pró-creche há quase 40 anos.

Então, a gente vê como essa sociedade não tem o menor interesse por seu povo, não constrói cidadania, não promove direitos elementares. A reforma agrária, por exemplo, é um pleito desde sempre e nunca aconteceu no Brasil. A consequência disso é que um dos mais graves problemas que temos é com a alimentação e sabemos quem passa fome neste país. Sem reforma agrária a gente não resolve nem 50% dos nossos problemas.

Esse entupimento nas cidades e a “urbanização enlouquecida” tem a ver com isso. A população não quer sair do campo porque pensa “eu quero conhecer São Paulo e andar na Avenida Paulista”, mas principalmente, por falta de acesso à terra e a condições dignas.

Além disso, tudo de bom que acontece com a gente, que nos beneficia, quando muda o governo, é desconstruído com o apoio da mídia comercial, que é contra nós. Quem não tem poder não controla os meios de comunicação de massas. As nossas rádios comunitárias, que estão nas favelas e poderiam construir cidadania, e que são majoritariamente organizadas por mulheres e homens negros, não tem apoio nenhum.

É preciso mudar esse país estruturalmente e institucionalmente. É na base. Eu terei morrido, mas eu vou guardar esse papelzinho [panfleto pró-creche] para que, daqui a 30 anos, quem pegá-lo possa dizer “felizmente, isso não é mais necessário”. Tomara que isso aconteça, mas para acontecer temos que fazer mudanças enormes em nosso país, gigantescas, de todas as naturezas.

Diante desse contexto, qual é a importância da reparação?

A ideia de reparação é milenar e significa que, quando alguém ou uma comunidade sofre um dano ou uma perversidade, ela deve ser ressarcida. Simples assim e isso está na Bíblia, no Antigo Testamento, eu não estou inventando nada. Isso aconteceu com os judeus, por exemplo. Depois da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha foi obrigada a reparar os danos causados às famílias judaicas.

Mas tudo para nós é muito difícil, porque a questão do racismo tem a ver com a sobrevivência do capitalismo. O sistema não pode deixar de ser racista porque ele depende disso para sobreviver. Desde sempre, fomos nós que sustentamos a sociedade.

Em meu livro, eu defendo as reparações a partir da história, que precisa ser contada. Os judeus foram reparados porque tinham uma história anterior. Se não contar a história, a população, a sociedade brasileira, os políticos e a mídia vão dizer “a Diva enlouqueceu! Reparar o que? Já passou”. O problema é que as consequências do que passou estão aí até hoje.

Eu não acredito que teremos democracia enquanto a população negra continuar na margem, na miséria, sem voz, sem poder político, sem poder econômico, sem força social para transformar esse país.

No meu livro eu também desconstruo todas as mentiras que falaram sobre nós, que somos preguiçosos, que nosso trabalho é improdutivo e de baixa qualidade, por exemplo. Também queremos mostrar nossa capacidade, nossa resiliência e nossa criatividade. O samba, por exemplo, era um espaço de cultura, de sociabilidade, alegria e saúde mental. Eu também falo sobre isso.

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