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30 Abril 2021

 

No leito do hospital de Nairóbi, as ataduras que enfaixam as pernas de Monsenhor Christian Carlassare, vítima de um ataque na noite entre 25 e 26 de abril, são o símbolo das feridas profundas da Igreja Católica no Sudão do Sul. As balas rasgaram apenas os músculos do bispo, não seus ossos: da mesma forma a demonstração de força ostentada pelos agressores não afetou a missão da Igreja no país mais jovem do mundo, vítima de si mesmo e da indiferença internacional: “O Norte do mundo não pode dar as costas ao outro lado: há responsabilidades comuns e é tempo de uma visão global para resolver os problemas todos juntos”, afirma o jovem bispo. A sua voz é fraca, mas cheia de vigor: “Estou bem, estou num leito de hospital, estou melhorando dia a dia e as minhas feridas vão sarar. Voltarei a andar e voltarei a caminhar no Sudão do Sul”.

A reportagem é de Marco Grieco, publicada por Domani, 29-04-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

Uma grande responsabilidade

No dia 8 de março, o Papa Francisco o nomeou, com apenas 43 anos, bispo da diocese de Rumbek. E assim o mais jovem prelado católico italiano assume o cargo de seu antecessor, Cesare Mazzolari, que no dia da independência do Sudão do Sul, em 9 de julho de 2011, convidou a se perguntar "não o que os outros farão por nós, mas o que nós, sudaneses do sul, faremos pelo Sudão do Sul (...). Não deveremos depender do que os outros nos oferecerem, mas do trabalho árduo das nossas mãos”. Nestas horas Carlassare recorda aquelas palavras, mais atuais do que nunca: “Mazzolari reestruturou uma diocese em ruínas quando havia guerra, fome e pobreza. Para mim é uma grande responsabilidade estar ao lado de um povo que ainda precisa de ajuda para superar a violência nesta região”. Para a Igreja Católica, caminhar no Sudão do Sul significa mergulhar nos conflitos entre clãs, disseminados entre as várias etnias que lutam por garantir recursos. De acordo com os últimos dados fornecidos pela FAO, a insegurança alimentar é tal que em algumas áreas é prevista uma onda de fome que durará vários meses, pelo menos até julho próximo.

 

Da paz à pacificação

A agência de informações ACI África relata que, entre as doze pessoas supostamente envolvidas no ataque ao jovem bispo, há três clérigos da etnia dinka, a mesma à qual pertence o presidente do país, Salva Kiir, ator de um desgastante processo de paz com o vice-presidente designado, Riek Machar. O conflito é tão profundo e transversal que até a Igreja se torna um âmbito para reivindicar o poder: “A paz nunca é uma meta, mas o caminho que deve ser percorrido - diz Carlassare - grandes passos estão sendo dados: agora, porém, é hora de passar de uma paz estatal, impulsionada pelo governo de unidade nacional, para uma pacificação nos territórios, entre grupos étnicos. É no território, de fato, que ocorrem os problemas mais fortes, como disputas pela terra e por recursos como pastagens e gado. Por fim, o problema da militarização do país também deve ser resolvido: se as armas chegam a todos os grupos que fazem justiça a si mesmos para obter os recursos por si mesmos e não confiam no caminho de unidade do país, cai-se em uma espiral de violência sem fim”.

 

Da solidão à solidariedade

Toda a área dos lagos do Sudão do Sul é atravessada por um fio de opressão e a diocese de Rumbek está entre os contextos mais frágeis: “Quando se vive em cidades como Tonji, Rumbek ou Yirol, percebe-se um certo desenvolvimento , como a possibilidade de ir à escola ou ter acesso a alguns serviços essenciais. Mas nas áreas mais marginalizadas da região, porém, falta tudo: são milhares de crianças que não têm educação adequada, por exemplo. É preciso trabalhar pela sua emancipação de uma dura realidade, de clãs que os obrigam a usar uma máscara de violência para sobreviver. Quando todos conseguirem melhorar sua própria vida, haverá a possibilidade de viver em paz e de resolver os problemas de forma adequada", explica Carlassare, e em suas palavras ecoa a mesma esperança mesclada com a dura realidade expressa anteriormente por seu antecessor Mazzolari que, em depois da sangrenta guerra civil no Sudão, citando o Salmo 51, evocava um Deus que não se compraz dos massacres: “Pois não desejas sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos”.

