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“Temos que oferecer um projeto de Brasil ao nosso povo”, propõe Frei Betto

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08 Outubro 2020

Aos 76 anos, o mineiro Carlos Alberto Libânio Christo é um dos escritores mais produtivos do país. No início da quarentena, ainda no mês de março, lançou O Diabo na Corte, seu 68º livro, escrito ao longo de 2019 sobre a eleição e o primeiro ano de Bolsonaro na presidência da República. Sete meses depois, está prestes a lançar mais uma obra com título autoexplicativo: Diário de Quarentena.

A entrevista é de Inácio França, publicada por Diario do Centro do Mundo, 05-10-2020.

Mesmo com bibliografia tão vasta, poucos conhecem o frade dominicano Frei Betto por seu nome de batismo. Foi a ele que a Marco Zero Conteúdo para interpretar qual seria significado da nota do bispo de Caruaru, dom José Ruy Gonçalves, pedindo votos contra o “comunismo” no cenário de tensão interna da Igreja Católica e na disputa de espaço com os evangélicos.

Eis a entrevista.

Há motivos para que um bispo use a Doutrina Social da Igreja como base para declarar “a aversão da igreja ao comunismo” e pedir voto contra a esquerda, como fez o bispo de Caruaru?

Os bispos são, de certa forma, reis em suas dioceses. Não precisam estar de acordo com o papa, exceto em questões fundamentais de fé e moral, e muito menos com a CNBB, a conferência episcopal. E nesse sentido a Igreja Católica é uma instituição democrática, apesar de sua estrutura formalmente autoritária. Qualquer bispo, padre ou religioso tem o direito de ter e manifestar suas opiniões políticas e ideológicas. Inclusive partidárias. O que discordo é pretender impor esta opinião para o conjunto dos católicos e, o que é pior, condenar as demais como se fossem heréticas… Discordo também de se usar o púlpito para pedir votos para este ou aquele candidato. Nosso papel deve ser pedagógico, ou seja, propagar os valores do Evangelho e deixar que cada fiel tire as suas conclusões. Mas, pessoalmente, estou convencido de que o Evangelho nos traz uma nova proposta civilizatória que não condiz com o capitalismo e nos leva, sim, ao socialismo. Todos nós cristãos somos discípulos de um prisioneiro político: Jesus de Nazaré. Ele foi assassinado na cruz por dois poderes políticos, o romano e o judaico, por anunciar, dentro do reino de César, um outro reino possível, o de Deus, que se baseia em dois pilares – nas relações pessoais, o amor; nas sociais, a partilha dos bens da Terra e dos frutos do trabalho humano. Vide meus livros Um homem chamado Jesus (Rocco), Parábolas de Jesus – ética e valores universais (Vozes) e O marxismo ainda é útil? (Cortez)

É correto dizer que as palavras do bispo de Caruaru parecem aproximar a Igreja Católica mais dos evangélicos eletrônicos e fundamentalistas do que da prática do papa Francisco?

Toda palavra que defende a primazia do capital sobre os direitos coletivos é contrária ao Evangelho e faz eco aos fundamentalistas das Igrejas eletrônicas. O compromisso do cristão deve ser o mesmo de Jesus – lutar para “que todos tenham vida e vida em abundância” (João 10,10). Ou seja, defender os direitos dos oprimidos e excluídos.

O que leva um bispo, como o de Caruaru, a não perceber que a política de morte de Bolsonaro é tão distante do amor à vida pregado pela fé cristã?

A ideologia, esse conjunto de ideias que temos por trás dos olhos e, no entanto, nos servem de óculos para encarar a realidade. E assim como não vemos os óculos que usamos e, no entanto, eles nos ajudam a enxergar, também a maioria das pessoas não se dá conta da ideologia que traz na cabeça. E como dizia o velho Marx, a ideologia que predomina em uma sociedade tende a ser a ideologia da classe que domina essa sociedade. Também grandes genocidas, como Mussolini e Hitler, foram apoiados por bispos e padres católicos.

Recentemente, 152 bispos publicaram uma carta-manifesto contra a política de morte de Bolsonaro. Em sentido oposto, os setores mais à direita dos bispos pretendem disputar com os evangélicos fundamentalistas o espaço político no campo conservador?