A educação, em uma área densamente povoada por jovens, é um pilar importante. No local, as Nações Unidas estão se empenhando fortemente para garantir a educação a cerca de 806 mil jovens, dos quais 51 por cento são garotas: “Este país é o meu país, também eu sinto que carrego o seu destino. As necessidades e as carências do Sudão do Sul me chamam a trilhar este caminho junto com o povo, sem abandoná-lo neste percurso. Nesta causa comum, a solidão deve ser suplantada pela solidariedade”, destaca o bispo.

 

A diocese ferida

Longe da sombra da capital Juba, onde em setembro de 2018 o governo do Sudão do Sul e os grupos da oposição assinaram um acordo de paz, as negociações travam. Nas áreas marginais pontilhadas de aldeias, até a paz é fragmentada e as diferenças étnicas são apenas um pretexto para se apoderar dos recursos. Na região, possuir gado faz toda a diferença, a ponto de até as vacas são dadas em dote. Como explica Cherry Leonardi, professora de história africana e autora de detalhada monografia sobre o tema, os confrontos entre comunidades são abençoados pelos líderes designados pelo povo, os majokwut, que detêm grande poder localmente. O sustento da comunidade depende de sua autoridade e isso contribui para a criação de clãs que lutam entre si.

 

O Padre Christian Carlassare, no hospital em Nairóbi. (Foto: ACI África)

 

Os conflitos, muitas vezes sangrentos, geram um movimento de deslocados que pressionam sobre os serviços essenciais, que já são precários: o relatório elaborado este ano pelo departamento das Nações Unidas para assuntos humanitários informa que mais de 8 milhões de sudaneses do sul, incluindo 300 mil refugiados e requerentes de asilo precisam de ajuda humanitária. Dos 79 condados em que o país está dividido, 72 foram classificados em extrema necessidade humanitária e cinco estão em graves condições. Por isso, com um olho em suas feridas, o pensamento de Carlassare dirige-se à sua diocese: “Também aí há feridas que precisam da mesma compaixão e atenção. Ao contrário da minha, que acontecerá pela graça de Deus, a cura de Rumbek é a mais importante e requer grande empenho. Será preciso atenção e amor, porque só assim as divisões poderão ser realmente convertidas e recompostas”.

 

Um olhar diferente

No início de abril, o país deu sua última despedida a um ponto de referência para os sudaneses do sul, o arcebispo emérito de Juba, Paulino Luduku. Seu empenho pela defesa dos direitos humanos e do ecumenismo é reconhecido internacionalmente, e há dois dias a Igreja Anglicana lhe concedeu o Prêmio Lambeth postumamente por sua contribuição para a pacificação nas décadas da guerra civil no Sudão: "Ele se expressou corajosamente contra a desumanização e todo tipo de abuso contra os não muçulmanos, especialmente durante o regime do ex-presidente Omar Hassan Al Bashir, mostrando liderança diante do perigo iminente para a sua vida", disse o primaz anglicano Justin Welby.

 

Papa Francisco e o primaz anglicano Justin Welby. (Foto: Vatican Media)

 

O arcebispo de Canterbury estava ao lado do Papa Francisco quando há exatos dois anos, o pontífice implorava pela paz beijando os pés dos líderes sul-sudaneses convocados à Casa Santa Marta: “O Papa Francisco é um homem de grande coração, que tem olhar global. Acho que a África merece este olhar, que a vê como uma parte que pode dar uma grande contribuição para o mundo”, diz Carlassare, que admite não ter recebido ainda o telefonema do Papa: “Mas tenho certeza que está rezando por mim. Sua mensagem na encíclica Fratelli Tutti sugere um espírito fraterno para com todos os povos marginalizados e colocados de lado. Sinto-me em comunhão com ele que é padre, mestre e apóstolo. Aceito tudo o que me aconteceu em espírito de unidade na igreja, porque esta não é a minha missão: é a missão da igreja de Cristo que acredita nos pobres, na ressurreição e na transformação da vida do mundo”, diz com um fio de voz.

 

O Papa Francisco implora pela paz, beijando os pés dos líderes sul-sudaneses. (Foto: Africa Briefing)

 

O jovem bispo está debilitado, perdeu muito sangue, mas com as suas palavras exprime toda a força da missão que lhe foi confiada na última diocese de um país esquecido, testemunho de uma Igreja que não recua, nem mesmo quando percebe que o caminho da paz coincide com o do martírio: “Encontrei-me diante da vida e da morte e a possibilidade de viver até o fim a mensagem que tenho no coração, isto é, aquela do Evangelho - confessa -. Quando percebi que tinha na minha frente pessoas armadas e prontas para atirar, me entreguei ao Senhor e O senti ali presente. Tudo o que iria acontecer a partir de então estaria em suas mãos. Eu só poderia o testemunhar, na vida ou na morte. Eu estava pronto para tudo”.

 

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