A carta-manifesto dos 152 bispos é um documento primoroso e merece ser divulgada ao máximo. Eis aí a voz profética da Igreja. Mas os bispos conservadores querem sim disputar espaço com os evangélicos fundamentalistas, mas estão longe de avançar. Enquanto o clericalismo, tão denunciado pelo papa Francisco, perdurar na Igreja Católica, ela perderá espaço para os evangélicos. Para formar um pastor católico (padre) são precisos oito anos de estudos, quatro de filosofia e quatro de teologia, e ainda a heroica virtude do celibato. Um pastor evangélico se forma em oito meses… e com a vantagem de não tirá-lo de seu meio. Se mora em uma favela, ali ele implanta sua comunidade de culto. Já o padre é sempre alguém que vem de fora da favela…

Qual o peso da parcela mais reacionária da Igreja Católica no episcopado brasileiro? Essa parcela desafia as mudanças que o papa Francisco tenta conduzir?

O episcopado católico era hegemonicamente progressista nas décadas de 1970-1990. No Brasil, lutou bravamente contra a ditadura militar. Porém, os 34 anos de pontificados conservadores (26 de João Paulo II e 8 de Bento XVI) desarticularam o movimento progressista e abriram espaço aos conservadores. Hoje, a CNBB é marcada por uma enorme diversidade. Predominam os moderados que, em momentos cruciais, tendem a somar com os progressistas, cujo contingente tem aumentado graças às mazelas necrófilas do governo BolsoNero.

Como os bispos e sacerdotes mais progressistas irão ou deveriam atuar nos processos eleitorais em 2020 e 2022?

Jamais apoiando este ou aquele candidato ou partido, mas se empenhando em promover a alfabetização política de nosso povo pela divulgação dos valores do Evangelho quanto à justiça, aos direitos dos pobres, à crítica à riqueza e ao poder tirânico etc. É o que trato em meu livro Um Deus muito humano (Companhia das Letras).

Quais os espaços políticos para os católicos progressistas e de esquerda, para além dos períodos eleitorais? Faço essa pergunta lembrando da afirmação de João Pedro Stédile de que a esquerda institucional se tornou mais interessada na eleição de deputados do que a realizar um trabalho permanente de organização popular.

Nunca deveria haver um partido cristão ou católico. Nossa fé não pode ser afunilada numa proposta partidária. E um partido não deve jamais ser confessionalizado. Deve ser laico e ter as portas abertas a todo tipo de pessoas, sejam elas crentes ou ateias, desde que sintonizadas com o programa do partido. Portanto, nos períodos eleitorais os católicos devem apoiar, não necessariamente candidatos católicos (Hitler se considerava católico!), e sim candidatos e candidatas identificados e comprometidos com a defesa dos direitos humanos, dos excluídos e marginalizados, e de uma sociedade de justiça e paz alternativa à sociedade capitalista.

Li entrevistas em que o senhor diz que não há razão para disputar espaço com os evangélicos fundamentalistas, mas sim voltar a fazer trabalho de base. O que seria esse trabalho de base nesse contexto de luta contra o autoritarismo?

Fora do trabalho de base a esquerda não tem salvação. Temos de retornar às favelas, às periferias, ao campo, aos movimentos de negros, indígenas, mulheres, LGBTodos e Todas etc. Como fizemos nas décadas de 1970-1990, adotando a pedagogia de Paulo Freire. Uma esquerda descolada da base popular está condenada ao fracasso. E não devemos ficar reféns dos períodos eleitorais. Temos que oferecer um projeto de Brasil ao nosso povo.

O cristianismo está preparado para lidar com o protagonismo da mulher e as causas feministas? O mesmo vale para a luta antirracista.

O cristianismo, como instituição, ainda é muito machista e patriarcal. Na Igreja Católica, enquanto as mulheres não puderem ser sacerdotes, bispos, papa, isso haverá de perdurar. Já o racismo não é tão acentuado entre os católicos, mas existe como atitude predominante do brasileiro, um racismo disfarçado e favorecido pelo fato de os negros, no Brasil, serem duplamente discriminados – por serem negros e por serem pobres.

 

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